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Entrevista – Dr. Naldo Wiegert – Prefeito de Santo Augusto

Os prefeitos eleitos em 2016 chegaram à metade de seus mandatos. É momento de fazer autoavaliação dos dois anos de governo, de refletir, manter e aperfeiçoar os acertos e corrigir os erros, mas também, rever as metas traçadas e que lhes renderam o voto de confiança, e tentar realizar o que ainda não foi feito.

Para falar sobre seus dois primeiros anos de mandato, o prefeito Naldo Wiegert, de Santo Augusto, concedeu a seguinte entrevista:

 

 

– Qual a sua avaliação da primeira metade do mandato, considerando as metas elencadas no plano de governo?

No primeiro ano de governo, 2017, trabalhamos com o orçamento da administração anterior.  Evidentemente que, enquanto se cumpria o programado para aquele orçamento, paralelamente, elaboramos projetos no sentido de buscar recursos para os outros três anos de governo. Desde a campanha eleitoral, juntamente com o vice-prefeito Marcelo, fomos muito claros no sentido de demonstrar para a comunidade que tínhamos conhecimento que o município, dentro do seu orçamento próprio, tem uma margem muito apertada para investimentos, para a melhoria na infraestrutura, para todas essas coisas que a comunidade cobra com razão e que tem necessidade de ser atendida. Temos, é lógico, o orçamento destinado para a saúde, para a educação, para a ação social e algumas coisas para obras, mas é muito apertado isso. Sempre fomos muito claros que estaríamos sempre dedicados para buscar recurso extraorçamentário e é dessa forma que nós conduzimos a administração até o momento.

A avaliação que faço dos dois anos que se passaram, é que nós fizemos sim uma administração que foi bem-sucedida, considerando que nós não tínhamos recursos extraorçamentários, mas que, nesses primeiros dois anos de mandato, conseguimos muitos recursos. Em dois anos nós carreamos em torno de R$ 10 milhões para aplicação no município, que estão distribuídos em vários segmentos: tem R$ 3.500.000,00 de um empréstimo do Badesul; R$ 2 milhões e pouco que são recursos do DAER com contrapartida do município para o asfaltamento da Rua Inhacorá, que está quase pronto; são R$ 1 milhão para quadras  cobertas, que só ainda não iniciaram por problemas burocráticos; fizemos a reforma do CRAS; temos R$ 300 mil destinado pela Defesa Civil; temos recursos para asfaltamento de ruas; estamos reformando a usina de asfalto; estamos comprando, com esses recursos do Badesul, equipamentos essenciais para que se possa dar atendimento à infraestrutura do município, como um britador, um poliguindaste com caminhão para resolvermos de forma definitiva a questão do entulho, através da distribuição de contêineres que serão colocados à disposição da comunidade.

Temos projeto adequado para recuperação da UTAR, para que lá nós possamos trabalhar o entulho e também tratar o lixo. Mas isso é para o futuro, evidentemente. Temos o projeto de videomonitoramento sendo instalado para melhorar a segurança pública do município; temos um projeto da Eletrobrás, em fase de licitação, para melhoria da iluminação pública do município; temos várias quadras de calçamento em vários locais da cidade sendo feito; drenagem pluvial, que não aparece, mas está sendo feita.

O centro de eventos, que é uma história desde 2014, finalmente estamos concluindo nos próximos dias; a arquibancada na Estância de Rodeios, em andamento desde 2013 e finalmente agora para o rodeio do próximo mês de fevereiro vamos inaugurar; estamos resolvendo a questão dos carros abandonados na via pública, que é um problema sério, já tem a legislação, e entrará em pleno vigor em março.

Então, tudo isso são coisas que nós trabalhamos para que estejam acontecendo. Enfim, minha análise dos dois anos que se passaram é positiva, conseguimos cumprir com muito do que propusemos para a comunidade durante a campanha eleitoral. Mas tem muita coisa ainda para ser feita.

No interior, temos feito bastante melhorias. Evidentemente que a cada chuva tudo volta a acontecer e as estradas ficam ruins de novo. E o meu projeto ainda não está sendo executado para as estradas do interior. Porque as estradas precisam ser feitas com um projeto para que não precisem ser refeitas depois da chuva. Para isso, eu tenho um termo de cooperação técnica com o DAER, onde os engenheiros do DAER deveriam fazer os projetos para que a gente pudesse executar essas estradas de forma que fosse duradoura. Ainda não consegui os projetos.  Mas se o DAER não fizer, nós vamos fazer os projetos e vamos começar a executar.

Fizemos, nas estradas do interior, dez pontilhões que estavam dando problemas de segurança aos usuários. São de madeira, mas adequados ao tráfego e com segurança, com largura suficiente para passagem de máquinas agrícolas.

 

– Perspectivas da administração municipal para 2019.

Em março, irei a Brasília tratar de várias demandas para o município, entre elas, estarei levando o projeto das pontes sobre o Rio Turvo, são duas pontes; vamos reencaminhar o projeto de recuperação da UTAR, que também parou e estava dentro do nosso cronograma, e vamos tentar liberar os recursos; também levarei projeto de uma creche na parte sul da cidade.

Então, nós vamos a Brasília com esses projetos que eu mencionei e mais uma série de outros que estão sendo elaborados justamente para a busca de recursos para infraestrutura do município e estamos procurando dar um incentivo na questão do desenvolvimento econômico do município.

Vamos, também, dar continuidade e consolidar o processo de adesão ao CONSATI por parte das agroindústrias. O processo está numa fase, já temos quatro empresas que estão com o sistema mais ou menos montado, mas temos que ter todas as empresas que foram inscritas no CONSATI habilitadas para que nós possamos começar a dar o selo de qualidade para que os produtos produzidos em Santo Augusto possam ser comercializados em qualquer parte do País.

Temos alguns compromissos que ainda não cumprimos, como o caso do terreno que foi prometido já na administração anterior para o Instituto Federal Farroupilha, para que ele pudesse desenvolver as atividades da faculdade de agronomia que já está em funcionamento. O município não tem recursos. Dizem muitas pessoas que os recursos que foram devolvidos pela Câmara de Vereadores. Uma parte nós já utilizamos. Inclusive, uma parte que aplicaríamos na infraestrutura já foi para o hospital. Então, as pessoas que falam nesse assunto precisam entender que uma coisa é orçamento, outra coisa é um determinado recurso. Nós não podemos simplesmente deixar um déficit e existe um déficit orçamentário. Nós temos um déficit orçamentário em torno de R$ 1,5 ou R$ 2 milhões.

Então, nós precisamos sim vender os tais de terrenos que encaminhamos e a Câmara não aprovou, mas nós vamos ter que reencaminhar para conseguirmos os recursos para comprar uma área para fins de instalação do que é preciso para o curso de agronomia.

 

– E os R$ 750 mil destinados pelo Ministro Marum ao hospital?

Pois é. A vinda do ministro Marum não foi totalmente inócua, ele foi na UTAR, viu as pontes e não me deu dinheiro nenhum para execução dos projetos. Mas ele passou R$ 750 mil que prometeu na ocasião da visita, para o hospital Bom Pastor resolver seus problemas. “Só que mandou na conta errada”. Mandou numa conta que é para atender Atenção Básica de Saúde, e que gerou um problema sério pra nós, porque esse recurso não pode ser transferido para o hospital Bom Pastor. O resultado disso é que eu tinha um recurso de R$ 400 e poucos mil guardado para fazer melhorias na infraestrutura do município, e, o hospital com sérios problemas financeiros, então eu consegui transferir para o hospital R$ 450 mil para ele continuar aberto. E eu tenho os R$ 750 mil para a atenção básica do município que eu vou ter que achar um jeito de gastar, porque eu tinha dinheiro que chega pra atenção básica, eu não precisava desses R$ 750 mil. Então, na verdade, ele (ministro) nos mandou um dinheiro que nós vamos ter que usar, vamos melhorar muita coisa na atenção básica, mas que causou um problema sério para o município, um transtorno, porque acabamos tendo de tirar recursos que nós tínhamos para uma outra finalidade para salvar a situação do hospital.

“Isso, inclusive, tem uma interpretação errada rolando por aí, de que o prefeito recebeu R$ 750 mil pro hospital, passou só R$ 450 mil e ficou com os outros R$ 300 mil”. “Na verdade, isso é uma má interpretação, quem entende de administração pública e sabe como é a questão das verbas carimbadas, está sendo maldoso quando diz isso”.

Para deixar claro, repito e afirmo: “Nós passamos R$ 450 mil que tínhamos para aplicar na infraestrutura do município, para que o hospital Bom Pastor continuasse tendo atendimento, e tem mais R$ 300 mil que provavelmente nós vamos repassar, se for possível, em 2020, porque agora não temos base orçamentária para fazer isso”.

 

– Recursos devolvidos pela Câmara de Vereadores

Não tenhamos dúvidas, alguns compromissos ainda não cumprimos, como o caso do terreno que foi prometido já na administração anterior para o Instituto Federal Farroupilha, para que ele pudesse desenvolver as atividades da faculdade de agronomia que já está em funcionamento. O município, como disse, não tem recursos. Aí vem a questão, dizem muitas pessoas que os recursos que foram devolvidos pela Câmara de Vereadores, era para adquirir dita área de terra. Inclusive alguns questionam: aonde foi parar esse dinheiro? Ora, nós temos um déficit orçamentário de alguns milhões, R$ 1,5 ou R$ 2 milhões. Então esse recurso que vem como devolução do dinheiro da Câmara, é um recurso que caiu no caixa e que serviu no exercício 2018 e vai tapar o furo orçamentário de 2019. Então, nós precisamos sim vender os tais terrenos que encaminhamos e a Câmara não aprovou, mas nós vamos reencaminhar para conseguirmos os recursos para comprar uma área para fins de instalação do que é preciso para o curso de agronomia.

 

 

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