Presidente aproveitou discurso para criticar indiretamente Lula, seu principal rival na corrida presidencial
Por Paulo Egídio
Presidente, ao lado do governador Ranolfo Vieira Júnior, cumprimenta o público presente no Parque de Exposições Assis Brasil
O presidente da República e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) participou nesta sexta-feira (2) da cerimônia de abertura oficial da 45ª edição da Expointer, em Esteio. Foi o primeiro evento dele em solo gaúcho desde o início da campanha eleitoral.
Em seu pronunciamento de pouco mais de cinco minutos, o presidente exaltou os produtores rurais, afirmando que a agricultura garante segurança alimentar e divisas para o Brasil:
— A vocês do campo mais que gratidão, o reconhecimento pelo trabalho de todos vocês. Cada vez mais queremos que vocês tenham independência e liberdade para trabalhar e produzir — afirmou o presidente, vestindo um agasalho amarelo do Banco do Brasil.
Bolsonaro também fez críticas indiretas a seu principal adversário na corrida presidencial, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele mencionou iniciativas de seu governo que facilitaram o porte de armas no campo e disse que sua gestão entregou mais de 400 mil títulos de propriedade no campo.
— Curiosidade apenas: só nesses primeiros oito meses de 2022 entregamos mais títulos que o bandido lá atrás entregou em oito anos — afirmou, em referência a Lula.
Ao final, destacou que “a família é importantíssima para a sociedade” e discursou contra a legalização das drogas, a descriminalização do aborto e a discussão sobre “ideologia de gênero”.
— Somos um país majoritariamente cristão e não admitiremos qualquer retrocesso nessa área, porque temos o povo e Deus ao nosso lado — arrematou o presidente.
Antes da manifestação de Bolsonaro, o presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Gedeão Pereira, fez discurso de apoio ao político.
— O campo não é direitista, muito menos fascista. O campo é bolsonarista — bradou Gedeão, que encerrou sua rápida fala entoando o bordão “mito, mito, mito”.
Em sua intervenção, o governador Ranolfo Vieira Júnior saudou a presença de Bolsonaro e disse que a Expointer expressa a “alma gaúcha”.
— Estamos estimando que sejam encaminhados negócios que cheguem a algo entre R$ 3,5 bilhões e R$ 4 bilhões. A projeção reflete sinais do mercado, aquecido por inovações tecnológicas cada vez mais rápidas — destacou Ranolfo.
Diferente de outros eventos nos quais participou junto de Bolsonaro, Ranolfo não foi apupado pela plateia. Ele recebeu algumas vaias e reclamações em razão da extensão do discurso, mas o conteúdo do pronunciamento não foi contestado pelos apoiadores do presidente. Ao final, ganhou aplausos ao saudar ” o agro gaúcho e brasileiro”.
Bolsonaro desembarcou na Base Aérea de Canoas e, em seguida, tomou o helicóptero em direção ao Parque de Exposições Assis Brasil. A chegada dele, acompanhado do governador Ranolfo, foi anunciada às 10h5min.
Ao chegar à tribuna, cumprimentou autoridades e saudou o público de mãos dadas com o vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos), candidato ao Senado pelo Rio Grande do Sul.
Depois de discursar, o presidente percorreu a feira cumprimentando e tirando fotografias com apoiadores. A seu lado, estavam Onyx Lorenzoni (PL) e Luis Carlos Heinze (PP), candidatos ao governo do Estado que brigam pelo voto bolsonarista.
GZH