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Entrevista, Zaira Rotili, Secretária da SMEC/Santo Augusto

                                                                                               Por Alaides Garcia dos Santos

 

“Como bons professores, devemos, além de ensinar, estarmos prontos a aprender, a conhecer o que não conhecemos. Não sabemos tudo o tempo todo, nunca estaremos completos, ser professor é uma aprendizagem contínua”.

 

Para falar sobre as atividades desenvolvidas em sua pasta, a professora Zaira Dias Meirelles Rotili, Secretária Municipal de Educação e Cultura, de Santo Augusto, concedeu a seguinte entrevista:

 

– Já no quarto ano de sua titularidade na Pasta da Educação, a senhora está conseguindo cumprir com as metas de gestão traçadas?

– Sim. A Secretaria Municipal de Educação e Cultura, comprometida com o plano de governo da gestão Zé e Naldo, foca seu trabalho no sentido de implementar e fortalecer ações que consolidem a qualidade nos serviços educacionais com ênfase na aprendizagem e no sucesso escolar do aluno. Engajada no Compromisso Nacional – Todos pela Educação, que através de diretrizes quer resultados concretos na melhoria da qualidade da Educação Básica e, baseada no slogan da Administração Municipal de Santo Augusto – Um Novo Tempo, assume o compromisso de melhorar os indicadores nacionais a partir do desenvolvimento de diferentes ações e responsabilizando-se pelas diretrizes políticas, administrativas e pedagógicas do Sistema de Ensino.

 

– Quais a principais atividades desenvolvidas até agora à frente da Secretaria?

– Melhoramos significativamente a estrutura física das escolas, adquirimos material pedagógico de qualidade para distribuição gratuita a alunos da Pré-Escola ao 9º ano do Ensino Fundamental, ampliamos o atendimento a crianças de creche (0 a 3 anos), elaboramos em parceria com o Conselho Municipal de Educação o Plano Municipal de Educação, nomeamos professores de informática para trabalhar informática educativa, também houve a implantação das salas de recursos para Atendimento Educacional Especializado (AEE) e a criação dos Conselhos Escolares. Dentre os projetos voltados ao setor pedagógico demos ênfase a Educação Fiscal, visandodespertar o cidadão para acompanhar a aplicação dos recursos postos à disposição da Administração Pública, tendo em vista o benefício de toda a população. Educação Ambientalobjetivando a valorização das questões ambientais pelos alunos do Sistema Municipal de Ensino. A Mostra de Talentosque busca valorizar o talento de nossos alunos para que estes possam mostrar o que sabem fazer de melhor em relação à dança, expressão corporal, teatro, música, poema e poesia, parlenda e trava-língua, expressando sua arte, buscando na união de ideias da turma um trabalho em equipe desenvolvendo assim a socialização e construção de uma nova ideia para a produção de uma apresentação que envolverá toda a sala de aula, respeitando os limites e a capacidade de cada um. A Olimpíada do Esporte, Arte e Saber que tem por objetivos a promoção da paz, união, respeito por regras, adversários, diferenças culturais, étnicas e religiosas. Sua base é formada pela combinação entre esporte, cultura e meio ambiente, bem como, contribuir na construção de um mundo melhor, sem qualquer tipo de discriminação, encarando o esporte como um direito de todos. Em parceria com o Ministério Público do Trabalho desenvolvemos o projeto MPT na Escola um fomento a participação de crianças e adolescentes nas ações de mobilização, conscientização e prevenção do trabalho infantil, já em parceria com a Brigada Militar desenvolvemos o PROERD – Programa Educacional de Resistências às Drogas e à violência. E aderimos as Olimpíada de Língua Portuguesa e Matemática para alunos deEscolas Públicas.

 

– Como sua equipe vem trabalhando a obrigatoriedade da criança ir à escola a partir dos quatro anos de idade?

– Hoje, temos universalizado o atendimento de crianças na faixa etária correspondente a pré-escola, ou seja, quatro e cinco anos de idade, cumprindo a meta 1 do Plano Municipal de Educação – PME.E, acreditamos que, o oferecimento a este serviço com qualidade é condição para aprendizagem.

 

– Quais as políticas educacionais atualmente priorizadas no município?

– As políticas educacionais públicas visam o bem comum e atendem as demandas sociais.  E, para atender tal demanda realizamos reformas e ampliação de escolas, ampliação de vagas na Educação Infantil – modalidade creche; todos os alunos em idade escolar frequentando a escola, formação continuada de docentes e demais funcionários da educação e, transporte e alimentação escolar de qualidade. Realizamos também acompanhamento e assessoramento técnico-pedagógico nas escolas, com vistas à melhoria do processo de ensino e aprendizagem e da qualidade da educação pública diminuindo as taxas de abandono, reprovação, aprovação por conselho de classe e a evasão.

 

– Quais as dificuldades que a secretaria enfrenta em relação à legislação vigente?

– O maior desafio, hoje, da Secretaria Municipal de Educação e Cultura em relação a legislação vigente, acredito ser o mesmo dos demais municípios brasileiros, ou seja, o atendimento das crianças na faixa etária de 0 a 3 (zero a três) anos. Houve, por parte do Governo Federal, investimentos significativos na construção de prédios (Proinfância), mas a manutenção e os investimentos anuais com servidores, alimentação, material de limpeza, didático e de expediente ficam a cargo dos municípios.

 

– Quantos alunos estão matriculados, hoje, na rede municipal de ensino e, qual é a realidade das vagas no município?

– Temos matriculados na Educação Infantil: 633 alunos (339 na creche e 294 na pré-escola), no Ensino Fundamental temos 728 alunos. Totalizando: 1361 alunos.

 

– Quanto a creches, o município está aparelhado suficientemente para dar conta da demanda?

– Apesar de todo o investimento realizado ainda não temos toda a demanda de creche atendida. Realizamos ampliações e reformas de prédios escolares, contratação e nomeação de pessoal, comprovados pelo aumento dos índices. Quando assumimos em 2013, tínhamos 119 crianças atendidas, dados comprovados pelo Censo Escolar da Educação Básica 2012. Atualmente atendemos 339 crianças. Quanto à ampliação e oferta da Educação Infantil das crianças até três anos de idade, de atender no mínimo 50% até 2024, conforme prevê a Meta 1 do PME, Santo Augusto já ultrapassou este percentual em 2015.

 

– Em relação a merenda escolar, como está a situação?

– A Secretaria de Educação conta com uma nutricionistaque atua como responsável técnica do PNAE-Programa Nacional de Alimentação Escolar, ficando sob sua responsabilidade todas as ações referentes à alimentação de todas nossas escolas. Dentro dessas ações temos a aquisição de alimentos baseado em um cardápio que visa o fornecimento de uma alimentação saudável e adequada, que contribua para o crescimento e ecodesenvolvimento dos alunos e melhoria do rendimento escolar. Os alimentos fornecidos são variados incluindo aquisição de alimentos da agricultura familiar que deve ser de mínimo 30% (no ano passado investimos mais de 40%). Os alunos matriculados nas escolas de Ensino Fundamental recebem uma refeição, os alunos de Educação Infantil modalidade Pré-escola (4 e 5 anos) recebem dois lanches no turno. Já as crianças matriculadas nas creches contam com o fornecimento de café da manhã, lanche, almoço, três lanches à tarde, sendo o último deles, para os que ficam após às 18h. Realizamos a oferta de alimentos diferenciados quando as crianças necessitam de atenção nutricional individualizada com base em recomendações médicas e nutricionais. A nutricionista responsável também faz a avaliação nutricional dos alunos da Rede, conversa de orientação aos pais, desenvolve ações de educação nutricional para os alunos, bem como monitores e professores, além do acompanhamento do preparo do cardápio. Buscando a valorização e o aperfeiçoamento dos profissionais que atuam no preparo dos alimentos, realizamos anualmente treinamento voltado a segurança higiênica-sanitária e no ano de 2015 também abordamos temas voltados a autoestima, saúde e a qualidade de vida. Todas as nossas ações são regidas por legislação, seguindo as normas exigidas pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE para o repasse de recursos e para o acompanhamento deste trabalho contamos com o COMAE – Conselho Municipal da Alimentação Escolar que atua fiscalizando, e dando seu parecer sobre a prestação de contas dos recursos recebidos.

 

– E o transporte escolar gratuito, está funcionando adequado e satisfatoriamente?

– Acreditamos que sim, tendo em vista que a demanda existente é atendida na integralidade, com veículos inspecionados e certificados pelos órgãos competentes (DETRAN e INMETRO). Apesar de vários municípios terem rompido com o convênio com o Programa Estadual de Apoio ao Transporte Escolar – PEATE, nosso município continua transportando todos os alunos pertencentes à rede estadual de ensino e que residem na zona rural. Realizamos, diariamente, aproximadamente 2.673 km (dois mil, seiscentos e setenta e três quilômetros) para atender 607 (seiscentos e sete) alunos da rede pública de ensino, distribuídos em 15 (quinze) linhas terceirizadas e 7 (sete) linhas próprias.

 

– Em termos de estrutura física e material didático pedagógico, como se encontram as escolas municipais?

– Priorizamos por ter uma proposta educacional queotimize o tempo em sala de aula, possibilitando ao professor o aprofundamento do conteúdo, pois não há necessidade da “cópia” do quadro. Cada aluno recebe durante o ano letivo quatro cadernos pedagógicos para seu uso pessoal e um livro da família com temas que auxiliam os pais na vida escolar dos seus filhos. O material também é distribuído aos professores, com orientações pedagógicas, colaborando para o planejamento das aulas e encaminhamento das atividades.Também são disponibilizadas outras ferramentas de apoio ao trabalho, tais como o portal eletrônico com projetos pedagógicos a serem desenvolvidos em sala de aula e sugestões de avaliações, palestras e visitas técnicas ao município. Quanto a estrutura física, já foi amplamente divulgado pela mídia todas as melhorias que realizamos.

 

– Como a senhora analisa a questão da qualidade da educação no nosso município?

– Como abordado nas questões acima, muito tem sido feito para que a qualidade educacional de nosso município avance de forma a garantir a aprendizagem e o sucesso dos nossos alunos.

 

– Há falta de professores e funcionários de escola?

Atualmente temos algumas demandas a serem supridas devido a exonerações, licenças para tratamento de saúde e aposentadorias.

 

– Existem alunos fora da escola?

– Em idade obrigatória, que seja de nosso conhecimento, não.

 

– Como a senhora define um bom professor?

– Para existir uma boa educação é preciso bons professores, e um bom professor ensina seus alunos a pensar, desperta a curiosidade, cria laços de afetividade, e estimula todos a aprender. Segundo Mario Sergio Cortella, um bom professor deve ter uma insatisfação positiva, ou seja, que ele ou ela não se contente apenas em saber o que já sabe. Como bons professores, devemos, além de ensinar, estarmos prontos a aprender, a conhecer o que não conhecemos. Não sabemos tudo o tempo todo, nunca estaremos completos, ser professor é uma aprendizagem contínua. Acredito que isto define um bom professor, precisamos estar sempre buscando novas metodologias, pois nossos alunos de ontem não são os mesmos de hoje, a sociedade atual muda rapidamente e para fazermos educação temos que estar atento as mudanças.

 

– O que o professor deve fazer quando a educação que vem do ‘berço’ não é suficiente?

– Em minha opinião, a escola vem fazendo muito em relação a isso, as famílias, muitas vezes, delegam a escola a sua função de educar, e cabe a nós, professores, desempenhar essa função paralela ao ensino e a aprendizagem. É preciso continuar insistindo na distinção entre a responsabilidade da família na educação de seus filhos e o que cabe a escola que é produção do conhecimento.

 

– O que pode ser feito para preservar e/ou aumentar a autoestima de nossos professores?

– Assim como os alunos, os professores também precisam ser estimulados. Sabemos que salário digno, tem sido uma das principais bandeiras de luta dos professores, já avançamos, mas ainda há um longo caminho a percorrer. Nessa trajetória já conquistamos um Plano de Carreira que nos traz algumas garantias. As famílias precisam conhecer as ações que a escola do seu filho promove para que seus profissionais se sintam motivados é uma das formas de acompanhar de perto a realidade dos professores. Docentes que trabalham em condições corretas consequentemente conseguem transmitir o conteúdo de forma produtiva aos alunos.

 

 

 

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