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Penúltima Página JC, crônicas Alaides Garcia dos Santos

Ainda corrupção…

A corrupção, numa definição simples, é o efeito ou ato de corromper alguém ou algo, com a finalidade de obter vantagens em relação aos outros por meios considerados ilegais e ilícitos. A ação de corromper pode ser entendida também como o resultado de subornar, dando dinheiro ou presentes para alguém em troca de benefícios especiais de interesse próprio. A corrupção é um meio ilegal de se conseguir algo, e sua prática está relacionada com a baixa instrução política da sociedade, que muitas vezes compactua com os sistemas corruptos. A corrupção na política pode estar presente em todos os níveis (federal, estadual e municipal), e em todos os poderes do governo, como no Legislativo, Executivo e Judiciário. No entanto, ela não existe apenas na política, mas também nas relações sociais humanas, como o trabalho, por exemplo.

Como se configura?

Para se configurar corrupção, é preciso de no mínimo dois atores: o corruptor e o corrompido, além dos coniventes e dos que fecham os olhos. O corruptor, é o que propõe uma ação ilegal para benefício próprio, de amigos ou de familiares, enquanto que o corrompido, é aquele que, apesar de saber que também está infringindo a lei, aceita a execução da ação em troca de dinheiro, presentes ou outros benefícios. E tem o conivente, o vistas grossas, espalhado em meio a sociedade em geral, que respalda com seu silêncio as atividades dos corruptos, sem ganhar nada em troca.

 

Aliás

A corrupção está impregnada na cultura brasileira, é o que se pode deduzir. Dia destes assisti, através de um vídeo, uma enquete de rua com a seguinte pergunta: “Você é a favor ou contra o impeachment de presidente Dilma?”. Os cerca de dez entrevistados foram taxativos em afirmar serem a favor do impeachment, porque “não há mais como conviver com tanta corrupção”. Na sequência, o entrevistador sob a alegação que precisava fechar a matéria e divulgar resultado favorável à presidente, ofereceu dinheiro, de R$ 50 a 200, para o entrevistado inverter a resposta quanto ao impeachment. Pasmem! Somente dois deles mantiveram a afirmativa, os demais, 80%, aceitaram a grana e mudaram a resposta. Quando souberam tratar-se apenas de um teste, alguns ficaram desconcertados, mas a maioria enfatizou que aceitou o dinheiro conscientemente, porque é assim que todos fazem. É a lamentável realidade!

 

Já parou pra pensar?

Que tal um exame de consciência e, se necessário, fazermos a mea-culpa. Será mesmo que somos todos corruptos, e por tabela, culpados pela bandalheira que políticos promovem com dinheiro público? É hora de agirmos. É preciso uma nova consciência, uma nova cultura fundada em valores éticos. E isso tem que nascer lá em casa, dentro de nossos lares, na família, dentro da escola, dentro principalmente da alma de cada cidadão, e chegar na esfera pública, nas instituições e todos os núcleos de decisões nos poderes constituídos. Aí, vale copiar Aristóteles: “quando o ocupante de um cargo superior age de maneira imoral, as pessoas se sentem autorizadas a agir da mesma forma”. Esse é um padrão de conduta que está arraigado no comportamento coletivo de tal modo que as pessoas nem se dão conta que estão sendo corruptas.

 

Indecisão ou barganha?

Por incrível que pareça, tem deputados federais que ainda estão indecisos, não sabem se votarão a favor ou contra o impeachment da presidente Dilma. Entre eles estão os parlamentares gaúchos Giovani Cherini e Pompeo de Mattos, ambos do PDT. Acredita nisso? Ora, deputado não pode ficar indeciso, em cima do muro, quando no exercício do seu mister. É preferível que ele tome decisão errada, mas a tome, do que dizer-se “indeciso”. Eles devem pertencer ao “centrão indeciso”, à espera do melhor benefício próprio, uma vez que sabem que seu voto poderá decidir o jogo para um lado ou outro.

 

A propósito

Está na rede social: Mensagem para o deputado Pompeo de Mattos (PDT/RS)

Senhor Deputado “Indeciso”

Tire o lenço Maragato e largue essa bandeira do Rio Grande. O senhor NÃO é digno de usá-los, se está "indeciso" com relação ao Impeachment. É um DESAFORO ver alguém usando um lenço da Revolução de 1835 e ficar em "dúvida" com relação aos petistas do Governo Central.

Dr.Milton Pires

 

Não falar mal de político

Tramita na câmara dos deputados um projeto de lei que objetiva identificar usuários e provedores, portais e redes sociais que hospedem conteúdo difamatório e ofensivo contra políticos, a fim de responsabilizá-los criminalmente, prevendo pena de até seis anos de reclusão. Esse projeto abre portas para que qualquer parlamentar cale a boca de quem, mesmo dentro do jogo da democracia, diga algo que o incomode. Não tenho dúvidas que isso vem piorar ainda mais a já desgastada imagem do Legislativo junto à população. É notório que em todas as esferas e em todos os rincões do país, vemos parlamentares (de senador a vereador) tentando silenciar aqueles que, mesmo munidos de provas irrefutáveis, dizem coisas contrárias a eles. Se virar lei, esse tipo de pressão tende a aumentar drasticamente, pois o parlamentar se sentirá amparado em uma lei que lhe dá poder de punir os autores daquilo que não gosta, mesmo sendo verdade.

 

Ciências Políticas

Denunciado pelo Ministério Público, em ação penal por suposta organização criminosa ao se apropriar de diárias, manter funcionários fantasmas, exigir o repasse de parte de salários e de verbas indenizatórias de servidores, usar documentos falsos e lavar dinheiro, além de procedimento administrativo a que responde na Comissão de Ética da Assembleia Legislativa, podendo ter o mandato cassado, o deputado Mário Jardel (PSD) é autor de um projeto de lei incluindo a disciplina de “Ciências Políticas” no ensino médio. Na justificativa do projeto Jardel pondera que a medida visa formar nos jovens e futuros adultos um conhecimento mais amplo sobre o tema em busca da mais plena cidadania. Estranho! Tema dessa natureza, certamente, não é de interesse de nenhum político, muito menos de um Jardel que se elegeu justamente pela falta de conhecimento e consciência política do eleitor; aliás, o que eles mais querem é o contrário, a ignorância das pessoas sobre a política. Creio que a proposta de Jardel visa, sim, é maquiar e amenizar sua situação perante a opinião pública. Não vai colar. 

 

Diárias dos vereadores

Veja bem, os vereadores de Santo Augusto brigaram tanto com o então presidente do legislativo no início do ano passado por causa da limitação de gastos com diárias, mas parece que ao final todos se conscientizaram de que a medida foi correta. Acompanhe a evolução nos gastos dos atuais vereadores com diárias de viagem:

Vereador

2013/2014

2015

2016/Até março

Total

Carolina Langner

R$ 1.000,00

R$ 1.050,00

———————-

R$ 2.050,00

Juarez Speroni

R$ 14.135,00

R$ 900,00

———————-

R$ 15.035,00

João Carvalho

R$ 6.306,25

R$ 1.025,00

———————-

R$ 7.331,25

Tânia Depiere

R$ 6.200,00

R$ 900,00

———————-

R$ 7.100,00

Margarete Melo

R$ 3.424,00

R$ 2.100,00

———————-

R$ 5.524,00

Horácio Dorneles

R$ 500,00

R$ 3.200,00

———————-

R$ 3.700,00

Marcelo Both

R$ 6.675,00

R$ 3.400,00

———————-

R$ 10.075,00

Joel da Rosa

R$ 6.800,00

R$ 2.200,00

———————-

R$ 9.000,00

Ultramar de Souza

R$ 10.500,00

R$ 3.250,00

R$ 1.120,00

R$ 14.870,00

Total

R$ 55.540,25

R$ 18.025,00

R$ 1.120,00

R$ 74.685,25

Como se observa, houve uma extraordinária redução nos gastos com diárias em 2015 e, nos primeiros três meses deste ano o gasto é zero, à exceção do presidente que gastou R$ 1.120,00. São os próprios vereadores provando que o povo está com a razão quando critica a gastança desenfreada com a “farra das diárias”. Com certeza, a diminuição de gastos com diárias traz muito mais benefícios aos munícipes do que aquela história sem fundamento de que as viagens são em benefício da população. Essa mania da esperteza e de subestimar a inteligência das pessoas já não cola mais. 

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