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Estância Nerci Liberato, horto florestal, palco dos Rodeios Crioulos

Entrada da Estância de Rodeios

A Estância de Rodeios Nerci Liberato da Conceição, de propriedade do Centro de Tradições Gaúchas (CTG) Pompilio Silva, legalmente incluída como Patrimônio Cultural do Rio Grande do Sul, está situada a 15 quilômetros da sede municipal de Santo Augusto, no Km 77, margens da RS-155, no distrito de Pedro Paiva. O local ocupa uma área de 26,5 hectares, totalmente arborizada, com 45 mil árvores de espécies nativas, como a pitanga, guabiroba, cerejeira, guabiju e outras e, de madeiras de lei, como ipê, grápia, angico, guajuriva, canela, cedro, açoita cavalo, e outras; possui uma infraestrutura completa e bem planejada, com ruas, avenida (duas amplas alamedas), estacionamento para mais de dois mil veículos, redes de energia elétrica e hidráulica (inclusive nas centenas de terrenos disponibilizados para montagem de acampamentos e nas dezenas de casas e cabanas já edificadas por associados no local), banheiros, pavilhões amplos e confortáveis para exposições, apresentações artísticas e eventos sociais; cancha reta, pista para tiro de laço, gineteada, exposição de animais e outras atividades campeiras.

A Estância de Rodeios, local aprazível em meio à natureza, além de ser palco oficial dos tradicionais Rodeios Crioulos promovidos pelo CTG Pompilio Silva, sua patronagem sempre acolheu e cedeu gentilmente o espaço para inúmeros outros eventos, como a Festa Campeira Gaúcha, promovida pelo MTG, edições da Expofesa, Feicisa, shows artísticos de nível estadual e nacional, eventos sociais e culturais diversos, enfim.

Vista parcial da Avenida (alamedas), cujas vias abrangem toda a extensão da Estância.

Esta foto da Avenida, em sentido contrário a anterior, mostra uma das frondosas figueiras.

Pista de tiro de laço, com serventia para demais atividades campeiras. Em breve a arquibancada estará concluída para comodidade dos espectadores.

A cancha reta no interior da Estância oportuniza a prática do turfe, promovendo e incentivando corridas de cavalos.

Razões para visitar a Estância, e conhecer outros pontos turísticos de Santo Augusto

Além das atrações tradicionais que compõem a essência de um rodeio crioulo, existem outras razões também importantes que certamente servem de atração e justificam a vinda do visitante durante a festa tradicionalista. Lá mesmo, no interior da Estância existem outras atrações, uma vinculada ao conforto espiritual de peões e prendas, o santuário de São Francisco de Assis. Outra, o museu do “Seu Nerci”, uma riqueza cultural imensa, acumulando centenas de itens das mais diversas peças colecionadas paulatinamente ao longo dos anos, objetivando preservar usos, costumes e o modo de viver do gaúcho, do homem simples do campo.

Após a morte do “Seu Nerci”, no ano de 2013, os filhos assumiram a missão de zelar pelo museu que continua aberto à visitação pública durante as festas de rodeio. O responsável direto pelo museu é o filho TONICO (Antônio Luiz Liberato da Conceição), ao qual Seu Nerci, antes de morrer recomendou: “Cuida daquela casa e daquele museu, mantendo a minha história ali representada”, e “preservando aquele material que identifica o homem e as lides do campo, o nosso homem rural do Rio Grande de outrora”. Tonico diz que está atendendo e vai continuar atendendo ao pedido de seu pai (Seu Nerci), cuidando, melhorando o local e preservando o museu, assim como já catalogou boa parte do material e manterá aberto à visitação pública durante os eventos tradicionalistas na Estância. Também, desde que previamente agendada a visita, estará abrindo à visitação em quaisquer outras ocasiões, a exemplo do que vem fazendo, principalmente com escolas que visitam o local.

A seguir, algumas fotos para dar ideia do que seja o museu do Seu Nerci, bem como de outros pontos turísticos que podem ser visitados.

Seu Nerci dentro do Museu por ocasião de reportagem do JC em 20.02.2012

Diversidade de objetos rústicos que fazem parte do museu

Ainda no interior da Estância, há um ponto de conforto espiritual que pode ser visitado, a “Gruta São Francisco de Assis”.

Externamente, porém, próximos da Estância de Rodeios existem dois marcos históricos do município de Santo Augusto, dignos da visitação pública: O Cemitério dos Degolados, e a Sepultura do primeiro professor de Santo Augusto, Benedito de Castro.

O Cemitério dos Degolados é oficialmente “Patrimônio Histórico” e ponto turístico de Santo Augusto, fazendo parte da rota turística do Salto do Yucumã. Em 2015 foi remodelado e passou à denominação de Memorial dos Degolados, onde junto às sepulturas respectivas foram postos painéis contando trechos da história local envolvendo a Revolução de 1923. Neste local estão sepultadas oito pessoas que morreram a tiros e depois foram degoladas durante a batalha entre Maragatos e Chimangos.

Cemitério dos Degolados, agora remodelado.

Sepultura do primeiro professor de Santo Augusto, Benedito de Castro.

 Conta e história, que o professor Benedito de Castro era “escravo alforriado”, porém, nunca se soube de onde ele veio. Antes da existência de escola pública em Santo Augusto, Benedito de Castro foi professor, dando aulas nas casas dos que o contratavam e, então, ensinava os filhos dos colonos, de vizinhos e agregados, mais precisamente na área norte e oeste do município, cujo currículo escolar pelo qual se responsabilizava era ensinar a ler, escrever, executar as quatro operações e praticar a caligrafia.

Durante os movimentos revolucionários um fato marcou a presença do professor Benedito de Castro, pois coube a ele o sepultamento dos degolados, uma vez que não havia homens, por estarem nas “forças” ou escondidos, então o professor Benedito, juntamente com algumas mulheres e crianças, sepultou os mortos, para os quais, ele que era o capelão, rezou o “Terço das Excelências”, conta o historiador Odilon Gomes de Oliveira, que acrescenta: Benedito de Castro foi sepultado em área rural que foi de sua propriedade e cuja campa é assinalada por um coqueiro que ainda é preservado no local, situando-se no distrito de Pedro Paiva.

Local onde foi sepultado o professor Benedito de Castro

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