Ex-prefeita de Pelotas pretendia concorrer a deputada estadual, mas topou o desafio de trabalhar pelo protagonismo dos tucanos
Por GZH
Paula segura a mão do deputado Daniel Trceziak (de branco), que seguirá no PSDB e concorrerá à reeleição.Rodrigo Chagas / Divulgação
Quando até líderes nacionais tucanos já davam como certa a ida de sua presidente estadual, Paula Mascarenhas, para o PSD, acompanhando o ex-governador Eduardo Leite, eis que a ex-prefeita de Pelotas disse sim ao apelo dos líderes do partido para que seja pré-candidata a governadora.
Foi em uma reunião de casa cheia, no encontro regional do PSDB da Zona Sul, no sábado (19), que o nome de Paula saltou da confortável posição de candidata a deputada estadual para opção ao Piratini.
Nesse encontro, o PSDB teve duas confirmações importantes: a de que Paula e o deputado federal Daniel Trceziak seguirão no partido, contrariando as especulações de que migrariam para outra sigla.
— Cheguei a avaliar a possibilidade de sair, quando estava em discussão a fusão com o Podemos, mas concluí que não quero mudar. Considero o PSDB um partido necessário — disse Paula à coluna.
Ao ser chamada para colocar seu nome à disposição do partido como pré-candidata a governadora, não titubeou, mesmo sabendo que o cenário é difícil e que seria mais cômodo concorrer a deputada estadual:
— Sou presidente estadual do PSDB e não admito ser uma presidente laranja. Se o partido precisa de mim para garantir o protagonismo e atrair outros líderes, não vou me furtar.
Ao aceitar o desafio, Paula não está rompendo com Leite nem com o governo do qual é secretária de Relações Institucionais e que tem o vice-governador Gabriel Souza como pré-candidato a governador.
— Este é o nosso governo. Ajudamos a elaborar o plano de governo, a governar no primeiro mandato, a conquistar a reeleição. Seria uma incoerência brutal, no momento em que aliados como PP e PDT lançam candidatos, nós nos omitirmos. Se ali adiante for o caso de discutir uma aliança, estaremos abertos — disse Paula.
Na semana passada, o prefeito de Guaíba, Marcelo Maranata (PDT), conversou com líderes nacionais tucanos e foi convidado a migrar para a o PSDB, com o aceno de ser candidato ao Piratini, porta que se fecha com o lançamento de Paula.
Não se pode descartar a hipótese da ex-prefeita vir a ser vice de Gabriel, em uma aliança com MDB e PSD, se o PP e o PDT mantiverem a intenção de lançar candidatos próprios ao Piratini ou de escolher uma outra aliança — o PP é cortejado também por Luciano Zucco (PL) e o PDT vem conversando com líderes do PT que desejam montar uma chapa capaz de unir a esquerda no Estado.
O presidente do PSDB de Porto Alegre, vereador Moisés Barboza, discorda da avaliação da coluna de que a pré-candidatura de Paula é uma porta que se fecha para a entrada de Maranata. Diz que ninguém retirou o convite ao prefeito de Guaíba e que, “assim como o PSD tem dois candidatos a presidente, o PSDB pode ter dois a governador”.