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MP pede reabertura do inquérito sobre morte da mãe de Bernardo

Carta de suicídio da mãe do menino Bernardo foi forjada, dizem peritos (Foto: Reprodução/TV Globo)

O Ministério Público de Três Passos, Região Noroeste do Rio Grande do Sul, pediu nesta segunda-feira (18) à Justiça a reabertura do inquérito policial instaurado para apurar as circunstâncias da morte de Odilaine Uglione, mãe do menino Bernardo Boldrini, assassinado aos 11 anos em abril do ano passado.

Ela foi encontrada morta em fevereiro de 2010 na clínica do então marido, o médico Leandro Boldrini, com um tiro de arma de fogo. Na época, a polícia concluiu que Odilaine cometeu suicídio, mas perícias particulares feitas a pedido da família levantaram a suspeita de que ela possa ter sido assassinada por Leandro Boldrini.

O pai de Bernardo está preso há quase um ano e é réu pela morte do menino. Também são acusados a madrasta do garoto, Graciele Ugulini, e os irmãos Edelvânia Wirganovicz e Evandro Wirganovicz. Os quatro respondem por homicídio qualificado e ocultação de cadáver, entre outros crimes.

Após nova versão para o fato, o MP viu a necessidade de confrontar, por diligências oficiais, as perícias particulares juntadas aos autos, que foram realizadas a pedido da mãe da vítima. Na suposta nova versão, é imputada à secretária do consultório a confecção da carta suicida de Odilaine e, inclusive, colocada uma terceira pessoa dentro da sala de atendimento em que ocorreu o fato, onde, em tese, estariam apenas Leandro e Odilaine.

Com o pedido de reabertura do inquérito, o MP encaminhou requisição de diversas diligências à polícia, em especial realização de perícia grafodocumentoscópica (quando se examina a grafia de um documento para avaliar autenticidade ou falsidade) na carta suicida, reprodução simulada dos fatos, depoimento de pessoas que estavam no consultório na data e horário do fato e que compareceram ao local depois e complementação de perícia já realizada, entre outras diligências.

O pedido será analisado pelo Poder Judiciário. Caso seja deferido, os autos do inquérito policial serão encaminhados à Delegacia de Polícia para o prosseguimento das investigações e cumprimento das requisições do MP.

Bernardo Boldrini RS (Foto: Reprodução/RBS TV)Bernardo Boldrini foi assassinado em 2014

(Foto: Reprodução/RBS TV)

Relembre o caso

– Bernardo Boldrini foi visto vivo pela última vez no dia 4 de abril de 2014 por um policial rodoviário. No início da tarde, Graciele foi multada por excesso de velocidade. A infração foi registrada na ERS-472, em um trecho entre os municípios de Tenente Portela e Palmitinho. A mulher trafegava a 117 km/h e seguia em direção a Frederico Westphalen. O Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM) disse que ela estava acompanhada do menino.

– Um vídeo divulgado em maio do ano passado mostra os últimos momentos de Bernardo. Ele aparece deixando a caminhonete da madrasta, Graciele Ugulini, e saindo com ela e com a assistente social Edelvânia Wirganovicz. Horas depois, as duas retornam sem Bernardo para o mesmo local.

– O corpo de Bernardo foi encontrado no dia 14 de abril de 2014, enterrado em um matagal na área rural de Frederico Westphalen.

– Segundo as investigações da Polícia Civil, Bernardo foi morto com uma superdosagem do sedativo midazolan. Graciele e Edelvânia teriam dado o remédio que causou a morte do garoto e depois teriam recebido a ajuda de Evandro para enterrar o corpo. A denúncia do Ministério Público apontou que Leandro Boldrini atuou no crime de homicídio e ocultação de cadáver como mentor, juntamente com Graciele. Conforme a polícia, ele também auxiliou na compra do remédio em comprimidos, fornecendo a receita. A defesa do pai nega.

– Em vídeo divulgado pela defesa de Edelvânia, ela muda sua versão sobre o crime. Nas imagens, ela aparece ao lado do advogado e diz que a criança morreu por causa do excesso de medicamentos dados pela madrasta. Na época em que ocorreram as prisões, Edelvânia havia dito à polícia que a morte se deu por uma injeção letal e que, em seguida, ela e a amiga Graciele jogaram soda cáustica sobre o corpo. A mulher ainda diz que o irmão, Evandro Wirganovicz, é inocente. G1

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