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Governo anuncia Emerson Wendt como novo chefe da Polícia Civil

Guilherme Wondracek foi informado sobre a exoneração pelo secretário de Segurança, Wantuir Jacini, nesta quarta-feira

 
 
Adriana Irion

Um dia depois da divulgação dos números sobre a criminalidade no Estado, que mostra crescimento de 70% nos homicídios em 10 anos, o chefe de Polícia Civil no Estado, Guilherme Wondracek, foi demitido do cargo nesta quarta-feira. Em seu lugar foi confirmado o atual diretor do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc), Emerson Wendt.

Preocupado com a publicidade negativa envolvendo os dados da Segurança Pública e confiante no trabalho do secretário Wantuir Jacini, o governador José Ivo Sartori teria tomado a decisão para promover um fato novo na área, que amarga com a falta de investimentos e nomeações de pessoal. Jacini também é pressionado por integrantes do governo e de aliados em razão da situação da segurança pública, criticada pela população. Segundo integrantes do alto escalão do governo, a troca de comando visa a ter alguém no cargo com um perfil mais voltado ao combate ao tráfico de drogas. Técnico, Wendt é conhecido publicamente por sua especialidade em crimes cibernéticos.

Sobre os motivos para a troca, conforme Wondracek, Jacini falou do interesse por alguém mais "operacional" na área de entorpecentes. O secretário também queixou-se do aumento dos números da criminalidade. O delegado afirma que, em 2015, a corporação prendeu mais e enviou mais inquéritos à Justiça do que no ano anterior, mas ainda assim crimes graves seguem em alta.

Entre delegados graduados há um sentimento de que o atual governo desguarneceu a área da segurança.

— No governo passado havia promoções, pagamento de horas extras, os policiais estavam motivados. Agora, está bem difícil — analisou um delegado.

Outro incômodo com Wondracek era o fato de ter sido ligado ao governo passado, além de ser resistente a questões como transferências de caráter "político", como ele mesmo confirma:

— Eu dizia muito não. Vem um secretário de Estado e pede para tirar de uma cidade com 7 mil policiais um servidor e mandar para outra com 30 mil só por questão política. Não é técnico. Um chefe de polícia não terá autonomia enquanto a SSP existir nos moldes como é ou enquanto a polícia estiver submetida a vontades políticas.

Wondracek estava à frente da chefia de Polícia desde março de 2014, com 24 anos na corporação. Ele havia substituído o delegado Ranolfo Vieira Junior, que ocupava o cargo desde o início do governo Tarso Genro e decidiu se licenciar para concorrer a deputado estadual pelo PTB — não foi eleito.

Há pelo menos cinco meses Wondracek recebia sinais de que poderia sair do cargo. Nessa época, um delegado ligado a ele, diretor de departamento na Polícia Civil, foi sondado por integrantes da SSP para assumir o lugar do chefe na virada do ano. O convidado recusou e contou a Wondracek.

— Nós últimos tempos, por conta de boatos, falei com o secretário sobre isso duas vezes, e ele negou intenção em mexer na chefia. Há um mês, falei novamente, já que estava para sair de férias. E ele disse que não tinha nada — diz Wondracek.

Uma outra troca também foi feita na Brigada Militar. O novo subcomandante-geral será o coronel Andreis Silvio Dal Lago, no lugar de Paulo Moacir Stocker dos Santos, que se aposentou.

Diário Gaúcho

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