Por Rodrigo Constantino
O Senador Sergio Moro ontem (22) na Tribuna do Senado Federal . (Foto: Divulgação/Senado Federal)
Menos de 60 dias depois que o ministro da Justiça Flávio Dino autorizou a volta do Líder do PCC e um dos presos mais perigosos do país, Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, para a Penitenciária Federal em Brasília, a Polícia Federal descobriu um plano do mesmo PCC para assassinar o ex-juiz federal Sérgio Moro, sua mulher Rosângela e os filhos, além do promotor Lincoln Gakija, que é de São Paulo e combate o PCC.
PF deflagrou a Operação Sequaz
A ação da Polícia Federal, com origem em investigações do Ministério Público e a Polícia Militar de São Paulo, foi batizada de Sequaz, e tenta capturar 11 criminosos ligados ao PCC, o Primeiro Comando da Capital, que planejavam os assassinatos. Como ministro da Justiça do governo Bolsonaro (PL), Sérgio Moro transferiu vários chefes do PCC, entre eles Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, para o sistema penitenciário federal. Marcola estava na penitenciária de Porto Velho, Rondônia até retornar a Brasília em janeiro, por determinação de Flávio Dino.
Jair Bolsonaro lembra Celso Daniel, o seu caso, e agora Sérgio Moro
Em sua conta pessoal do Twitter, o ex-presidente Jair Bolsonaro comentou: “Em 2002 Celso Daniel, em 2018 Jair Bolsonaro e agora Sérgio Moro. Tudo não pode ser só coincidência. O Poder absoluto a qualquer preço sempre foi o objetivo da esquerda. Nossa solidariedade a Sérgio Moro, Lincoln Gakiya e familiares. A CPMI assombra os inimigos da democracia.”
Sérgio Moro vê escalada do crime organizado no Brasil
Da tribuna do Senado, o ex-juiz Sérgio Moro comentou: “Fico alarmado com essa escalada que estamos vendo do crime organizado no país. Estamos assistindo atônitos a esses ataques à sociedade civil, como no Rio Grande do Norte, ataques que têm características terroristas. Espero que as autoridades sejam bem-sucedidas, temos de intensificar o combate ao crime organizado. Gosto de uma frase em um sentido metafórico. Se vêm para cima da gente com uma faca, temos de usar um revólver. Se usam revólver, temos de vir com metralhadora. Se eles têm metralhadora, temos que ter um tanque ou um carro de combate. Não no sentido literal, mas precisamos reagir às ações do crime organizado. Como deve o Congresso reagir? Com o que ele é próprio, que são leis para proteger, não só as autoridades, mas também os cidadãos”.
Duas perguntas
Chega a ser comovente o esforço da mídia, misturando os assuntos e tentando esconder a ligação entre o que disse Lula na terça-feira – “fod… Sérgio Moro” – e a descoberta da polícia sobre o plano do PCC para “fod…”, ou assassinar Sérgio Moro. Em breve, teremos duas perguntas no ar:
– Quem mandou matar Jair Bolsonaro?
– Quem mandou matar Sérgio Moro?
Deltan: “cada um com suas armas”
O deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR), ex-procurador federal e ex-coordenador da Operação Lava-Jato, comentou o plano de assassinato do senador Sérgio Moro (União-PR) pelo PCC, revelado nesta quarta-feira, 22, pela Polícia Federal.
No Twitter, Dallagnol escreveu: “Chocado, indignado e motivado a lutar ainda mais contra o crime. Minha total solidariedade a Sérgio Moro e sua família, pessoas de honra que querem e lutam por um Brasil melhor. Os criminosos querem vingança. Querem ‘ferrar’ Sérgio Moro, cada um com suas armas.”
Partidos preparam novo pedido de impeachment
No PL, circulou ontem a informação, de que integrantes de vários partidos, incluindo União Brasil e Podemos pretendem apresentar um novo pedido de impeachment do presidente Lula (PT, após ele afirmar em uma entrevista para o site Brasil 247 que só ficaria bem “quando f…” com o ex-juiz Sérgio Moro.
Rodrigo Constantino: um dia após ameaça de Lula, PF descobre o plano do PCC
Rodrigo Constantino comentou ontem para a Gazeta do Povo, a coincidência: “um dia vem a público a ‘entrevista’ de Lula com companheiros do Brasil 247 em que o presidente diz que, na prisão, desejava ‘fod…’ Sérgio Moro e se vingar do juiz da Lava-Jato. No dia seguinte, vem a público a informação de que a polícia interceptou planos do PCC de matar autoridades, entre elas… Sérgio Moro. Não podemos esquecer que um preso do PCC disse que, com o PT, a entidade criminosa tinha ‘diálogos cabulosos’. Lulistas conseguem subir favelas dominadas pelo tráfico de drogas sem escolta policial, como ficou claro na campanha, quando Lula usou o boné CPX na favela controlada pelo CV, ou mais recentemente, quando o ministro da Justiça Flávio Dino esteve no Complexo da Maré com apenas dois carros e sem forte esquema de proteção, o que só poderia acontecer com aval prévio dos bandidos.”