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Policiais usam capuz em desfile por vergonha após parcelamentos no RS

Policiais civis usaram capuz em desfile do 7 de Setembro em Santiago (Foto: Arami Fumaco/RBS TV)

 

Manifestação ocorreu na cidade de Santiago, na Região Central do estado.

Ato no Desfile da Pátria reuniu ainda agentes da Susepe e PMs.

 

 

Durante o desfile de 7 de Setembro nesta segunda-feira (7) em Santiago, na Região Central do Rio Grande do Sul, policiais civis, policias militares e agentes da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) fizeram um protesto conjunto contra o parcelamento dos salários no estado. O desfile ocorreu na Avenida Júlio de Castilhos, no Centro da cidade.

Cerca de 30 policiais civis desfilaram de capuz preto. O Ugeirm, Sindicato dos escrivães, inspetores e investigadores de polícia do estado, que representa as categorias, diz que eles esconderam o rosto “por vergonha” com a medida adotada pelo governador do estado, José Ivo Sartori.

No dia 31 de agosto, o governo confirmou o parcelamento dos salários dos servidores. Além dos R$ 600 já depositados, mais R$ 800 serão pagos até o dia 11. Já para o dia 15 está programado o crédito de R$ 1,4 mil. A parcela complementar para quem ganha acima de R$ 2,8 mil será creditada até dia 22.

Em resposta, mais de 40 categorias do funcionalismo estadual realizaram uma greve de cinco dias. A Polícia Civil foi uma das que aderiu à mobilização.

“Sentimos vergonha por não podermos honrar nossos compromissos, com nossos familiares que estão passando necessidade, com o comércio e com a população também”, falou ao G1 o escrivão de polícia da Associação dos policiais civis de Santiago, Bruno Pinto Dorneles.

Outras categorias levaram faixas e cartazes. Em frente ao palanque oficial do desfile, eles fizeram um minuto de silêncio.

Outros atos no interior

Em outras cidades gaúchas, as comemorações do Dia da Independência do Brasil também sofreram alteração.

Mesmo sendo a cidade gaúcha com maior concentração de militares, no desfile de Santa Maria, também na Região Central, apenas as bandas militares e de escolas municipais participam das celebrações da Semana da Pátria. Ainda durante a madrugada, mulheres dos policiais trancaram a saída das viaturas dos quartéis.

Os professores estaduais, em paralisação até sexta-feira (11), decidiram não levar os alunos ao desfile. Os bombeiros e policiais militares também não vão desfilar, alegando que é preciso dar segurança ao público. Para evitar risco de contaminação da doença mormo, cavalos não serão levados.

Em Passo Fundo, no Norte do estado, um protesto de servidores estaduais impediu a passagem de viaturas da Brigada Militar no acesso ao desfile. O Comando, então, decidiu cancelar a participação da corporação na programação.

Em Cruz Alta, no Noroeste, esposas de PMs desfilaram à frente das viaturas com cartazes de insatisfação com o governo do estado. Professores também protestaram, vestindo camisetas pretas. Em Ijuí, não houve desfile.

Em Santa Rosa, também no Noroeste, o desfile tradicional com a participação de diversas entidades foi cancelado pelo município como forma de reduzir despesas. Somente o 19° Regimento de Cavalaria Mecanizada participou.

Em Uruguaiana, familiares de bombeiros trancaram acesso ao quartel (Foto: Reprodução/RBS TV)Em Uruguaiana, familiares de bombeiros trancaram acesso ao quartel (Foto: Reprodução/RBS TV)

Em Uruguaiana, na Fronteira Oeste, cerca de 20 pessoas, entre familiares e amigos de bombeiros, trancaram o acesso ao quartel pela manhã para impedir a participação dos soldados no desfile no município. O portão é liberado somente para atendimento de ocorrências.

Em Santana do Livramento, na mesma região, membros da associação que representa a Brigada Militar, agentes da Susepe e familiares dos servidores estão bloqueando a saída do quartel do Corpo de Bombeiros. De acordo com informações da organização do protesto, o ato é também pelo parcelamento dos salários, mas é principalmente para impedir que as viaturas saiam para o desfile.

Segundo eles, a verba para combustível está reduzida e a intenção é evitar que a gasolina que é para ser usada em deslocamentos de emergência, seja “desperdiçada” com o desfile.

Apesar do ato, o desfile da Independência foi mantido pelo Exército. PMS realizam o policiamento e escolas estaduais e municipais também participam.

Desfile 7 de setembro em Porto Alegre (RS) (Foto: Reprodução/RBS TV)Desfile de 7 de setembro em Porto Alegre começou

às 10h (Foto: Reprodução/RBS TV)

Em Bagé, na campanha, o desfile começa às 13h. A Polícia Civil ainda não decidiu se vai participar, os bombeiros confirmaram presença. A Brigada Militar diz que não desfila, mas vai fazer o policiamento do evento.

Em Porto Alegre, o desfile começou normalmente, com a cerimônia de recepção às 10h. A estimativa é reunir cerca de 4,8 mil pessoas, entre civis e militares.

São mais de 200 viaturas, incluindo os blindados do Exército, e as viaturas da Marinha, Exército, Aeronáutica, Brigada Militar, Corpo de Bombeiros, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil, EPTC e Guarda Municipal. G1 RS

 

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