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Falsa surpresa do governador Eduardo Leite

A tragédia que assola o Rio Grande do Sul nas últimas semanas já é uma das maiores de nossa história. Quase meia centena de mortos, milhares de desabrigados e desalojados. Diante do caos, o governador Eduardo Leite tem insistido no discurso de que as autoridades foram surpreendidas pela magnitude da tragédia. Primeiro, Leite jogou a responsabilidade para os modelos matemáticos de previsão dos institutos meteorológicos, que não teriam indicado o volume de chuva que atingiu o Estado. A Metsul Meteorologia não deixou por menos, divulgou uma nota dura, com links para notícias anteriores às chuvas, advertindo para a possibilidade de volumes acima de 300 mm na metade norte gaúcha. Não foi suficiente. Em entrevista à Globo News, Leite voltou a dizer que a chuva intensa não havia sido prevista. Foi então a vez do jornalista André Trigueiro, que acompanha a pauta ambiental há décadas, rebater o governador, lembrando que o discurso é o mesmo repetido por outros políticos, sempre que ocorre uma tragédia como essa. Leite não gostou, acusou o repórter de falta de empatia.

Desimportância

A surpresa do governador, entretanto, só pode se explicar pela desimportância que a pauta ambiental tem em sua gestão, e que não é surpresa nenhuma para quem acompanha de perto. Vejamos: Muito antes desse episódio, entre junho e julho de 2020, o RS e SC foram atingidos por dois ciclones-bomba, que causaram perdas de vidas humanas e grandes prejuízos materiais.

Na ocasião, o sistema de climatologia da UFRGS alertou que aquele era um cenário que vinha para ficar e até se intensificar nos próximos anos. Cabe perguntar, o que fez o governo do Estado a respeito? Quem acompanha sabe que a pauta ambiental não é exatamente um tema do qual o governo Leite se orgulhe.

Da chuva à seca, outro fenômeno climático que tem castigado os moradores do Estado nos últimos anos, sem que o poder público aja em tempo e à altura do que necessita a população, a natureza vem mostrando há anos e com cada vez mais intensidade que os governantes mantêm a opção de deixar a pauta ambiental em segundo plano.

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