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CRÔNICAS CURTAS – Vereadores abusam na gastança com diárias; Perspectivas políticas para 2024; Vontade de ser candidato

Função extra do vereador

Todos sabemos que as principais atribuições do vereador são: representar (os eleitores e a comunidade), legislar (em defesa do bem comum), fiscalizar (a aplicação do dinheiro público) e assessorar (encaminhamento de indicações ao prefeito e secretários municipais). Como o vereador costuma ser muito cobrado no atendimento dos anseios e necessidades dos munícipes, geralmente em problemas relacionados à competência do Poder Executivo, ele faz a intermediação, ou seja, funciona como um elo entre o cidadão e o Poder Executivo. Mas, nos últimos anos, com o surgimento das tais emendas parlamentares, alguns vereadores inventaram e passaram a exercer outra atribuição (de cunho extraoficial) intitulada: “buscar recursos para o município”. Veja a ironia! Apesar de configurar, em tese, invasão à competência de outro poder (do executivo), essas ações, desde que verdadeiras, até que justificam os gastos com diárias de viagem, eis que trazem ou tentam trazer algum benefício à comunidade. Diferente dos gastos com diárias para frequentar cursos, “que não trazem retorno algum aos munícipes”.

 Gastança em diárias

Veja quanto algumas Câmaras de Vereadores aqui da região pagaram em diárias de viagem em 2022, e os vereadores que mais receberam a benesse: Santo Augusto R$ 28.493,00 (vereador Tomate – Ederson Fucilini (PP) recebeu – R$ 9.925,00); Coronel Bicaco – R$ 34.800,00 (vereador Itamar Sartori (PP) – R$ 11.200,00); Chiapetta – R$ 22.848,26 (vereador Aldair Clovis Maron (PP) – R$ 6.868,76); Inhacorá – R$ 73.496,58 (vereadores Roque Clairto da Silva (PSB) – R$ 16.611,00 e Jovelina Belter da Silva (PSB) – R$ 16.611,00); São Valério do Sul – R$ 40.742,00 (Jaime da Silva (PP) – R$ 8.011,50); São Martinho – R$ 23.494,43 (Altemir Luft Chups (MDB) – R$ 4.940,93); Campo Novo – R$ 32.004,00 (vereadora Fernanda Bresolin Vieira (PSDB) – R$ 8.787,50); Braga – R$ 23.925,00 (vereador Everaldo Mangini (MDB) – R$ 9.225,00); Três Passos R$ 35.580,00 (vereador Edivan Nelsi Baron (PTB) – R$ 9.626,40); Bom Progresso – R$ 49.400,00 (vereador Edito Baraldi (PP) – R$ 13.600,00). Fonte: Portal da transparência das respectivas Casas Legislativas. Como se vê, alguns edis abusaram na gastança.

 Perspectivas políticas

O bom senso nos diz que fazer política, de forma honesta e bem-intencionada, é querer mudar a realidade da população para melhor. É transformar, fazer mudanças, cobranças e, principalmente, promover a ‘participação’. Participar da política é ter informações e ferramentas que possam apontar caminhos a serem seguidos. A política só é possível com a presença das pessoas em todas as instâncias. Pois bem. Numa conversa sobre política que mantive na semana passada com o médico Mário Polo, percebi que ele não foge desse perfil. Na sua visão, falando da política local, em Santo Augusto há a necessidade de os políticos fazerem a boa política e lutarem contra as adversidades que a perseguem, como, por exemplo, o interesse particular em vez do interesse público. Ele entende e deseja que a boa política seja direcionada ao povo de maneira geral. Não com o costumeiro poder centralizado, concentrado em um grupo político, onde as decisões saem de grupos elitizados e não por decisões populares, sem a participação da comunidade.

O financeiro é o problema

Mário vê um certo descrédito nos partidos e nas lideranças políticas, dado as evidências de que sem recurso financeiro dificilmente um candidato consegue se eleger. Ressalva, contudo, que, por óbvio, depende muito da liderança que está em jogo. Entende que, quando prevalece a compensação financeira, a boa política sai prejudicada, porque, ao buscar o financeiro para se eleger, o candidato acaba queimando o seu próprio poder de liderança e ficando refém dessa situação no exercício do mandato. Considera que essa é uma dificuldade que leva certas lideranças a se recusarem enfrentar o desafio de ser candidato, de buscar a eleição e se eleger.

Trabalho de base

No entendimento do Dr. Mário, para alcançar uma eleição, é necessário um trabalho de base no dia a dia, buscando um bom e constante encaminhamento político. Acredita que, deixando para a última hora, como normalmente é feito, a boa política acaba perdendo espaço. Enfatiza que um trabalho de base de liderança e partido é muito importante na busca de um bom resultado na política, com reflexos na sociedade e num futuro melhor. Pensa que a sociedade depende da política e, por isso, lembra que “o maior ignorante é o ignorante político”.

Quadro político para 2024

O cenário político aqui é bastante complexo, opina Mário Polo, apesar de muitas lideranças acreditarem que a disputa para a prefeitura em 2024 será fácil. Diz que pensa diferente e prefere a cautela. Na sua concepção, a prefeita Lilian, assim como todo prefeito que se elege afirmando que só vai cumprir quatro anos e acaba querendo continuar, ela deve sim ter vontade de concorrer à reeleição, como já aconteceu com o Floris, o Dodi, o Naldo, o Zé Luiz. Acredita que os eleitos de fato entrem com essa ideia (de não buscar a reeleição), mas, durante o mandato, ao não conseguirem cumprir algumas promessas, acabam optando por concorrer novamente, e imagina que é o que vai acontecer com Lilian. Quanto ao seu nome, Mário diz ter vontade de ser candidato a prefeito, mas que isso vai depender dos acertos vindouros, do que pode ocorrer e de quais serão os direcionamentos da política aqui em Santo Augusto. Afirma que, enquanto isso não se define, vai seguir implementando seu trabalho de base, porque entende que começar antes é melhor, o trabalho fica mais consistente e motiva a sociedade a participar da política e dos interesses do município. Pondera que as questões de última hora são aventureiras e quase sempre os resultados são desastrosos ou não tão bons como poderiam ser.

Vontade é ser candidato

Mário diz que seu nome como candidato a prefeito é meio complexo, porque tem a sua profissão, muitas dívidas, muitos compromissos, muita responsabilidade sobre seus ombros. Ressalta que tem colocado seu nome à disposição do partido (PP) e sua vontade é ser candidato, mas que tem de saber certo se vai conseguir ajudar o município, a sociedade e fazer o trabalho a que se propõe. Aponta que suas missões já são muito grandes, muito fortes e que, por causa das dificuldades financeiras que ainda enfrenta, teve de se desfazer de seu projeto social. “E olha que hoje um candidato tem que ter recurso econômico”, adverte. Acredita que a competitividade vai ser grande, mas vai esperar para ver o que acontece, sempre lutando por Santo Augusto e pela boa política.

Transparência

Mário faz questão de ser transparente sobre suas atividades profissionais e sobre suas ideias políticas. Diz estar trabalhando no limite, sem tempo, sem tirar férias, com uma carga horário de trabalho pesada, bastante difícil. Isso por uma questão profissional, pela falta de médicos e por uma necessidade financeira. Aponta os contratempos de negócios e nos projetos sociais, como a indústria têxtil e a Escola de Música, que acabaram por encerrar precocemente essas atividades, mas diz estar tentando, com muito esforço e empenho, acertar os ponteiros. Conta que está reestruturando seus negócios e seu trabalho como médico, tanto na parte do hospital, da clínica e da ultrassonografia, tendo adquirido recentemente um novo aparelho de ultrassom. Destaca que é o único obstetra à disposição da comunidade, atuando, em razão disso, de forma ininterrupta, e que segue tocando seus negócios, como a Cantina Polo que é uma importante indústria vinícola, produzindo vinhos de qualidade.

 

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