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Esporte Clube Internacional, pioneiro no esporte de Santo Augusto

 

Foi lá no longínquo 10 de janeiro de 1956, que um grupo de simpatizantes do esporte da modalidade futebol, reuniram-se nas dependências do Clube Recreativo e Cultural 7 de setembro para fundar oficialmente a primeira entidade sócio esportiva do então distrito de Santo Augusto, que foi o Esporte Clube Internacional. Objetivando valorizar a dedicação, o caráter desportivo e o esforço daqueles que tiveram a feliz iniciativa de criar essa entidade esportiva, muitos deles, embora calejados pela idade ainda vivem em nosso meio, o jornal O Celeiro, a exemplo do que já fez com relação ao Grêmio Santoaugustense, através dessa reportagem resgata um pouco da história do Esporte Clube Internacional de Santo Augusto.  

São sócios fundadores e registrados na ata de fundação os seguintes esportistas: Dr. Amilcar Estanislau de Souza (médico); Cláudio Czarnobai (farmacêutico); Olivério Gomes de Oliveira (funcionário público); Egmar Umberto Sant’Anna de Moraes (economista); Carlos Sant’Anna de Moraes, Milton Weber, Ruy Maroso e Guilherme Kettner (comerciante); Osvaldo Pio Andrighetto e Celso Bolivar Sperotto (contadores); Italvino Sperotto, Luciano Antônio Marchiotti, Francisco Sales Andrighetto e Raul Sperotto (comerciários); Antônio Fragoso (mecânico); Guerino Scipioni (agricultor); Waldir Walter (eletricista); Pedro da Rosa (operário); Alecrides Sant’Anna de Moraes, Antônio Ivar Gomes de Oliveira, Luiz Felipe Gomes de Oliveira, José Alberto Gomes de Oliveira, Waldir José Chiogna (estudantes).

 

Fundador, atleta e colaborador do Internacional

Entre os fundadores do Esporte Clube Internacional, o destaque é para o senhor Celso Bolivar Sperotto, que atualmente conta com idade de 88 anos, um dos primeiros atletas do time colorado, e dedicado colaborador do clube desde o início até os momentos atuais. Fez parte da aguerrida equipe colorada nas competições de nível local, regional e estadual, este na categoria Amador.

O “seu Celso”, como é chamado, recebeu nossa reportagem em sua residência e fez um breve relato sobre o clube esportivo que é a sua paixão, o Esporte Clube Internacional de Santo Augusto. Ele, apesar das dificuldades em função da saúde, auxiliado pela esposa Iracema, rememora com orgulho tudo o que fez e também a contribuição que sua família deu em prol do Internacional. Lembra e conta sobre os companheiros que juntos construíram e deram vida vitoriosa ao clube, os fundadores, colaboradores, menciona o nome da quase totalidade dos atletas que juntamente com ele formavam a equipe.

Com orgulho, o seu Celso conta sobre a doação que seu sogro (Franscisco Andrighetto) com a aquiescência de todos os filhos (herdeiros) fez do terreno que hoje abriga todo o complexo (estádio, sede social e demais edificações e dependências) do clube. Ao relatar essa atitude honrosa, o senhor Celso enaltece o espírito social e esportivo que envolvia o ser de Francisco que tudo fazia em prol do esporte, mormente pelo Esporte Clube Internacional. E Celso seguiu como uma doutrina os exemplos de seu sogro, tornando-se tão efetivas suas ações para com o clube que, não à toa, em determinado momento o estádio colorado passou a denominar-se “Estádio Celso Sperotto”.

Relembra, também, do trabalho em torno da construção do estádio, cujo terreno era muito acidentado e dependeu de muito da cortesia de uma empreiteira na época instalada na cidade, assim como da Prefeitura que cederam máquinas e operadores para tratar da terraplenagem para construção do campo e seus anexos. Destaca a colaboração do então prefeito Oswaldo Pio Andrighetto (primeiro prefeito do município), que lhe autorizou (Celso era diretor de obras da Prefeitura) o uso eventual de máquinas para ajudar na construção do estádio, nominando e enfatizando os operadores Pedro Campos e Oracélio Fucilini que não mediam esforços trabalhando mesmo fora de horários de expediente e sem nenhuma remuneração.

E, finalizando, o seu Celso conta de um fato que retrata perfeitamente como desde o início se deram as relações da dupla grenal em Santo Augusto, aliás, rivalidade nunca faltou, porém transformada em salutar motivação para a boa prática e convívio desportivo. Ele relata um fato da época da fundação do Inter, quando recentemente casado e morava em Santo Ângelo, porém mantinha estreitas relações e participava, inclusive, das articulações em torno da criação do clube colorado, assim como planejava retornar para Santo Augusto onde residiam familiares. Certo dia recebeu uma cartinha que lhe fora enviada por seu cunhado (irmão da dona Iracema) Osvaldo Pio Andrighetto, informando da fundação do Inter e ao mesmo tempo comentando que alguns do grupo, descontentes e por “despeito”, estariam fundando o Grêmio. E era despeito sim. Não demorou, Lucídio integrou-se ao Internacional. Eis a carta:

 

 

Time do Internacional nos primeiros anos de sua existência

A partir da esquerda (em pé): Pedrinho da Januária, José Vargas, Juarez Maroso, Zé Macaco, Felipe Gomes de Oliveira e Lucídio Sperotto. (Agachados): Edemar Pires, Celso Sperotto, Pedro Sant’Anna de Moraes, Alecrides Santana de Moraes e Helio Paiva Prauchner.

Outros atletas também fizeram parte do time titular nos anos iniciais, como: Clóvis Sant’Anna de Moraes, Waldi Chiogna, Flávio Sperotto, Ivar Gomes de Oliveira e Milton Weber.

 

A primeira diretoria eleita foi composta pelos seguintes membros:

Presidente: Dr. Amilcar Estanislau de Souza

1º Vice-presidente: Olivério Gomes de Oliveira

2º Vice-presidente: Milton Weber

1º Secretário: Celso Bolivar Sperotto

2º Secretário: Waldir Walter

1º Tesoureiro: Luciano Antônio Marchiotti

2º Tesoureiro: Antônio Fragoso

Guarda Esporte: Francisco Sales Andrighetto e Raul Sperotto

Orador oficial: Egmar Umberto Sant’Anna de Moraes.

Conselho Fiscal: Carlos Sant’Anna de Moraes, Olivério Gomes de Oliveira, Rui Maroso, Egmar Sant’Anna de Moraes e Arnaldo Macagan.

 

Esses esportistas e desportistas (fundadores, dirigentes, atletas, simpatizantes e colaboradores) acenderam entusiasticamente a chama colorada escolhendo as cores do Sport Clube Internacional de Porto Alegre para defender o pavilhão alvi-rubro de Santo Augusto, passando a organização interna para a formação de um grupo de atletas para praticar e defender na disputa esportiva a camiseta colorada do Internacional santoaugustense. Méritos e aplausos a esses dedicados amantes do esporte amadorista em busca de conquistas na área esportiva que, dessa forma, abriram a janela para curtir o lazer e a integração entre amigos, familiares e comunidade, através do mais importante e apaixonante esporte popular, que é o futebol.

Fundado oficialmente o clube colorado, seus fundadores e simpatizantes partiram para a procura de local para realizar a prática esportiva, treinos, jogos amistosos e oficiais. Provisoriamente, nos anos iniciais o campo para práticas esportivas do Internacional era nas imediações onde hoje está o Distrito Industrial, antiga saída para Ijuí. Com o advento do loteamento São Francisco, em terras de propriedade do Sr. Francisco Andrighetto, foi reservado um local onde hoje se encontra o campo e a sede social-esportiva, que se tornou patrimônio do Esporte Clube Internacional de Santo Augusto, por meio de doação feita pelos familiares de Francisco Andrighetto que destinaram parte do quinhão de terra de cada um, para juntamente com o município, formar esse importante patrimônio que é um orgulho esportivo para Santo Augusto e Região, o qual tem como patrono o esportista Celso Bolivar Sperotto e a sede social denominada de Milton Weber.

 

Zagueiro destaque nos idos do Internacional

José Luceval Vargas, atualmente com 82 anos de idade, foi destaque como zagueiro do Internacional, onde atuou a partir de 1958 ganhando notoriedade nos meios esportivos, não só em nível local, como também no âmbito regional e estadual quando das disputas pelo Campeonato Estadual de Amadores.

Então funcionário da CEEE, José Vargas que residia em Passo Fundo, em 1955 veio com a equipe da estatal trabalhar numa rede de eletrificação em Santo Augusto. Aqui ficou conhecido e criou círculo de amigos. Concluído o trabalho, a empresa deslocou o pessoal para uma tarefa em Crissiumal. Lá, em 1958, foi procurado por uma comissão pertencente ao também novato clube esportivo Grêmio Santoaugustense que lhe convidavam para vir morar em Santo Augusto para jogar no Grêmio. Encantado com o convite, Vargas acabou se demitindo da CEEE e aceitou o convite que lhe soava mais como uma exigência.

No ano seguinte (1959), apesar da excelente desenvoltura e bons resultados da equipe gremista, José Vargas não resistiu ao assédio dos dirigentes do Esporte Clube Internacional, resultando na sua transferência definitiva para a equipe colorada, onde desempenhou seu bom futebol, com garra e determinação, protegendo com eficiência a zaga colorada ajudou seus companheiros de equipe a conquistar, além de bons resultados, a simpatia e admiração de desportistas em geral.

Vargas lembra com orgulho daqueles tempos de atleta, seus companheiros de equipe, dirigentes, a torcida, e também adversários que ficaram marcados (no bom sentido) em sua vida. Entre as conquistas, José Vargas lembra do vice-campeonato estadual de amadores que, com sua ajuda, o Inter conquistou ao bater a qualificada equipe do Rondinha lá no campo do adversário, cuja vitória foi motivo de calorosa recepção ao chegar em Santo Augusto, com direito a carreata pelas ruas da cidade.

 

Internacional dos dias atuais

Sede social do Esporte Clube Internacional

 

Atual diretoria (2016/2017)

Presidente: Enori Antônio Bitencourt Bohn

1º Vice-presidente: Henrique P. Petrini

2º Vice-presidente: Joceli Antônio Cavalheiro

1º Secretário: Oldimar Fucilini

2º Secretário: Ronaldo da Cruz

1º Tesoureiro: Luiz Alberto Schossler

2º Tesoureiro: Antônio Pitol

1º Diretor de Esportes: João Batista dos Santpos

2º Diretor de Esportes: Volmir Strada

3º Diretor de Esportes: Márcio Rodrigues

4º Diretor de Esportes: Irani Lutz Cavalheiro

5º Diretor de Esportes: Marcelo Caetano

6º Diretor de Esportes: Vagner Skalski Amaral

7º Diretor de Esportes: Cristiano Luiz Santana

 

Conselho Consultivo Fiscal: Antônio Carlos Koheler, Renato Gottert, Gilberto João Perussatto, Cícero Ioni Pes e Gerson Luiz Fucilini.

 

Departamento de Patrimônio: Eduardo Lorenzoni, Primno Perini, Pedro Dias, Adilson Luiz Lorenzon e Cláudio Alves de Souza.

 

Departamento Sede Social: Valmor Montagner, Francisco dos Santos Amaral, Vanderlei Roque de Moraes Angler e Paulo Lorenzoni.

 

 

Equipe campeã 2010

 

 

Presidente Enori (Integrar através do esporte)

 

Enori Antônio Bitencourt Bohn, é o presidente atual do Esporte Clube Internacional, com mandato de dois anos a partir de 18 de março de 2016.

Conversando com a nossa reportagem, Enori disse que, na sua concepção, o Esporte Clube Internacional é uma entidade que integra amigos e proporciona novas amizades em torno do esporte, incluindo familiares, e até os que não gostam do futebol, mas têm a entidade como meio social de integração.

O presidente não deixa de fora as pessoas mais antigas que tanto contribuíram e muitos deles ainda mantêm o vínculo e marcam suas presenças naquela sociedade esportiva.

No tocante ao setor administrativo do clube, Enori refere que a entidade está em pleno desenvolvimento e dentro dos parâmetros legais, sua estrutura patrimonial mantida em dia graças a contribuição do quadro social que ajuda na manutenção do clube mais do que do futebol em si.

É meta para a presente gestão, construir cabines de rádio elevada, com a estrutura adequada, uma lacuna ainda existente no complexo colorado.

 

Dirigente destaque

 

 

Luiz Schossler, ex-presidente (foi presidente por cinco anos), atual tesoureiro do Internacional, presta seu depoimento sobre a entidade. Diz que apesar das destacadas atuações e brilhante representatividade ao longo dos anos desde sua fundação, o Inter esteve meio que desativado nos anos 90, mas nunca abandonado, uma vez que o Beto e o Chaleira do Banco do Brasil procuravam mantê-lo vivo, o que foi reforçado pelo pessoal da antiga Ceval, posteriormente Bung, tendo inclusive o seu gerente assumido a presidência e então começado a reerguer o Internacional. Em 1997 ou 1998, o Cabo João que se aposentara do futebol profissional, veio para Santo Augusto e iniciou articulação e incentivo aos colorados, tendo então se iniciado aí a fase que até o presente envolve a entidade, tanto nas atividades esportivas quanto a social e administrativa, integrando dirigentes, atletas, colaboradores, simpatizantes e até gremistas. Nessa fase, foi presidente o Paulo Ricardo Friedrich, depois o Baraldi. A partir daí foi trabalhado no sentido da melhoria estrutural da entidade. Nessa nova reestruturação, principalmente no que se refere a nova e moderna sede social, Schossler destaca a incansável atuação do Pinducão, do Varalo e do Fábio Almeida, os quais fizeram a frente e puxaram os demais, cuja inauguração da sede social aconteceu em 2002.

Luiz Schossler lembra que na inauguração estavam presentes alguns dos criadores e baluartes do Esporte Clube Internacional como Celso Sperotto, Milton Weber (hoje falecido) e tantos outros. Aliás, essas duas figuras, em reconhecimento pelo trabalho prestado à entidade, foram agraciadas honrosamente, uma vez que a sede social leva o nome “Sede Milton Weber”, e o estádio denomina-se “Estádio Celso Sperotto”.

Também nas práticas esportivas o clube passou a ter desempenho constante, com destaque para as categorias 35 e 43, com participações locais e fora, como por duas vezes na Copa dos Campeões em Ijuí, com excelente desempenho chegando às quartas de final. No âmbito municipal, por duas vezes nessa nova fase o Internacional sagrou-se campeão, em 2005 e 2010. Quanto aos veteranos, nas categorias 35, 43 e 50, o inter foi campeão mais de dez vezes nos últimos dez ou quinze anos.

Schossler destaca seu empenho no sentido de resgatar um pouco da história do Internacional iniciada lá em 1956. Disse ter conseguido fotos que registram a história do clube dos anos 1956, 1957, 1958, 1959, 1960, 1970, 1980, e que todas estão expostas na sede social.

Além da sede já referida, houve melhorias no campo que dá para dizer que é um dos melhores estádios de futebol da região, vestiários melhorados, embora ainda não estejam prontos.

No tocante ao quadro social, o Internacional tem um grupo coeso, disse Luiz Schossler, de colaboradores e contribuintes. O clube trata seus associados com exclusividade quando se trata de participação nas competições esportivas, onde só participa da equipe colorada quem for associado do clube. É uma entidade a ser representada, e não um grupo de jogadores, esclarece Schossler. Além disso, a filosofia do clube é dar oportunidade a todos os associados que querem praticar seu futebol, não importando se joga bem ou não. Por isso é adotado as várias categorias desde os juniores, principal, veteranos e máster. Assim, todo mundo pode jogar, por isso é que há atividade de futebol todos os sábados, onde quem estiver lá no campo, se quiser, vai jogar, enfatiza.

Ao finalizar sua fala à reportagem, Luiz Schossler faz questão de deixar registrado o agradecimento àqueles que passaram pelo Internacional e que estão velhinhos, citando entre outros, o Saraquá, Alecrides, professor Egmar, pessoas que deixaram sua marca e sua história no clube. Como prova da gratidão aos veteranos fundadores e que alavancaram o Esporte Clube Internacional, Luiz assim se expressou: “Tanto é que, se quiserem saber os caras que jogaram naquela época, está tudo lá exposto, na sede”. E finaliza: “Sempre procuro o melhor para o inter até que a gente puder fazer alguma coisa”.

 

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