Ex-funcionários de hospital de Ijuí são condenados por receptação de remédios contra câncer roubados em MG

Por Tamires Hanke, RBS TV
Duas pessoas foram presas em flagrante por suspeita de receptação qualificada. — Foto: Polícia Civil/Divulgação
Duas pessoas foram presas em flagrante por suspeita de receptação qualificada. — Foto: Polícia Civil/Divulgação

Dois ex-funcionários do Hospital de Caridade de Ijuí (HCI), no Noroeste do RS, foram condenados por receptação qualificada de medicamentos usados no tratamento contra o câncer.

A sentença foi publicada nesta semana, após um processo que tramitava desde 2019, quando uma carga de medicamentos para tratamento de câncer foi roubada em Minas Gerais. Relembre o caso abaixo.

Ivone Fátima Siqueira, ex-diretora financeira, e Edemar Ribeiro da Cruz, ex-coordenador de compras do hospital, receberam penas de 4 anos e 6 meses de reclusão em regime semiaberto. Eles poderão recorrer em liberdade.

A defesa dos condenados informou que respeita a decisão, mas vai recorrer. Disse ainda que pretende demonstrar a inocência dos réus no processo.

O ex-presidente da instituição, Cláudio Matte Martins, também respondia ao processo, mas foi absolvido por insuficiência de provas.

Relembre o caso

A investigação da Polícia Civil apontou que, em outubro de 2019, uma carga de medicamentos para tratamento de câncer foi roubada em Minas Gerais. Os produtos foram enviados a uma distribuidora não credenciada em Nova Iguaçu (RJ), de onde o hospital adquiriu os lotes por cerca de R$ 600 mil.

Cada caixa do medicamento tinha um selo holográfico, o que permitiu à polícia comprovar a origem ilícita. Na época, os dois funcionários foram presos preventivamente e liberados em seguida. O hospital afirmou ter sido surpreendido e afastou os envolvidos.

Funcionários de hospital de Ijuí são afastados em investigação de receptação de remédios

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Entendimento da Justiça

Segundo a sentença do juiz Eduardo Giovelli, ficou comprovado que os ex-funcionários foram alertados sobre a possível origem ilegal dos medicamentos e, mesmo assim, realizaram a compra.

A decisão também destacou que os remédios eram destinados a pacientes em situação de extrema vulnerabilidade. O hospital ficou desabastecido e houve aplicação do produto ilícito em alguns pacientes, sem comprovação de eficácia. Outros tiveram atrasos no tratamento.

O Hospital de Clínicas de Ijuí informou que não faz parte do processo judicial e que os envolvidos foram afastados da instituição em 2019.

Apreensão aconteceu na sexta-feira (1), em Ijuí. — Foto: Polícia Civil/Divulgação

Apreensão aconteceu na sexta-feira (1), em Ijuí. — Foto: Polícia Civil/Divulgação

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