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Onze perguntas sobre o assassinato de menino de 11 anos em Planalto

Casa onde menino foi encontrado morto no fim da tarde de segunda-feiraLauro Alves / Agencia RBS

confissão da mãe de Rafael Mateus Winques, 11 anos, de que matou o filho e escondeu o corpo não encerrou as dúvidas que cercam o caso. O crime, que começou a ser investigado como um desaparecimento, culminou na localização do corpo do menino na última segunda-feira (25) em Planalto, norte do Rio Grande do Sul. Alexandra Dougokenski, 32 anos, que está presa temporariamente, alegou à polícia que o garoto morreu de forma acidental e que ela agiu sozinha. A versão é averiguada pela polícia.

 

As análises que estão sendo realizadas pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP) são consideradas pelo delegado Ercílio Carletti essenciais para a investigação. A perícia inicial no corpo do menino apontou que ele foi morto por estrangulamento — havia uma corda no entorno do pescoço de Rafael. O IGP informou na tarde desta quarta-feira (27) que as perícias são tratadas com prioridade.

Neste momento, os peritos trabalham na elaboração do laudo do local do crime, onde são analisados todos os vestígios encontrados na cena. Além desse, está em andamento o laudo da necropsia e da análise toxicológica da amostra de sangue coletada no cadáver. Ela permitirá indicar se realmente houve ingestão do medicamento Diazepam, como a mãe afirmou.

Arquivo Pessoal / Divulgação
Rafael residia em Planalto com a mãe e o irmão
Arquivo Pessoal / Divulgação

O Departamento de Perícias Laboratoriais de Porto Alegre ainda está analisando as amostras que foram coletadas, com uso de luminol. No dia 22 de maio, uma semana após o menino desaparecer, foi realizada busca por vestígios na casa onde a criança vivia, na residência da avó e em um veículo. A previsão é de que os laudos sejam concluídos em até duas semanas.

A polícia solicitará ainda que seja realizada uma reprodução simulada dos fatos. A reconstituição permitiria, por exemplo, verificar se a mãe teria capacidade de sozinha arrastar o corpo do filho de dentro de casa até a garagem do imóvel vizinho, como relatou ter feito.

Confira 11 dúvidas que persistem sobre o caso:

O que motivou o crime?

Isto ainda é uma incógnita para a investigação. Se houve dolo (intenção de matar), a polícia ainda tenta descobrir o que motivou o assassinato. A mãe alega que não matou o menino intencionalmente, que só queria que ele dormisse e, por isso, ministrou dois comprimidos de Diazepam. O histórico da família não indica negligência ou maus tratos. Rafael costumava sempre ser visto pela cidade na companhia da mãe.

Rafael realmente foi dopado?

A causa da morte indicada pela perícia foi estrangulamento, mas ainda não ficou pronto o laudo da necropsia e da análise toxicológica da amostra de sangue coletada no cadáver. A polícia não descarta, no entanto, que o menino tenha sido dopado e depois estrangulado. Isso justificaria, segundo a investigação, o menino não ter reagido à asfixia e o fato do irmão de 17 anos afirmar não ter ouvido nada.

Susepe / Divulgação
Alexandra foi transferida de prisão nesta quarta-feiraSusepe / Divulgação

Há outros envolvidos?

A mãe afirma que fez tudo sozinha. A polícia ainda está averiguando isso. Durante o desaparecimento, sete pessoas foram investigadas. Entre elas, familiares e pessoas próximas da criança, que poderiam inclusive ter auxiliado na fuga do menino de casa — quando essa possibilidade ainda era apurada. Agora que o caso é tratado como homicídio, duas pessoas, além da mãe, ainda seguem sendo investigadas. A polícia, no entanto, diz que até o momento não tem elementos que indiquem de forma concreta que outras pessoas participaram.

A mãe poderia carregar o corpo sozinha?

A casa onde o menino foi encontrado fica próxima da residência da família. A distância é de cerca de cinco metros. Os policiais acreditam que ela poderia fazer este trajeto sozinha. Alexandra afirma que amarrou o corpo para poder puxá-lo até a garagem. Mas isso deverá ser verificado durante a reconstituição.

Se a morte foi acidental, por que não chamou socorro?

A defesa de Alexandra alega que, ao perceber que o filho estava morto, a mulher se desesperou e decidiu esconder o corpo para que não fosse acusada do crime. A polícia averigua ainda como ela podia ter certeza que o menino estava morto e não apenas adormecido.

Por que havia sinais de estrangulamento?

A perícia constatou que o menino foi morto por asfixia, provocada por estrangulamento. A mãe diz que não estrangulou a criança. A defesa alega que o estrangulamento pode ter acontecido no momento de transportar o corpo.

Há quanto tempo Rafael estava morto?

A mãe alega que a morte aconteceu na madrugada do dia 15 de maio, 10 dias antes do encontro do cadáver. Contudo, o corpo estava conservado e não havia cheiro — o que impediu que o local fosse descoberto antes. O laudo da necropsia deve indicar o tempo aproximado da morte. Mas preliminarmente a polícia consultou os peritos no local e eles informaram que a preservação do corpo poderia se justificar pela temperatura baixa dos últimos dias e pelo fato de que estava dentro de uma caixa de papelão.

Por que não foi localizado antes?

O cadáver de Rafael foi encontrado enrolado em um lençol, dentro da caixa de papelão, na garagem da casa vizinha. Estava coberto por sacolas e havia um tapume branco que encobria a visibilidade de quem passava na rua. Os moradores da casa estavam em viagem há algumas semanas.

Por que havia cartuchos de arma de fogo no local onde foi achado o corpo?

Na garagem da casa onde estava o corpo de Rafael, havia estojos de espingarda, que ainda podem ser vistos no local. Segundo a Polícia Civil, não há relação com a morte do menino e nem com outro crime, por isso, não foram recolhidos. Eles eram usados pela moradora para enrolar linhas de costura.

Por que a prisão da mãe é temporária?

Segundo a polícia, a prisão foi pedida de forma temporária — de 30 dias — para que a atuação da mulher no homicídio seja apurada. Mas, dependendo do que for verificado, poderá ser solicitada a prisão preventiva, que, neste caso, não tem prazo determinado.

O crime foi premeditado?

É uma dúvida para a qual a polícia ainda não tem resposta, mas é uma das possibilidades investigadas.

Gauchazh

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