A foto acima é uma pequena demonstração do verdadeiro Estado de ficção das contas públicas do Rio Grande do Sul. É uma imagem da 6ª Vara da Fazenda Pública do Foro Central de Porto Alegre. As prateleiras mostram milhares de processos de execução fiscal (cobrança). É quase tudo ficção, pura ficção. A Secretaria da Fazenda autua contribuintes e emite certidões da Dívida Ativa. Com este papel, a Procuradoria Geral do Estado ajuíza ações de cobrança. A grande maioria é de ações inócuas, sem indicativos de localização dos contribuintes. A Justiça fica então sem ter como intimar os réus. Quando falta um dia para completar o quinto ano de ajuizamento da ação, a Procuradoria Geral do Estado vai lá na Vara de Fazenda Pública e acrescenta uma movimentação qualquer no processo, apenas para que ele não prescreva ao fim do quinto ano. E assim a ficção se perpetua, e assim vai crescendo outra gigantesca ficção, chamada "dívida ativa". Hoje estão inscritos pelo Estado do Rio Grande do Sul cerca de R$ 36 bilhões de reais de "créditos" em dívida ativa. Dois terços disso, ou cerca de 24 bilhões de reais, são pura ficção, uma miragem, montante incobrável pelo Estado, ou créditos que já apodreceram há décadas. A própria Secretaria da Fazenda reconhece que no máximo 12 bilhões se prestariam à cobrança. Mesmo desse bolo "cobrável", a incompetente e inoperante máquina pública gaúcha consegue, quando muito, cobrar cerca de R$ 1,1 bilhão por ano. É evidente que o governador José Ivo Sartori deveria dar de barato que, da Secretaria da Fazenda e da Procuradoria Geral do Estado, ele nada deve esperar em termos de ação pró-ativa em um programa de recuperação das contas públicas. Portanto, deveria já ter admitido a necessidade de promover a securitização desses 12 bilhões de reais e entregue a cobrança aos bancos privados, que pagariam ao Estado por isso. Daria para José Ivo Sartori conseguir em torno de 8 bilhões de reais imediatamente, o que geraria um grande alívio de caixa para o governo. Com esse montante ele asseguraria, por exemplo, o pagamento mensal de oito folhas do funcionalismo. Outra iniciativa que José Ivo Sartori deveria tomar é a edição de uma anistia fiscal para todos os processos de execução fiscal no montante de cobrança inicial até 20 mil reais. Uma atitude dessas teria grandes vantagens. Em primeiro lugar limparia gigantescamente o contencioso de processos judiciais, aliviando a máquina do Poder Judiciário e tirando justificativas de sobrecarga (ficcional) de trabalho da Procuradoria Geral do Estado. Limparia também parte significativa do cadastro da Divida Ativa da Secretaria da Fazenda, a parte ficcional do mesmo. E daria forte impulso nas atividades da sociedade civil gaúcha, porque retiraria os empecilhos à iniciativa de milhares de pessoas. Desde 2010 está em vigor uma lei aprovada pela Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul que permite desistir da cobrança de causas inviáveis. Esse instrumento permitiria abolir dezenas de milhares de processos inúteis e sem chances de cobrança efetiva. Os técnicos de apoio fazendário poderiam realizar esta tarefa, em ritmo de mutirão, com grande facilidade, passando os processos nas mãos de um auditor fiscal apenas para receber o indefectível carimbo do mesmo. Claro, não seria o serviço público típico se não tivesse a carimbada. Isso é característico. Concurso público no Brasil dá direito ao uso do muito lusitano carimbo pessoal. É o sistema da repartição. Evidentemente, o governador José Ivo Sartori não deve esperar pela cooperação altamente comprometida dos fiscais do ICMS (auditores fiscais) e de procuradores de Estado. Talvez seja possível obter colaboração mais intensa do Poder Judiciários. E precisaria montar um Grupo Tarefa para a execução desta tarefa. VideVersus
Presidente da entidade explica que, em tese, descumprimento de decisão anterior pode levar o governador à prisão
O presidente da Associação dos Oficiais da Brigada Militar, coronel Marcelo Frota, ingressou com uma ação no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) visando a execução da liminar obtida pela entidade que garante salários em dia. O mandado de segurança é para que o governador seja notificado em caso de desobediência, o que pode, legalmente, levar à prisão de José Ivo Sartori. “Francamente, não acreditamos que isso possa acontecer. Mas estamos pedindo por que, legalmente, é um caso de prisão”, disse Frota.
O dirigente ainda exige que o Banrisul seja citado, já que detém as contas do Estado, com o objetivo de reservar uma quantia para o pagamento dos salários dos oficiais, ainda nesta sexta-feira. Outra medida exigida é o pagamento da multa de R$ 50 mil, determinada pela Justiça em caso de atraso ou parcelamento da folha de pessoal.
Em uma reunião de mais de três horas, nessa manhã, o Comando-Geral da Brigada Militar e dois secretários do governo Sartori confirmaram às associações de brigadianos que vai haver parcelamento de salários em julho, inclusive para os servidores da área da Segurança Pública. O objetivo da reunião era tentar dissuadir os servidores de promoverem manifestações, paralisações e greve. Além do comandante-geral Alfeu Freitas, os secretários da Casa Civil, Márcio Biolchi, e Wantuir Jacini, da Segurança Pública, negociaram com os servidores.
Segundo o presidente da Associação dos Sargentos Subtenentes e Tenentes da Brigada Militar (ASSTBM), Aparício Santelano, os representantes do Piratini afirmaram que há duas possibilidades de pagamento para essa sexta-feira: de R$ 1,8 ou de R$ 2.150,00. Segundo Santelano, o parcelamento de salários pode levar a reações dos brigadianos que fujam do controle dos sindicalistas.
Já o presidente da Abamf, Leonel Lucas, que representa os servidores de nível médio da Brigada Militar, fala que, se o Piratini descumprir a decisão judicial que obriga o pagamento integral dos salários, os brigadianos também podem descumprir a lei que os impede de realizar greves. A entidades é uma das mais de 20 que obtiveram na Justiça liminares impedindo o governo do Estado de atrasar o pagamento dos salários.
O anúncio oficial de como vai ser paga a folha de julho está marcado para ocorrer às 11h dessa sexta-feira (31) no Palácio Piratini.
Na segunda-feira, 03 de agosto, os policiais civis estarão paralisados das 8h às 18h. A UGEIRM orienta que não deve haver circulação de viaturas. Todas devem ser mantidas paradas no órgão a que pertencem.
Também não haverá cumprimento de MBAs, mandados de prisão, operações policiais, serviço cartorário, entrega de intimações, oitivas, remessa de IPs ao poder Judiciário e demais procedimentos de polícia judiciária.
Plantões
As DPPAs e plantões somente atenderão os flagrantes e casos de maior gravidade tais como: homicídio, estupro, ocorrências envolvendo crianças e adolescentes e lei Maria da Penha, além daquelas ocorrências em que os plantonistas julgarem imprescindível a intervenção imediata da polícia civil. Em TODOS os casos deve-se exigir a presença, em tempo integral, da autoridade policial.
Os agentes devem concentrar em frente às DPPAs ou delegacias de polícia, prestando o apoio necessário aos colegas que estiverem de plantão no dia da paralisação e esclarecendo a população sobre os motivos do movimento paredista.
Em Porto Alegre, a Direção do Sindicato vai concentrar na 2 DPPA (ÁREA JUDICIÁRIA), no Palácio da Polícia. Os servidores policiais lotados nos órgãos que funcionam no Palácio da Polícia e os colegas aposentados estão convocados a permanecerem na área judiciária durante o período que transcorrer a paralisação. Em caso de dúvidas os agentes devem entrar em contato com a UGEIRM.
Fonte de bastidores, porém fidedigna, do Partido Progressista (PP) de Santo Augusto garante que o partido ainda tem muita bala na agulha e reagirá à altura e com muito vigor com vista às eleições municipais do ano que vem. Segundo a fonte, em breve deverá haver forte mobilização da liderança e militância progressista, culminando com grande encontro de motivação e ampliação do quadro de filiados. Uma novidade que deverá surgir é rever a sistemática de coligações priorizando retomada da identificação do partido que ao longo dos anos descaracterizou-se sendo simplesmente visto como “aliança”, em referência ao nome da coligação adotada desde 1992. Diante dessa visão, segundo a fonte, a ideia é disputar a eleição sozinho ou com o menor número possível de partidos coligados, cujo objetivo é fortalecer o partido.
A visão progressista
A fonte do PP, pessoa abalizada, referiu que, apesar de estar aberto até para conversar sobre consenso, o partido sente que há uma vontade de mudança e, coligar só por coligar e ganhar a eleição “não adianta”, “tem que ter iniciativa de governo”, e das vezes muitos partidos engessam tudo. Parece bastante lúcida a análise progressista.
Interesse coletivo
A um ano e dois meses das eleições municipais, os prefeitos já devem estar pensando qual o legado que deixarão de sua gestão. Segundo Jaime Lerner, ex-governador, ex-prefeito de Curitiba e um dos mais lúcidos urbanistas brasileiros, “é mais fácil mudar o País a partir das cidades.” Para ele, editado na revista ISTOÉ, “a cidade é a síntese da sociedade.” Construir um País melhor depende de municípios bem equilibrados do ponto de vista político, econômico, social e ambiental, mas isso, só será possível se os governantes tiverem o real compromisso de administrá-los de acordo com o interesse coletivo. O curioso é que, muito raramente um partido elabora plano de governo com antecedência, e quando elabora os eleitores não levam em consideração esse detalhe, votam naquele que, já em plena campanha, esboça alguns itens aleatoriamente.
Exemplo a ser seguido
A atitude de uma vereadora de São Pedro do Sul, região central do estado, de devolver à Câmara o valor que sobrou da diária de viagem, provocou polêmica na cidade, haja vista que tal prática não é comum. Antes da viagem a Porto Alegre, a vereadora recebeu R$ 327,00 referentes à diária, mais R$ 140,00 para passagens de ida e volta de ônibus, além de R$ 40,00 para despesas com táxi. Pagas todas as despesas, ao retornar da viagem lhe sobraram R$ 206,00 que, legalmente, poderia ter ficado consigo, porém, livre e espontaneamente, decidiu devolver, o que efetivamente fez. Como, no Brasil, ser honesto já está sendo coisa rara, o gesto que deveria ser alvo de elogio, gerou polêmica entre os pares, mas aplaudido pela população. É um exemplo a ser seguido.
Paradoxo
Paradoxalmente, na cidade de Nova Prata, onde o vereador recebe R$ 3.957,55 de salário, tem uma diária de R$ 791,90 quando viaja fora do estado, além de R$ 1 mil para andar de táxi, como não bastassem essas mordomias todas, para engordarem o salário, quatro vereadores que viajaram a Brasília “adulteraram”, de forma grosseira, recibos de corrida de táxi no intuito de ludibriar o erário e a contabilidade pública. Eles estão sendo investigados pela Polícia Civil, podendo responder penalmente.
Retrospecto eleitoral
Em Santo Augusto já se ouve as especulações sobre a eleição municipal do ano que vem. De um lado, os atuais detentores do poder alimentam a fé de que se a coligação for mantida serão imbatíveis. Já, na oposição, a perspectiva fica por conta do retrospecto das duas últimas eleições onde os que estavam no poder sofreram as duas maiores derrotas já vistas no município. Só que a política é dinâmica, circunstâncias, estratégias, candidatos com potencial e visibilidade não tardia, fazem a diferença.
Na próxima quinta-feira (30/7), o Poder Judiciário do Rio Grande do Sul (PJRS) dará início ao projeto-piloto de implantação das audiências de custódia. A medida garante a rápida apresentação do preso a um Juiz nos casos de prisões em flagrante. A sessão será realizada no Salão do Júri localizado no 6º andar do Foro Central – Prédio I (Rua Márcio Veras Vidor, nº 10), em Porto Alegre, a partir das 15h.
Antes disso, no auditório do mesmo prédio, no 10º andar, o TJRS firmará Termos de Cooperação Técnica em conjunto com Ministério Público, Defensoria Pública do Estado, Secretaria da Segurança Pública do Estado do Rio Grande do Sul, seccional gaúcha da Ordem dos Advogados do Brasil e Instituto de Defesa ao Direito de Defesa (IDDD), visando à efetiva implantação do Projeto-Piloto Audiência de Custódia no Serviço de Plantão Judicial da Comarca de Porto Alegre. A cerimônia contará com a presença do Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Ministro Ricardo Lewandowski.
Objetivando garantir a legalidade das prisões e humanizar os processos criminais, as audiências de custódia estão em fase de implantação em todo o país, em campanha capitaneada pelo CNJ. A medida objetiva diminuir o número de prisões desnecessárias, evitar abusos ou maus tratos e conferir um efetivo controle judicial.
Iniciativa
No Rio Grande do Sul, o projeto-piloto terá duração de 120 dias. A iniciativa é coordenada pela Corregedoria-Geral da Justiça (CGJ) e será implementada junto à 2ª Vara de Execuções Criminais (VEC) da Capital. Após o dia 30, as audiências ocorrerão em salas instaladas no Posto Avançado junto ao Presídio Central da Capital e na Penitenciária Feminina Madre Peletier, a partir das 14h.
Funcionamento
As audiências acontecerão diariamente, inclusive em finais de semana e feriados, realizadas pelo Serviço de Plantão do Foro Central da Capital, abrangendo todos os autos de prisão em flagrante da Comarca (incluindo os dos Foros Regionais). Serão incluídos em pauta os autos de prisão em flagrante protocolados no período de plantão que se encerrou às 9h.
De acordo com o plano elaborado pela CGJ, o Serviço de Plantão do Foro Central da Capital será elevado de cinco para sete juízes. O plantão permanece de 24 horas – das 9h às 9h do dia seguinte. Encerrado o plantão, o mesmo magistrado realizará as audiências de custódia, a partir das 14h. Assim, o Juiz que recebeu os autos de prisão em flagrante durante a noite, após se deslocar ao Posto Avançado nas Casas Prisionais, realizará as audiências de custódia – para decidir sobre eventual soltura, com ou sem aplicação de medidas cautelares diversas da prisão, ou pela manutenção da segregação.
Credenciamento da Imprensa
Os Jornalistas interessados em acompanhar a audiência de custódia no 30/7, devem encaminhar à Unidade de Imprensa do Tribunal de Justiça, impreterivelmente até quarta-feira, dia 29/7, os seus dados para credenciamento. Será permitido o acesso ao local, sob as seguintes condições:
Registros fotográficos, filmagens e gravação de áudio serão permitidos no início da audiência
Efetuados os registros de imagens, os repórteres poderão acompanhar o depoimento das testemunhas no local – sem gravação de áudio ou imagens
Em razão das limitações de espaço, será reservado lugar para um Jornalista por veículo de comunicação
Para ingresso na sala de audiência, todos deverão portar documento de identificação e crachá da empresa em que atuam. Os Jornalistas e respectiva equipe devem enviar seus dados, informando nome completo e empresa, para o email [email protected].
Integrantes da Unidade de Imprensa do Tribunal de Justiça estarão presentes para orientar e auxiliar os repórteres no que for necessário. Fonte: TJRS
Dia 25 de julho é comemorado o Dia do Colono e do Motorista, duas profissões que são responsáveis pelo abastecimento e progresso do país. Os colonos retiram da terra o alimento que abastece toda a população de um país, já os motoristas são os responsáveis pela distribuição desses alimentos. No seu dia a dia enfrentam muitas adversidades. Na boleia os motoristas enfrentam a estrada que nem sempre oferece boas condições, enfrentam a saudade de quem fica em casa e vários quilômetros de estrada para levar o progresso e a produção do brasileiro. Já no campo, a luta não é menor, enfrentam o clima como um aliado, porém muitas vezes é ele quem põe tudo a perder. O colono enfrenta crises, as pragas, o calor do sol e o frio da chuva, mas apesar das mãos calejadas, o amor pela vida no campo não o deixa desistir da luta diária.
Nossa reportagem, objetivando homenagear essas duas classes responsáveis diretas pelo desenvolvimento econômico do país, buscou, através de um agricultor (colono) e de um caminhoneiro (motorista), aleatoriamente escolhidos, a avaliação da evolução e do atual momento vivenciados por “colonos e motoristas”.
Colono
Hedio Weber
Família de colonos capinando na lavoura Assim era arada, com bois, a terra
Filho de colonos, convivendo desde sua infância no meio rural e tendo a agricultura como sua atividade profissional, Hedio Weber, estabelecido com propriedade rural na localidade de São Jacó, interior de Santo Augusto, na passagem do “Dia do Colono” que transcorrerá neste 25 de julho, fala sobre o setor. Cultivando e criando alguns animais na propriedade de 23 hectares, seu pai criou os 12 filhos que desde pequenos ajudavam nas tarefas da família. A pouca produção de soja, milho e a suinocultura num sistema rudimentar da época, formavam a grande receita de seus pais. A família trabalhava de sol a sol, o serviço era braçal, o preparo da terra era feito com arado puxado com junta de bois e, em determinados locais se usava muito a capina, com enxada, e era a família que fazia essa capina e não se utilizava fertilizantes, nem herbicida e inseticida. A gente criava e engordava suínos tratando com lavajada, mandioca, abóbora, bata-doce, milho, lembra Hedio. Não existia banco naquela época, tudo o que se colhia era sobra, se colhia menos mas sobrava, não se tinha muito no que gastar. Mas nós fomos evoluindo e com o pensamento de economizar para comprar terra, aliás, era muito mais fácil comprar terra naquele tempo, tinha oferta e preço bom. Nós, os filhos, estávamos sempre participando das ideias do pai e da mãe, na programação das atividades, nas tarefas do dia seguinte. Isso foi na década de 50, início de 60. No final da década de 60 e no início de 70 começamos a mecanizar a lavoura, mas como não tínhamos máquina própria ainda continuamos a queima da palhada favorecendo a formação de erosão e consequente desgaste do solo.
Quando começou a década de 80 tinha gente já começando parar de queimar a palhada, mas igual fazia a subsolagem, a aragem ou a gradeagem. Naquele período veio também a cooperativa que muito auxiliou na assistência técnica e comercialização dos produtos, e a agricultura começou crescer dentro da visão de empresa rural.
Na década de 90 surgiu o plantio direto, aí mexeu e revolucionou a cabeça do agricultor que passou a conviver com os engenheiros agrônomos e com a adoção de tecnologias.
Houve resistências e muitos desistiram, mas quem insistiu, permaneceu no campo e acompanhou a tecnologia está bem, com estabilidade e conforto. Quanto às desistências dos que abandonaram o campo é lamentável e, eu culpo o poder público que deveria ter proporcionado à assistência técnica e a orientação necessária àqueles pequenos agricultores.
Outro fator de preocupação é a “sucessão familiar no campo”. A sucessão, segundo Edio Weber, significa dar oportunidade aos nossos filhos, condições para que eles tenham visão de futuro com qualidade de vida igual aos que vivem na cidade, ver a propriedade como um negócio lucrativo, de estabilidade, e que ele possa se orgulhar daquilo que está fazendo. E aí é que deveriam aparecer os técnicos da Secretaria Municipal da Agricultura, da Emater, comprometidos com um projeto de sustentabilidade. Na verdade, nós temos um município fazendo o social apenas, onde o custo é altíssimo e o produtivo é fraco. O certo é que todas as pessoas gostariam de trabalhar e ganhar o seu próprio dinheiro. Isso é dignidade, fortalece a autoestima e dá qualidade de vida.
Finalizando, Hedio parabeniza as duas classes: “Colono e Motorista”, enaltecendo seu valor, um na produção de riquezas e o outro no transporte dessas riquezas, onde um complementa a atividade do outro, imprescindíveis à vida e ao desenvolvimento.
Motorista
Roque Stechmann de Freitas
Desfile no Dia do Motorista
Motorista de caminhão há mais de 35 anos, ex-presidente da extinta Associação dos Motoristas de Santo Augusto; presidente da Cooperativa dos Caminhoneiros de Santo Augusto, e membro da Federação Gaúcha e Catarinense dos Caminhoneiros, pela passagem da data consagrada ao “motorista” a transcorrer neste sábado, 25 de julho, Roque Stechmann de Freitas fala sobre a profissão.
A situação do caminhoneiro está muito difícil, disse. O frete defasado e sem perspectivas de melhora, as rodovias indo de mal a pior, o óleo diesel o grande vilão, continua com preço muito elevado e sem sinal algum de redução. E não se vê sinal algum de melhora para o setor do transporte como um todo, o que se ouve é bastante incentivo para as ferrovias. Mas, na verdade, o que tem que melhorar é as estradas, a fiscalização, reconhecer devidamente o setor do transporte rodoviário.
Há poucos meses foi sancionada e regulamentada a Lei do Caminhoneiro, houve também uma paralização por melhorias no setor, mas na prática não mudou nada, nenhum benefício foi verificado de concreto ao motorista.
O descaso é gritante, pois no mesmo tempo que o governo cria lei perdoando multas por excesso de peso ele determina o fechamento das balanças no país. E o excesso de peso é visível, contribui muito para detonar com as rodovias. Vejo que o governo deveria reunir as federações do país, não no sentido de greve, nem de guerra, mas sim de negociar, de colocar as coisas no papel, item por item, para não haver aquele desencontro de governo, de motorista, de policiamento, de fiscalização, enfim.
Na verdade, no tocante a lei sancionada, o que beneficiaria o motorista, nada foi feito. A área de repouso, que o governo prometeu e dar um bônus para o posto de combustível que construísse uma área para esse fim, eu viajo o país de ponta a ponta, e não vi em lugar nenhum, sustenta Roque. Isso ficou só no papel. O único item que está funcionando é quanto ao horário de trabalho e horário de descanso, o que é bom.
Quanto ao frete, de uns anos para cá a oferta está maior que a procura e o governo, na verdade, não tem como regulamentar. Se houver caminhão sobrando, o preço do frete baixa. Por exemplo, um frete pra Rio Grande, na safra já esteve R$ 110,00, mas as empresas, hoje, aqui, estão pagando, no máximo, R$ 70,00, R$ 75,00. Apesar da defasagem, os custos são os mesmos ou até maiores, porque o óleo subiu e nada mudou em relação aos pedágios. Por isso, o governo deveria investir mais na infraestrutura do transporte rodoviário, em vez de estar se preocupando com ferrovia, coisa que não dá retorno, não gera emprego.
Roque vê como imprescindível a união dos profissionais do transporte rodoviário, mais especificamente, dos caminhoneiros, na busca de melhorias para o setor, não como foi feito nas paralisações de alguns meses atrás, meio que cada um por si. Temos que nos unir, disse, agir de forma elaborada, planejada, designar pessoas certas para chegar nos lugares certos, para chegar no governo, para chegar onde for necessário, em busca do benefício para todos. Então, havendo união e bom senso na classe, tem como melhorar. A organização em primeiro lugar. E finaliza dizendo: Se não for assim, não vamos chegar a lugar nenhum, com certeza.
Em alusão ao Dia do Colono e do Motorista, Stechamann de Freitas deixa a mensagem: Aos motoristas, como eu, que tenham prosperidade, que sejam feliz independente de estrada, de caminhão, que estejam de bem com a família em primeiro lugar, e que alcancem o êxito que tanto almejam na vida. Feliz Dia do Colono e do Motorista.
Dados divulgados recentemente dão conta de que o número de jovens fora da escola, no Brasil, é assustador, e o número de jovens desempregados é pior ainda. Muitos deles sem preparo algum para o trabalho, tornando-se presas fáceis dos traficantes, para iniciarem na prática de furtos e roubos, seguindo para crimes mais graves. Quase 40% desses adolescentes têm ficha criminal; 50% não estudam, vagam drogados pelas ruas, a família destruída, sem que o estado lhes ofereça apoio e norte; quase 40% deles acabam assassinados. E aí se pergunta: Se a juventude é o futuro, em que país nós estamos nos tornando? É temeroso sabermos a resposta.
Rebeldia na adolescência
A rebeldia do adolescente causa, muitas vezes, verdadeira aflição aos pais. Mas só preocupar-se não resolve. Quando seu filho tiver mais ou menos 12 anos de idade, comece a estabelecer o tipo de relação que você quiser ter com ele quando ele estiver adulto. Trate-o da forma que gostaria de ser tratado por ele quando adulto. O objetivo deve ser fixado em muito respeito e apoio, e a capacidade de divertirem-se juntos. Use o elogio e a confiança para ajudá-lo a adquirir uma imagem positiva de si mesmo. Reconheça e corrobore os sentimentos de seu filho escutando-o de forma compreensiva e fazendo comentários sem criticar. Recorde-se que escutar não quer dizer que você tenha de resolver os problemas de seu filho adolescente. A amizade é a melhor base para o bom funcionamento da família.
Evite a crítica
Quase todas as relações negativas entre pais e adolescentes acontecem porque os pais criticam demais os filhos. Grande parte do comportamento de um adolescente que provoca a desaprovação dos pais simplesmente reflete a concordância com os gostos atuais de seu grupo de amigos. Imergir em um grupo de amigos é uma das etapas essenciais do desenvolvimento dos adolescentes. E o jeito de se vestir, de falar e agir de forma diferente dos adultos pode ajudar seu filho a sentir-se independente. Evite críticas, até porque isso não significa que você não possa expressar sua opinião pessoal sobre determinado tema. Apenas intervenha e faça uma mudança se o comportamento de seu filho é prejudicial, ilícito ou viola seus direitos. Uma atitude negativa ou pejorativa apenas pode ser modificada com bom exemplo e elogios.
Estimular a autoconfiança
Seu filho adolescente deve aprender por sua própria experiência e seus próprios erros. À medida que experimenta, aprenderá a assumir responsabilidade sobre suas decisões e ações. A mãe e o pai devem intervir apenas se o adolescente se propõe a fazer algo perigoso ou ilegal. Além do mais, o pai e a mãe devem confiar na autodisciplina do adolescente, no comportamento responsável e nas lições aprendidas pelas consequências de suas ações. Esse disciplinamento ajudará, inclusive, para as atitudes comuns como horário de chegar em casa para dormir, a frequência na escola, enfim.
Sucessão no campo
Em reportagem que fiz em alusão ao Dia do Colono e Motorista (Pág. 19), entrevistei o agricultor Hedio Weber que, dentre outros assuntos, destacou a preocupação com relação a “sucessão familiar no campo”. Na visão dele, para que haja a sucessão é necessário dar oportunidade aos filhos, condições para que eles tenham perspectiva de futuro e qualidade de vida igual aos que vivem na cidade, ver a propriedade como um negócio lucrativo, de estabilidade e que ele possa se orgulhar do que está fazendo. Segundo o IBGE, 87,3% dos jovens brasileiros com idade entre 15 e 29 anos, vivem no meio urbano e somente 12,7% deles no meio rural. Se considerarmos que no Estado há 378 mil estabelecimentos de agricultores familiares, conclui-se que aproximadamente 42 mil pequenas propriedades não possuem jovens como força de trabalho para suceder e dar seguimento à atividade agropecuária da família.
Na tarde desta sexta-feira (17/07), na capital e na maioria das cidades do Rio Grande do Sul, policiais civis paralisaram as atividades pelo período de uma hora, das 14h às 15h, e realizando manifestações em protesto pela morte (execução) do colega Valdecir Machado, 58 anos, ao tentar prender um suspeito na cidade de Alvorada, na Região Metropolitana de Porto Alegre.
As Delegacias de Pronto Atendimento (DPPAs) e a maioria das demais Delegacias espalhadas pelo território gaúcho paralisaram suas atividades durante uma hora nesta tarde. Às 15h, no horário marcado para o enterro de Valdecir, os policiais fizeram “buzinaço” e ligaram as sirenes das viaturas.
Policial civil Valdecir Machado foi morto em
serviço (Foto: Polícia Civil/Divulgação)
Segundo a Ugeirm/Sindicato dos policiais civis, Valdecir já estava em idade de se aposentar e apenas aguardava sua promoção, que não foi autorizada pelo governador. Por falta de efetivo na DDPA de Alvorada, onde trabalhava, ele seguia exercendo o trabalho sozinho.
Em Porto Alegre, uma concentração ocorreu em frente ao Palácio da Polícia, de onde os policiais se deslocaram para o sepultamento do colega. A paralisação foi registrada em inúmeras Delegacias do interior do Estado, entre elas, a de Santo Augusto, onde agentes e o próprio Delegado aderiram ao protesto, inclusive, colocando uma faixa preta com a mensagem “Luto”, em alusão a morte do policial civil em Alvorada, ocorrida ontem, 16 de julho. O objetivo, segundo o Delegado Gustavo Fleury, além da solidariedade prestada é denunciar as más condições de trabalho dos policiais e as consequências nefastas da contenção de despesas do governo Sartori.
Será nos dias 10, 11 e 12 de agosto de 2015, no Hotel Serrano, na cidade de Gramado, o “II Seminário A Voz do Campo”, numa realização do programa A Voz do Campo. Este ano, o Seminário tem como enfoque reunir a família do agro em torno de temas relevantes para o crescimento da área agrícola em nosso país, além do painel principal com o tema: “Sucessão Familiar no Campo”. Serão três dias de palestras, informações técnicas, feiras, debates e projeções de mercado. Inscrições podem ser feitas na Menegon Agronegócio, em Santo Augusto, telefones (55) 3781-3520 ou 3781-3307.
Presenças confirmadas
Entre as inúmeras personalidades, estarão presentes ao II Seminário A Voz do Campo, Mr. Nicolas Rubio, representante do USDA junto a Embaixada Americana em Brasília, o qual participará do painel sobre mercado, junto com Antônio Sartori, da Brasoja Agro Corretora, Brandon Crozier, presidente da Nidera para a América Latina, Alexandre Barbosa, superintendente do banco Sicredi e Marcelo Portugal, professor e economista. Durante o evento estarão, também, palestrando o Senador Ronaldo Caiado, com o tema “Momento atual do Agro na Política Brasileira”, o Ministro do TCU João Augusto Ribeiro Nardes, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e o Dr. Gilberto Schwartsmann, sobre Saúde e Destino, entre outros.
Prefeitos e a reeleição
Dos dez municípios da área de circulação do jornal O Celeiro, apenas três (Santo Augusto, Inhacorá e Campo Novo) nunca reelegeram um prefeito. Não que não tivessem tentado. Em Santo Augusto, por exemplo, Florisbaldo e depois Dodi tentaram a reeleição e não conseguiram; em Inhacorá, Agenor, Evoli e Cledi, tentaram a reeleição, sem sucesso; em Campo Novo, Eurico Zancan tentou e não obteve êxito. Nas eleições do próximo ano, à exceção de Chiapetta, Braga e Redentora, onde os atuais prefeitos já cumprem o segundo mandato consecutivo, nos demais municípios os prefeitos, pelo menos a maioria deles, deverão concorrer à reeleição.
Conjecturas
Volto a conjecturar sobre as variadas possibilidades de candidaturas a prefeito em Santo Augusto no ano que vem. A coligação PDT/PMDB dificilmente se manterá, e ambos deverão encabeçar chapa majoritária, coligados ou não com partidos que hoje são de oposição. Aliás, tanto um quanto o outro está de olho no PP para possível coligação. No PDT, caso José Luiz não concorra à reeleição, o candidato será o vereador Horácio Dorneles; no PMDB, o vice-prefeito Naldo Wiegert, que já disse que concorrerá a prefeito, se essa for à vontade de seu partido, é a opção da sigla. No PP, caso não haja coligação com PDT ou PMDB, a situação é de desconforto, o partido não mostra reação alguma, está estagnado, sem perspectivas de voltar ao protagonismo.
Mas…
Observando os nomes que compõem a nova direção do Partido Progressista de Santo Augusto vi entre as importantes lideranças, o nome do advogado e ex-vice-prefeito Antônio Vanderlei da Luz Pereira. É um nome ideal, com perfil adequado para aglutinar e liderar as oposições. Possibilidade, forte, de termos três candidatos a prefeito.
Monopólio político
O município de Inhacorá, desde sua criação, já elegeu seis prefeitos. Curiosamente, as escolhas recaíram em apenas “três pessoas”, de tão somente “duas famílias”. Senão vejamos: em 1992, foi eleito Evoli Neves da Silva; em 1996, Agenor Savaris; em 2000, voltou Evoli Neves da Silva; em 2004, Cledi Savaris (esposa de Agenor); em 2008, Evoli Neves da Silva foi eleito pela terceira vez, e, em 2012, Cledi Savaris, novamente. Outra curiosidade é que todos eles concorreram à reeleição e foram relegados pela vontade popular municipal, porém, acolhidos pelo eleitor na eleição seguinte.
Nos últimos dias, a população do Rio Grande do Sul assistiu cenas que há muito não via. Na quarta-feira, cerca de dez mil policiais civis e militares, junto com servidores do Instituto Geral de Perícias e da Superintendência de Serviços Penitenciários saíram às ruas da capital gaúcha para denunciar o desmonte da segurança pública. Na mesma semana, os prefeitos de duas das maiores cidades do Estado, Canoas e Porto Alegre, anunciaram que estavam entrando na Justiça para garantir o repasse de recursos à saúde por parte do governo do Estado. O prefeito de Jairo Jorge (PT), de Canoas, foi o primeiro a tomar a iniciativa. Cerca de 24 horas depois, José Fortunati, ao lado do vice Sebastião Mello, do mesmo partido do governador José Ivo Sartori anunciava que estava ingressando com um mandado de segurança para evitar um colapso na saúde.
Na noite do mesmo dia, estudantes e professores da Escola Protásio Alves, bloquearam a avenida Ipiranga, em Porto Alegre, em protesto contra a insegurança no entorno da escola. Na noite anterior, um estudante foi esfaqueado na escola localizada quase em frente ao prédio do jornal Zero Hora. Em meio a esse acontecimento, aguardava-se alguma palavra do governador do Estado à população, mas o que se ouviu foi um silêncio ensurdecedor. Eleito com o slogan “meu partido é o Rio Grande”, José Ivo Sartori mantém-se distante e silencioso diante de todos esses acontecimentos. Enquanto isso, seu marqueteiro de campanha comemorava nas redes sociais a “medalha de prata” conquistada no “Oscar do marketing político”, prêmio concedido nos Estados Unidos, como a “campanha mais surpreendente no Brasil”. A comemoração do marqueteiro contrastou com o silêncio do candidato eleito. Parece que a surpresa maior ficou para seus eleitores. Ou não.