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CRÔNICAS CURTAS – Santo Augusto, mero expectador do progresso dos vizinhos – Político não dorme de touca, pode vir surpresa por aí.

Corpo de Bombeiros

Todos conhecem o dito popular: “Só se lembram de Santa Bárbara quando troveja”. Pois é. Assim fizeram as sucessivas administrações municipais de Santo Augusto com relação a ter um Corpo de Bombeiros na cidade. Só lembraram da questão quando ocorreram incêndios. E a atual não é diferente. No início de junho um incêndio destruiu uma residência no bairro Tiradentes. Aí Santa Bárbara (Corpo de Bombeiros) foi lembrada e o prefeito mexeu-se (sem projeto algum) prometendo a criação de Corpo de Bombeiros Voluntários em Santo Augusto. É uma necessidade premente, porém, não se faz num supetão, sem estudo de viabilidade, sem envolvimento ativo do Poder Público em parceria consistente, efetiva e comprometida de empresários, entidades públicas e privadas e comunidade em geral. Essa iniciativa de impulso já ocorreu várias vezes em Santo Augusto, mas é fogo de palha, se apaga e desaparece em seguida.

A propósito

Quais as atribuições do Corpo de Bombeiros? Combate a incêndios de qualquer natureza; Resgates diversos; Salvamento aquático; Desencarceramento em acidentes rodoviários e ferroviários; Intervenções em acidentes elétricos, hidráulicos, redes de gás e materiais perigosos; Corte de árvores com risco iminente de queda; Captura de animais que ofereçam risco à sociedade; Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio (PPCI), entre outras.

 É só unindo esforços

Se considerarmos tudo o que representa a existência de um Corpo de Bombeiros na cidade, é possível uma reflexão e tomada de providências, mas o Poder Público Municipal não pode ser egoísta, pretencioso, pois nem que elabore um projeto e tente criar, não terá estrutura para sozinho realizar essa conquista. Essa ideia, apesar de louvável, não prosperará enquanto não houver atitude concreta do município, participação efetiva de empresários, de entidades públicas e privadas, de autoridades e da comunidade. Com uma união, comprometida, de esforços, quem sabe! E veja o quanto o assunto é sério: No caso de “incêndio”, por exemplo, uma vez ocorrendo o sinistro, devido a distância que separa Santo Augusto de Três Passos ou Ijuí (unidades mais próximas), quando os bombeiros chegarem já restará pouco ou nada a ser salvo. Então, menos conversa e mais ação, “com união efetiva de esforços”.

Quem encabeça?

Como bons exemplos devem ser seguidos, que tal copiarmos o que foi feito em Três de Maio. Lá, em 1997, com a participação de 22 sócios foi criada a Sociedade Civil Corpo de Bombeiros Voluntários. Alguém tomou a iniciativa e após algumas trocas de ideias foi chamada uma reunião, com a participação de lideranças, autoridades, convidados especiais e representantes de instituições locais, além de representantes do Corpo de Bombeiros, e com total apoio da Prefeitura. Formada a primeira diretoria, foi elaborado o Estatuto Social da Corporação e o projeto consolidado. Em Santo Augusto pode ser tomada a mesma iniciativa. Por que não? Mas, quem encabeça?

Quando se quer se faz

Santo Augusto já tem vários exemplos de iniciativas bem-sucedidas da sociedade civil, a principal delas, liderada pela Fundaturvo, criando a Escola Profissionalizante, denominada CEPROVALE (Centro de Ensino Profissionalizante Vale do Rio Turvo), de cuja iniciativa, liderança e participação da comunidade e apoio do Poder Público, inclusive de municípios circunvizinhos, temos hoje na cidade, para orgulho de todos nós, o Campus do Instituto Federal Farroupilha, disponibilizando diversos cursos profissionalizantes e de graduação, entre eles o curso de Agronomia. É a prova de que “quando se quer se faz”. Com relação ao Corpo de Bombeiros, que é muito menos complexo, se a sociedade civil tomar a iniciativa e liderar o projeto, não tenhamos dúvida que é perfeitamente possível criá-lo aqui em Santo Augusto. Obviamente, o município deverá dar o devido e indispensável suporte, incentivo e apoio político.

Poder Público e liderança

Liderar, definitivamente, deixou de ter relação com autoridade e poder. E passou a ser a habilidade de mobilização, gerenciamento de pessoas e criatividade. O líder é aquele que consegue manter a identidade de seus comandados, sejam eles um grupo de funcionários ou uma comunidade, e, ainda assim, os convencer do quanto, às vezes, é preciso adotar novas práticas e formas de pensar para que consigam progredir mesmo diante de desafios que mudam a toda hora. Mas o líder, sozinho não terá as respostas para todas as perguntas. Ele precisa contar com a colaboração de seu grupo. E aí é quando, no caso da administração pública, a teoria da liderança sugere que o líder não fique refém do aparato governamental nem enclausurado em seu gabinete. Um bom governante precisa passar o tempo com o povo, tanto para controlar a mensagem que deseja transmitir como para ouvir seus medos e ansiedades. O bom prefeito precisa dizer à população o que quer fazer, como quer fazer e por que quer fazer e convidá-lo a participar da transformação e da mudança em um exercício de responsabilidade coletiva.

Meros expectadores

Parece que nós aqui em Santo Augusto, tirando a educação, estamos limitados a meros expectadores do progresso dos nossos vizinhos. Na Região Celeiro tem quase duas dezenas de indústrias de laticínios instaladas, inclusive na vizinha Nova Ramada (fica fora da região) existem duas absorvendo a produção de leite e gerando emprego e renda; frigoríficos, além dos já existentes em Três Passos e Miraguaí, agora, em Vista Gaúcha está sendo construída a planta de um frigorífico de 400 milhões de reais, com capacidade inicial de abate de 10 mil aves por hora e gerar 680 empregos diretos e cerca de dois mil indiretos, envolvendo outros dez municípios vizinhos. Na saúde, vemos o progresso do hospital de Tenente Portela, com um corpo clínico de mais de 50 médicos, com 18 especialidades, o que o torna perfeitamente auto sustentável.

Enquanto isso…

Enquanto outros municípios progridem, Santo Augusto marca passos, principalmente no setor do desenvolvimento econômico. Apesar de ser, se não o maior, um dos maiores produtores de leite da região, Santo Augusto não possui uma indústria de laticínios; os pequenos agricultores, desestimulados, estão sendo induzidos a venderem suas terras a proprietários rurais lindeiros; outras indústrias que incentivem ao pequeno proprietário rural a permanecer e progredir lá no seu meio, não existe nem sinal de que possam ser criadas, diante de um poder público desnorteado e sem um projeto que estimule e leve à credibilidade. O município não apresenta um projeto consistente, que diga o quê, por quê e, principalmente como e com quem, incluindo a responsabilidade coletiva. A Secretaria Municipal de Agropecuária não se esmera em proporcionar ao pequeno produtor rural a orientação para um aplicável sistema de diversificação, de gestão e de gerenciamento; não patrocina projetos técnicos e assistência para implantar estrutura e tecnologia adequadas. É tudo um meio que faz de conta. Enquanto isso, “ficamos vendo a banda passar”.

E a saúde, como vai?

O Hospital Bom Pastor é o xodó da nossa população. Ele é a referência, não só em Santo Augusto, mas para pessoas de outras localidades também, quando o assunto é saúde. Tem um quadro de profissionais que exerce suas funções com afinco, com profissionalismo e com muita humanidade, merecedores do respeito de todos. Mas ele poderia estar muito melhor e, a exemplo de Tenente Portela, ter um quadro clínico bastante maior, ter várias especialidades médicas, ter ambulatórios de especialidades, ter UTI, ter laboratório e análises clínicas próprio, e, com isso, ser auto sustentável. A falta disso faz com que os inúmeros jovens de Santo Augusto que se formam em medicina não se sintam atraídos a permanecer e exercer sua atividade médica aqui. Isso é intrigante e deve ser questionado: Por quê? Aliás, a rigor, o Bom Pastor só sobrevive graças a contribuição solidária e “permanente” da população. Até quando?

Empreguismo de parentes

A velha prática do empreguismo de parentes nas prefeituras e Câmaras de vereadores, tecnicamente chamado de nepotismo, sempre foi uma praxe no meio político. Existe na Legislação Federal uma vedação a essas práticas, mas só é coibido quando e se alguém ousa denunciar à Justiça. De modo geral passa batido, porque se hoje agrada a um grupo, amanhã pode agradar ao outro. E por isso ninguém denuncia. Em Coronel Bicaco tramita na Câmara Proposta de Emenda à Lei Orgânica enviada pelo Executivo proibindo o nepotismo. Dificilmente será aprovado, contraria interesses. Pense bem, o eleitor elege vereador, prefeito e vice para trabalharem pelo município e melhoria de vida da população. Mas a população como um todo, no âmbito do município, e não a população “lá de casa”. Seja lá ou cá, é ilegal e imoral. Olho neles, a eleição está aí.

Assuntando

Em Santo Augusto, só o PT já tem seus pré-candidatos, os demais é desorganização e incerteza total. O PDT, que não abre mão da cabeça de chapa, tem escassas opções e deverá ir de Horácio ou Valdez. A aliança (segmento que está no governo) vira e mexe fica na dupla Naldo e Marcelo à reeleição. Mas eles, além do desgaste bastante acentuado enquanto governo, enfrentam algumas rejeições internas. Há sinais de dispersões, inclusive o DEM que detém uma bancada de três vereadores, dá sinais de concorrer em chapa própria e, se isso acontecer levará o PSDB com ele. O PSD, que tem Marodin como pré-candidato a prefeito, busca compor coligações, mas até agora nenhuma composição foi selada. É uma trapalhada geral. Com isso, mesmo sem um nome forte, o PDT bate palmas. Mas como político não dorme de touca, quando cair a ficha, os caciques da aliança vão entrar em ação e buscar uma forma conciliadora. Aí poderá dar Alvorindo Polo (PP) candidato a prefeito e compor coligação com o PSD, com Marodin a vice. É o que tô assuntando. Mas é conversa cá com meus botões.

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