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PARA RESGATAR A HISTÓRIA DA FUNDATURVO QUANDO COMPLETA 21 ANOS, O ENGENHEIRO CIVIL EUGÊNIO FRIZZO ESCREVEU E PUBLICA NO JORNAL O CELEIRO, SEMANALMENTE, A PARTIR DE 04.08.2017, ATÉ O MÊS DE DEZEMBRO, UMA SÉRIE DE ARTIGOS.

 

PUBLICAÇÕES DO MÊS DE AGOSTO

 

FUNTURVO 21 ANOS

ARTIGO 01 JC – 04.08.17

 

O RESGATE DE UMA CAMINHADA

Foi através de uma visão do mundo baseada na corrente de pensamento iluminista que a Fundação buscou inspiração e forças para realizar seus objetivos. O pensamento iluminista foi um movimento sócio cultural que teve início no século XIII, na França, no qual a tese principal era a de que o desenvolvimento harmonioso do mundo seria possível através do saber e cultura acessível a todas as pessoas. Em resumo: diante de um problema, com o saber e o pensar esse problema poderia ser resolvido.

A chama que iluminou o grupo de voluntários que criou e administrou a Fundação neste período de tempo, e, de forma especial nos primeiros 10 anos, foi de crer na sua concretização, mesmo que estivéssemos em uma região esquecida e abandonada pelos governos e que tivéssemos que vencer barreiras consideradas na época intransponíveis para alguns. Os sonhos foram se tornando realidade a medida que o trabalho forte do grupo foi avançando no tempo e superando esses obstáculos.

Dois fatores foram primordiais nos embates mantidos com governos e lideranças de visões diferentes: uma de que o projeto proposto tinha justificativas plenamente sustentáveis e incontestes, de forma a romper as barreiras da falta de oportunidades que a região enfrentava para obter o seu desenvolvimento. O outro fator foi a incansável capacidade do grupo de reunir, conduzir e sustentar, com sua credibilidade, em todas as esferas de governo e sociedade, o direito que tínhamos de ter em nossa região projetos com capacidade transformadora como é o caso de nossa Escola Federal.

Assim, decorridos 21 anos do início desta saga desenvolvimentista, a Fundação julga oportuno que seja feito um resgate mais detalhado desta caminhada, relembrando e revisitando documentos, arquivos, fotos, projetos, relatórios e memórias daqueles que participaram, para registrar como ocorreu esta conquista, e que também sirva de estímulo a outros idealistas a lançarem-se em projetos apropriados para o desenvolvimento de suas comunidades.

Dessa forma, neste segundo semestre de 2017 a Fundação irá promover atos culturais e encontros com a comunidade para dar a publicidade daqueles acontecimentos que levaram a concretização de projetos que perdurarão para sempre em nosso município e região.

Além da publicação em meios de comunicação de nossa região, ocorrerá uma exposição de banners relativos às atividades da Fundação, reuniões com instituidores e se tudo der certo, ao final do ano será publicado um Caderno Histórico com o registro de todos esses fatos.

Semanalmente, todos estão convidados a acompanhar pelo Jornal o Celeiro a publicação de uma coluna que relatará passagens importantes ocorridas ao longo dos 21 anos de Fundaturvo/DS

Eng. Civil Eugenio Frizzo – Vice-presidente da Fundaturvo/ds e Editor da Coluna.

 

NOTA: por uma deferência especial da Direção do Jornal O Celeiro, na pessoa de seu Diretor Pedro Valmor Marodin, será publicada uma coluna no JC, na edição semanal, até o dia 29 de dezembro. A Fundaturvo/DS, registra e agradece a mais este serviço prestado pelo JC ao desenvolvimento de nossa amada região Celeiro e especialmente Santo Augusto.

 

 

FUNDATURVO 21 ANOS

ARTIGO 02 JC – 11.08.17

 

A REGIÃO NO FINAL DO SECULO XX

 

Desenvolver um tema tão amplo como a citado acima, não será possível neste curto espaço de jornal, portanto iremos focar nas questões mais imediatas.

A região Celeiro, nesta época, vinha encerrando um ciclo de equilíbrio econômico, no qual a população tendia a se estabilizar limitada pela estabilidade na geração de renda do setor primário.

No setor primário estava em início a geração de um novo modelo tecnológico no qual se previa um aumento da produtividade e uma redução dos lucros deste elo da cadeia do agronegócio, com isso exigindo um novo reposicionamento de lideranças políticas, empresários e das pessoas que trabalham nesta região.

As previsões de que a distribuição da renda na cadeia do agronegócio, que na época era de 20% para produção, 35 % para a indústria e 45 % para o comércio, chagaria nos anos 2020 a 10% para produção, 40% para a indústria e 50% para o comércio, indicadores que estão se confirmando atualmente.

Nessa perspectiva era óbvio que as continuidades das atividades de produção seriam cada vez mais excludentes em termos de oportunidades de trabalho e renda para a população regional e, que com isso tenderia a buscar novas oportunidades em outras regiões, situação que já vinha ocorrendo desde a década de 1970.

Este era e ainda deveria ser, um dos grandes questionamentos feitos nos fóruns locais e regionais de desenvolvimento. O primeiro ponto é de que a região tem elevados investimentos na formação de jovens com boa saúde e formação e, quando estão aptos ao trabalho migram para outras regiões por não terem oportunidade de trabalho por aqui. Quanto é investido na formação desses jovens, que vão para outras locais e lá se aprestam para trabalhar sem qualquer custo a aquelas comunidades? Para a região ficam os custos de todas a caminhada dos jovens, a redução de trabalhadores na faixa de produção e o custo da manutenção de camadas da sociedade mais idosa que já não tem grande produtividade.

A outra questão que aparece nas análises mais criteriosas é a incapacidade da região em avançar no sentido de industrializar a nossa produção e com isso ampliar renda do setor primário, entrando nos ganhos elevados dos processos industriais, obtendo melhor rentabilidade e agregando mão de obra disponível na região.

Para enfrentar esses desafios de melhorar a renda regional e manter nossos jovens, muitas ações devem ser tomadas por pessoas, famílias, governos, empresas, enfim por toda a região para tratar de mudanças abrangentes que resultaram de muitos debates, tempo e trabalho bem encaminhado.

É neste contexto que a Fundaturvo/DS surgiu em 2001 e trabalhou neste período com projetos incluídos nestas grandes questões, buscando por um lado a ampliação da base cientifica da região através de implantação de uma instituição educacional federal padrão, hoje denominada de IF Farroupilha – Campus Santo Augusto e de um Projeto Regional de Fruticultura que visava a diversificação de culturas e criação de oportunidade de trabalho aos egressos da Escola e tantos outros residentes na região celeiro que não gostariam de ter que abandonar sua terra em busca de oportunidade de viver com dignidade.

 

Eng. Civil Eugenio Frizzo – Vice-presidente da Fundaturvo/ds e Editor da Coluna.

 

 

                     FUNDATURVO 21 ANOS

                        ARTIGO 03 JC – 18.08.17

 

            ARTICULAÇÕES DO PROJETO

                        Tão logo a iniciativa de criar uma Escola Técnica em Santo Augusto foi publicada pelos órgãos de imprensa regional, iniciaram-se os debates sobre que tipo de escola se buscava e sobretudo sobre as reais possibilidades de que esse sonho viesse a se tonar realidade.

                        Quando iniciaram os questionamentos a nível local, algumas lideranças políticas locais passaram a comentar informações depreciativas ao projeto, subavaliando a força que o mesmo poderia ter. Esses comentários foram superados pelo fato de que o projeto tratava de uma questão estratégica, que é a ampliação do conhecimento, fator decisivo quando se pensa em planos de desenvolvimento.

                        Também por parte da região, houveram alguns questionamentos sobre a ousadia de Santo Augusto sediar um projeto deste porte, levando esse fato a uma disputa acirrada com a região costeira do Rio Uruguai.

                        As ações das lideranças do projeto, sempre firmes e oportunas, com o tempo conseguiram o apoio da maioria das lideranças regionais, que passaram a perceber Santo Augusto com mais viabilidade e sustentação local, regional e nacional. Neste tempo houveram longos embates nos bastidores em defesa do projeto Fundaturvo, que acabou sendo o contemplado pelo MEC, como os méritos de ter sido o melhor projeto apresentado e que acabou sendo eleito para a execução.

                        Naquela ocasião, através da diretoria da Fundação e, de forma especial pelo então prefeito de Santo Augusto Florisbaldo Polo, houve a formação de um verdadeiro batalhão que defendeu o projeto em todas as esferas de governo, através de debates, assinaturas de convenio de cooperação e ações políticas junto a parlamentares que representavam a região e que foram decisivas para o avanço do mesmo.

                        Em Santo Augusto foram movimentadas várias entidades como ACISA, Sindicato Rural, Sindicato Patronal, Lions Clube, Rotary Clube e outras entidades.

                        Vale ainda citar os prefeitos da região que estiveram firmes na missão de defender o projeto: Prefeito Maçalai de Chiapetta, Prefeito Jaci de Coronel Bicaco, Prefeito Evoli Neves de Inhacorá, Prefeito Bartsh de São Valério do Sul, Prefeito Valter Lopes de Sede Nova, Prefeito Zancan de Campo Novo, Prefeito Hermes de Braga, Prefeito Santi de Alegria, Prefeita Araci Irber de São Martinho, Prefeito Paschoal de Redentora, entre outros.

                        Na região a Fundação buscou apoio de organizações representativas como a Amuceleiro, Associação das Câmaras de Vereadores, Unijuí, Corede Celeiro e Cotrijuí.

                        No estado, foi buscado apoio na Secretaria de Educação através da Suepro, Emater, Farsul, Assembleia Legislativa, Embrapa de Pelotas, UFPEL, e outras organizações afins.

                        Foi com o apoio destas e de tantas outras pessoas e organizações que o projeto da Escola Técnica Profissional prosperou, cresceu e sobreviveu 10 anos até ser concretizado.

                        No que competia a Fundação nunca houve o abandono da ideia, apesar de todos os reveses que o projeto teve durante a fase de aceitação e consolidação, pois todos acreditavam que estavam trabalhando por uma causa nobre para a cidade e região e que todo o esforço feito seria pouco diante daquilo que a sua concretização representaria no futuro. Na época se trabalhou com o horizonte de 10 anos para sua concretização e de 15 anos para serem notadas as melhorias que o projeto iria proporcionar.

                        Como sustentação da viabilidade do projeto se trabalhou com a necessidade que a região tinha que ter uma escola voltada para as realidades econômicas e sociais locais e com ‘direito’ de receber retornos mais concreto dos impostos federais pagos pela nossa gente. Na época o único investimento regional federal em educação era na cidade de Frederico Westphalen.

Eng. Eugenio Frizzo – Vice-Presidente da Fundaturvo/DS e Editor da Coluna

                                              

 

FUNDATURVO 21 ANOS

ARTIGO 04 JC – 25.09.17

 

A EVOLUÇÃO DO PROJETO

                       

Como já nos referimos em outras oportunidades, foi no âmbito da Escola Cenecista de Santo Augusto que ocorreram os primeiros passos do projeto Fundaturvo. Foi durante o ano de 1997 quando a então diretoria discutia rumos para o futuro da Escola que surgiu a ideia de se buscar novos cursos e alternativas para a CNEC e consequentemente para o município e região.

Em audiência na cidade de Porto Alegre com o Professor Telmo Frantz, então Secretário de Ciência e Tecnologia do Estado, este nos informou que o MEC tinha um programa de melhoria para o ensino técnico chamado de PROEP. Naquela ocasião nos repassou um disquete com as diretrizes gerais do programa e nos solicitou que providenciássemos um projeto para ser apresentado ao Ministério da Educação, se dispondo a fazer a entrega do mesmo.

Retornamos a Santo Augusto com a ideia fixa de providenciar no projeto, que foi elaborado tendo como patrocinador a CNEC local, denominado de Projeto Novos Horizontes. Em 21/07/98 o projeto foi protocolado no MEC para análise. Por essa época o MEC passou a adotar a Metodologia do Banco Mundial para elaboração e aprovação dos projetos, já que este era o órgão financiador. Por esse motivo o projeto apresentado foi analisado e reprovado por não cumprir integralmente as normas do Banco Mundial.

Em 1999, já com as normas em mão, foram elaborados mais dois projetos, que não obtiveram sucesso porque as exigências previstas nas Cartas Consultas não puderam ser cumpridas pela CNEC. O último projeto apresentado teve apoio do Município de Santo Augusto e da Fundatec.

Durante o ano de 2000 os trabalhos foram marcaram pelo debate interno da inviabilidade de apresentar-se novas Cartas Consulta em nome de entidades que não conseguiam cumprir as normas do Banco Mundial

Em 2001 o grupo de trabalho resolveu apresentar uma Nova Carta Consulta em nome de uma entidade local que seria criada, se a carta fosse aceita, proposta já discutida e aprovada pelo MEC. Finalmente despois diversas idas a Brasília, no dia 26 de julho de 2001 recebemos a aprovação da referida Carta e a porta estava aberta para a continuidade do projeto. Fechou-se esta etapa no dia 13 de setembro, quando esteve em Santo Augusto a consultora do MEC Vera Maria Regina Bamberg, que em visita a cidade e após consulta pública aprovou a elaboração do projeto e a consequente criação da Fundaturvo.

Nesta longa caminhada o projeto obteve a colaboração de autoridades locais, regionais e Estaduais. No âmbito federal é justo ser citada a colaboração do então Deputado Federal Augusto Nardes, que sempre defendeu o projeto e esteve presente em audiência com o Ministro Paulo Renato e outros órgãos do MEC. A nível de município o então Prefeito Florisbaldo Polo foi um defensor e apoiador incontestável do projeto da Fundaturvo.

Este espaço não permite a citação de todos os que estivem envolvidos nesta etapa do projeto, assim como não permite e rememoração de momentos decisivos vividos por nós na discussão com técnicos sobre a viabilidade do projeto. Foram momentos difíceis, porém hoje sabemos que valeu a pena.

 

Eng. Eugenio Frizzo – Vice-Presidente da Fundaturvo/DS e Editor da Coluna.

 

 

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