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Fatos em Foco 09.04.2015

                                                              Alaides Garcia dos Satos

 

Que estranho!

Estranhamente, medidas que deveriam ser reconhecidas como louváveis, adotadas pelo vereador Horácio, presidente do legislativo de Santo Augusto, visando economia aos cofres públicos e, por conseguinte virem ao encontro do interesse dos munícipes, provocaram verdadeiro alvoroço entre a quase totalidade dos demais vereadores que, inconformados dedicaram seus espaços no grande expediente das sessões ordinárias dos dias 30 de março e 6 de abril para, com veemência, criticarem o presidente, por ter ele limitado o número de diárias em no máximo 12, por vereador, durante o ano. Esse gesto de revolta dos edis deixa evidente a ganância que têm por receber diárias.

 

A que ponto se chega

Na sessão do dia 30 de março, o mais chorão foi o vereador Ultramar. Argumentou o sacrifício que os vereadores fazem saindo de Santo Augusto às 23h30min, tendo que dormir dentro do ônibus, para ir a Porto Alegre; lá têm despesas de hotel, comida, táxi, e que ninguém entre os vereadores bota o dinheiro das diárias no bolso. Disse que desde 2005 deixou de ser empresário para dedicar-se à vereança em prol do povo. Já na sessão do dia 6 de abril, quase todos os edis gastaram a integralidade do seu tempo reclamando e batendo em cima do presidente Horácio, não só por ele ter limitado o número máximo de diárias para cada vereador no presente ano legislativo, mas também pela forma como se expressou na sessão anterior, principalmente quando disse: “… me representa senhores vereadores, que hoje diária se parece a mamadeira, ‘representa que eu estou desmamando’, porque tá um choroteo por causa de diária”. Para mim, diária não pega bem, “quem quer fazer diária quer melhorar o salário, fazer um reforço no salário”, disse. Milindrados, os pares não aceitaram e foram ao ataque.

 

Qual é o retorno?

Além de ter limitado o número de diárias, o presidente Horácio também orientou aos vereadores que os valores gastos com diárias devem, sempre, reverter em algum benefício aos munícipes, com relatório circunstanciado e transparente sobre “o que foi buscado e o que foi trazido em benefício da população”, afinal é com dinheiro do contribuinte que são pagas as diárias. Mas é exatamente isso que está faltando, “o retorno aos munícipes sobre os valores gastos com diárias”. Por melhor que seja o curso, geralmente o único beneficiado é o vereador que o faz, haja vista que, apesar de ter adquirido algum conhecimento, nada muda em suas ações como vereador.

 

É assim que a banda toca

Ante a revolta manifestada em torno das diárias, os ilustres edis foram quase que unânimes em dizer que têm suas atividades profissionais e não dependem do salário de vereador e nem de diárias. Ora, isso é demagógico e hipócrita. Depender não dependem, mas, convenhamos, se não houvesse salário (subsídio) e gordo (três vezes ou mais acima da média salarial do trabalhador), quem desses chorões se candidataria ao cargo de vereador? Um dia destes conversando com um amigo meu, ouvi dele essa preciosidade: “tá valendo a pena ser vereador, o salário é bom”. É assim que a banda toca. O mais é balela. Tem gente que deixa da profissão para ser vereador. Ou não? 

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