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Entrevista, Fabiana Knechtel, presidente da ONG ASAPAN

 

A ASAPAN conta, hoje, com 35 associados e que ajudam voluntariamente, em sistema de revezamento, na proteção dos animais e na conscientização das pessoas da comunidade para cuidar e proteger cães e gatos, enfim, todos os bichos.

Para falar sobre a ONG ASAPAN, a presidente da entidade Fabiana Knechtel (Fabi) concedeu a seguinte entrevista:

 

– Em que consiste a ONG ASAPAN de Santo Augusto?

– Ela existe para conscientizar a população das suas responsabilidades com os seus cachorros e para ajudar os animais de rua, principalmente. Nossa prioridade são os animais de rua. Fazemos a castração, disponibilizamos alimentação e nos empenhamos para ajudar e tirar os animais da rua.

 

– Abrange quais espécies de animais?

– Cachorros, gatos, cavalos também. Cavalos não são de rua, mas os carroceiros às vezes, acabam sobrecarregando eles. Então, já estão cadastrados pela ONG e sendo cuidados pelas veterinárias. Além dos citados, a ONG ASAPAN tem abrangência sobre todos os tipos de animais que se encontrarem em situação de risco.

 

– Como é desenvolvido o trabalho de proteção a esses animais?

– A ONG, através dos voluntários, recolhe os animais de rua e os levam para as veterinárias, onde são examinados, medicados, submetidos a procedimentos se for o caso e, se necessário até são internados ou levados para lares provisórios, principalmente os abandonados ou de rua. As verificações que resultam no recolhimento do animal são feitas quando a ONG recebe notícia sobre a situação irregular do animal.

 

 

 

– Quem está ou deve estar envolvido no programa de proteção?

– Todos.

 

– Quem seria “todos”?

– A comunidade em geral, polícia civil e militar, poder público, judiciário, ministério público, enfim, é um problema de todos, não é só da ASAPAN. A ASAPAN faz seu papel, mas precisa da ajuda de todos.

 

– E o dono ou detentor da posse do animal?  

– Eles têm que ter consciência da obrigação de cuidar, manter os seus animais dentro do pátio, alimentados. Do contrário, não pode nem pensar em ter um animal. É isso que a gente está tentando fazer, conscientizar.

 

– Constatado maus tratos ou abandono de animais, quais são as providências adotadas?

– A primeira coisa é o boletim de ocorrência, que segue para o Ministério Público e depois para o Judiciário onde acontecerá audiência e o infrator será responsabilizado, cuja pena pode ir desde multa até prisão de um a três anos nos casos de maus tratos, abandono.

 

– É a própria ONG ASAPAN que faz o B.O. junto ao órgão policial? 

– Sim, recebendo a denúncia nós voluntários da ASAPAN juntamente com o fiscal da prefeitura vamos até o local e constatado a veracidade do fato, vai-se à polícia fazer o BO. Antes disso, porém, é feita uma notificação para a pessoa infratora com prazo para regularizar a situação.

 

– Se alguém encontrar animal na rua em situação de abandono, o que pode ou deve ser feito?

– Se ele não tiver condições de levar num veterinário, procure a ONG imediatamente.

 

– Como identificar se a situação é de abandono ou apenas o animal está solto na rua?

– Aí tem que avaliar cada caso. Há casos em que o cachorro saiu para dar um passeio, tinha dono. Assim mesmo é feita advertência ao dono para manter os cães no pátio.

 

– Existe uma estrutura física, equipamentos adequados e profissionais habilitados para abrigar e cuidar dos cães e gatos em situação de abandono e/ou doentes?

– Infelizmente não. O que se faz é tirar da rua e tratar e alimentar o animal, medicar e colocar em lares provisórios, tudo graças ao voluntariado. Quando o animal já está saudável é colocado para adoção.

 

– De onde saem os recursos financeiros para o atendimento da demanda?

– De recursos próprios, de doações de pessoas da ONG e de algumas poucas pessoas da comunidade que já começaram a se conscientizar e estão nos auxiliando. Temos caixinhas de coleta em todo o comércio e pedimos que as pessoas façam suas doações, pois por menor que seja o valor, vai auxiliar em muito.

 

– Há estatística ou estimativa do número de cães e gatos na área urbana?

– Não. O último censo foi feito já há alguns anos, mas, pela informação extraoficial, na área urbana do município o número de cães é o dobro do número de pessoas.

 

– O que a Prefeitura tem feito nessa problemática?

– Nada. Quem nos auxilia é a Cleusa (secretária do Meio Ambiente), mas como pessoa física. E o fiscal da prefeitura que nos acompanha e nos dá suporte, apenas isso.

 

– Quantas pessoas estão envolvidas diretamente no trabalho da ASAPAN?

– Somos trinta e cinco associados, e ajudamos voluntariamente, em sistema de revezamento. Mas tem os que estão sempre correndo na tentativa de atender a demanda, como é o meu caso, a Dirce, a Eliane Mariotti, a Juliane Alegretti e vários outros que estão sempre disponíveis.

 

– Como vocês têm feito o trabalho de conscientização?

– Através das redes sociais, que fazem as publicações, e através dos meios de comunicação, que estão nos abrindo espaço agora. Já fizemos pedágio e distribuição de folders objetivando a conscientização. Felizmente, em torno de 70% da população apoia o nosso projeto, e isso nos estimula a prosseguirmos na luta. Mas não é fácil, porque entre os que são contrários tem alguns que são radicais e grosseiros, mandam “nós achar um tanque de roupa suja para lavar”, “achar uma pia de louça pra lavar”, e que “deveríamos arrumar outra ocupação”.

 

– O que diria para os que gostam dos animais, e para os que não gostam?

– Para aqueles que gostam dos animais, parabéns, continuem cuidando dos seus bichinhos, contem com o nosso apoio sempre. Para aqueles que não gostam, amoleça o seu coração e olhe no olho de um bichinho, que vai mudar sua posição. Na hora em que olhar no olho de um cachorrinho que está precisando, tenho certeza que alguma coisa vai mudar lá dentro.

 

– Castração – qual a orientação da ASAPAN?

– Quem tiver condições de castrar, a nossa orientação é que castre o seu animalzinho, tanto fêmea, como macho. Sem a castração, o animal pode sair do pátio, ir para a rua atrás de fêmea no cio, brigar, causar transtorno para as pessoas, para o dono inclusive, e aumentar a população. Para quem não tem condições de castrar, a ONG está fazendo o possível para ajudar, está fazendo a castração graças ao trabalho voluntário das duas veterinárias e, eventuais custas a ONG está arrecadando dinheiro para isso. Esperamos em algum momento conseguir o apoio do poder público também. Um dos nossos objetivos é controlar e reduzir a população desses animais.

 

– Há muita resistência por parte dos donos dos animais?

– Há sim. Eles alegam que o animal vai sofrer, mas é o contrário, é para evitar sofrimento. Então, acabam até vacinando, mas a vacina sim pode trazer problemas futuros, até mesmo causar o câncer, que é o que mais tem matado os cães, e a castração não, a castração vai imunizar para muitas doenças e vai evitar esse problema. É um mito que existe, o dono tem medo que o cãozinho vai sofrer, mas não vai, é um processo muito rápido.

 

– A castração é feita por veterinário?

– Exatamente. São profissionais capacitados e com experiência de muito tempo, possuem equipamentos adequados, inclusive ultrassonografia.

 

– Outras considerações:

– Aproveito a oportunidade para pedir o auxílio da população. Que nos ajude cuidando dos seus animais e mantendo-os dentro dos seus pátios. Quem tiver animal não deixe nas ruas, mantenha-os no pátio, faça o possível para fechar o seu pátio, para ele não ficar nas ruas e ser atropelado. Então, é um apelo que se faz à população, para que cuidem dos seus bichinhos, cuidem dos seus animais, que é menos trabalho para todo mundo e evita incômodos. Enfim, que cada um que assuma suas responsabilidades.

 

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