Grupo citou a operação autorizada pelo ministro contra empresários a favor do governo
O presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, durante observação do Teste de Integridade das urnas eletrônicas - 15/09/2022 | Foto: Tom Molina/Estadão
Um grupo de 131 delegados aposentados da Polícia Federal (PF) protocolou uma notícia-crime contra Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e o delegado Fábio Alvarez Shor, da Diretoria de Inteligência da PF, por abuso de autoridade. O documento chegou ao Ministério Público Federal há cinco dias. A quantidade de signatários foi informada pelo portal Metrópoles.
Os delegados pedem a abertura de um inquérito para apurar irregularidades durante a operação da PF contra oito empresários pró-governo, autorizada por Moraes, em virtude de um suposto golpe de Estado por meio do WhatsApp.
“São inacreditáveis as fundamentações dos argumentos do ministro Alexandre de Moraes para enquadrar os oito empresários como sendo líderes de organização criminosa”, afirmaram os delegados. “Há nítido caráter político-partidário nas ações de Moraes. Solicitamos providências cabíveis, em face da possível suspeição do ministro para o exercício de suas funções na presidência do Tribunal Superior Eleitoral, por lhe faltar a imparcialidade necessária.”
Os delegados reforçam ainda o “viés político da operação”: “Parte das mencionadas medidas teria sido solicitada pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede), coordenador da campanha do candidato Lula à Presidência da República, e outros representantes de um dos espectros do embate político”.
O grupo também pede a anulação da investigação contra os oito empresários. Sobre o delegado Fábio Shor, os requerentes alegam ser “inadmissível desconhecer que os investigados não possuem foro privilegiado”. “Existe algum motivo especial para a autoridade policial ficar indiferente a esses conhecimentos?”, interpelou a notícia-crime.
Revista Oeste