Por Agência Estado
A filiação ao PSD do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, movimenta as articulações para postulantes ao cargo nas eleições de 2026. Leite quer fazer de seu vice, Gabriel Souza (MDB), candidato ao cargo máximo do executivo do Estado. Enquanto Edegar Pretto (PT), rival de Lite no último pleito busca alianças para fortalecer candidatura ampla. Já o PDT corre por fora com o discurso contrário a polarização de Juliana Brizola.
“Nós vamos buscar dar continuidade a esse projeto, […] inclusive o MDB, que tem o nosso vice-governador altamente capacitado e credenciado para ser o líder desse projeto. A minha opinião pessoal é de que ele deve ser o líder”, disse Leite sobre a eleição estadual em entrevista coletiva após a cerimônia de assinatura de filiação ao PSD, em São Paulo.
O comandante nacional do PSD, Gilberto Kassab, que garantiu a pré-candidatura à Presidência para Leite, deu carta branca para que a indicação de Souza no RS. Caso venha a se candidatar, o governador deve deixar o cargo em abril do próximo ano, seis meses antes das eleições presidenciais, ficando com o vice a missão de concluir o mandato.
Questionado pelo Estadão sobre a possível candidatura a governador do Estado, Gabriel Souza afirmou por meio de nota que, neste momento, sua prioridade é “ajudar o governador a concluir as entregas relacionadas à reconstrução do Rio Grande do Sul, que ainda está em andamento”.
Acrescentou que tem total compromisso com o projeto liderado por Leite desde quando atuou como deputado estadual. “As discussões eleitorais ficarão para o próximo ano, quando as decisões serão tomadas”, escreveu.
Na última eleição estadual, a diferença entre Pretto e Leite foi de pouco mais de 2,5 mil votos. “Lembro que o Rio Grande do Sul foi o último Estado a definir o segundo turno, porque, até a meia-noite, eu tinha chance de passar o Leite”, diz Pretto. Ele não conseguiu votos para ir ao segundo turno.
Pretto, que foi deputado Estadual e presidente da Assembleia Legislativa, não descarta voltar a disputar a cadeira de governador. Sua vontade é de dialogar e formar uma aliança que represente o “campo popular e democrático” do Estado.
A prioridade, segundo ele, é fortalecer a aliança com o PSB, partido de que faz parte o vice-presidente da república, Geraldo Alckmin. O partido não estava aliado com Pretto em 2022, aspecto que, para ele, pode ter influenciado no desfecho daquele pleito.
Pretto não vê possibilidade de se aliar com Gabriel Souza no âmbito estadual. Mesmo que o MDB faça parte da base do governo federal, não tem histórico de cooperação no RS.
Já o PDT conta com um nome que ressoa entre os mais saudosistas do partido e que teve desempenho surpreendente na eleição de 2024 para a prefeitura de porto alegre: Juliana Brizola. A neta do ex-governador Leonel Brizola ficou em terceiro lugar na disputa pela capital do Estado, mas levou quase 20% dos votos daquele primeiro turno, apenas 6% a menos que Maria do Rosário (PT), que disputou o segundo turno com Sebastião Melo (MDB), eleito.
Juliana define a eleição de 24 com um “marco” em sua trajetória. Para ela, a população se mostrou cansada da polarização política e do ódio. “Mostramos para as pessoas que é preciso colocar o trabalho acima da política, a vida acima da política e a política no seu devido lugar, que é servindo às pessoas”, afirmou Juliana.
Ela confirma que colocou seu nome à disposição do partido como pré-candidata ao governo do Estado. Afirma que está em conversas com “todas as forças políticas” do Estado, inclusive tendo tratado recentemente com o governador Eduardo Leite. “Meu objetivo é construir um caminho que esteja mais preocupado com as soluções que a nossa gente precisa do que com disputas ideológicas”, destacou.
Sem dar mais pistas, Juliana Brizola não descarta a possibilidade de compor chapa como vice de outros candidatos, reforçando que tomaria tal caminho “com o mesmo espírito de diálogo e união”.