Representação reduzida
A Região Celeiro sempre elegeu representantes para a Assembleia Legislativa e para a Câmara dos Deputados. Chegou a ter, nas três últimas legislaturas, três deputados estaduais e dois deputados federais. Esse número reduziu drasticamente na presente legislatura (2023/2026), eis que dos cinco que tínhamos até 2022, ficamos com apenas dois: Aloisio Classmann na Assembleia e Pompeo de Mattos na Câmara Federal. Por quê? Porque quanto aos deputados estaduais, Zilá Breitenbach não se reelegeu na eleição de 2022, e, Ernani Polo, mesmo sendo reeleito, preferiu olhar para si próprio, licenciar-se do cargo de deputado para o qual fora eleito, e atrelar-se ao Poder Executivo, na condição de secretário de Estado. Já o ex-deputado Jerônimo, por vontade e decisão pessoal, não concorreu à reeleição. Portanto, nossa representatividade nos parlamentos gaúcho e brasileiro, de cinco ficou em tão somente dois deputados.
Resistência em vão
Lembro da penúria do então PMDB e do PP do Rio Grande do Sul lá em 2005, quando seus partidos em nível nacional passaram a integrar o governo Lula. A resistência gaúcha era enorme, eis que tanto um quanto o outro tinham verdadeira ojeriza ao PT, e a recíproca era verdadeira. A política brasileira virou nisso, por troca de cargos, passam uma borracha e apagam tudo, transformando o ódio em amor. Quem não lembra daqueles discursos raivosos, radicais, recheados de ódio. Depois disso já se viu de tudo, não só o PP, PMDB e PT, mas todos, inclusive de extrema direita, como o próprio PL do Bolsonaro, trocando afagos e planejando coalizão com a extrema esquerda do Lula. Isso deixa cristalino que não mais existe ideologia político partidária, o que existe são “interesses pessoais e partidários”. Por isso, político de estimação é ilusão. Desista.
Falando nisso…
Aqui em Santo Augusto, no momento, é mantido no Poder Legislativo a coalizão entre PP, MDB e PT que estão unidos formando a bancada da oposição. Do outro lado, na situação, o Poder Executivo é formado em coligação por: DEM (União Brasil), que tradicionalmente esteve coligado com PP e MDB; PDT, que já governou o município coligado com o PT; PSDB, que também tradicionalmente esteve coligado com PP e MDB; e o PSD, criado em 2020. Como se observa, os partidos citados, da oposição e da situação, de alguma forma, já mantiveram coligações entre si em disputas eleitorais ou mesmo na administração pública municipal. Mesmo o PSD que não existia antes, é formado por militantes oriundos das diversas siglas existentes no município. Isso tudo nos leva a imaginar que para a eleição do ano que vem pode haver coligação inesperada e surpreendente para prefeito, até mesmo o propalado e difícil “consenso”.
Possibilidade remota
Candidatura de consenso para prefeito em Santo Augusto é uma possibilidade muito remota. Sempre tem aquele partido que não abre mão da cabeça de chapa. Lembro que em 2016, depois de inúmeras tratativas, o consenso esteve ali, na iminência para se concretizar. No entanto, no dia D, convocada coletiva de imprensa e tal, o PDT decidiu, terminantemente, por não aceitar. É que desde a arrancada das tratativas, o MDB e PP já indicaram o nome de quem seria o candidato, que era o Dr. Naldo. Esse fato motivou a resistência do PDT que defendia a escolha do candidato como último item a ser tratado nas negociações pró consenso. Esse é o fator que torna difícil, quase impossível o consenso em Santo Augusto. Tem partidos que até são espontâneos em não só aceitar, mas propor candidatura de consenso, “desde que o candidato seja do seu partido”.
Será um desses dois…
Com vistas à eleição do ano que vem, o PDT que está confiante de que a prefeita Lilian cumprirá não só a palavra, mas o acordo traçado em 2020, de não concorrer à reeleição, deverá ter o atual vice-prefeito Vanderlei Carpes Martins ou o vereador Horácio como candidato a prefeito. Certo ou quase certo é que um deles será o candidato. Quanto ao futuro candidato a vice, caso o candidato seja o Horácio, já se ouve comentários de que seu vice poderá ser o empresário Pedro Marodin, do PSD, partido que faz parte da coligação e do atual governo.
Sendo assim…
Se acontecer de o PDT encabeçar a chapa majoritária em dobradinha com o PSD, mesmo com o provável apoio da prefeita Lilian, hoje no PL, poderá haver dispersão de eleitores do União Brasil, antigo DEM, rumo aos velhos e tradicionais aliados PP e MDB. Salvo que Lilian exercite sua liderança política e pessoal e consiga segurar esse eleitorado.
Na oposição
Do lado da oposição, o MDB ainda não deu sinal algum sobre nomes de possível candidatura a prefeito nas eleições de 2024. O ex-prefeito Naldo Wiegert, que sempre esteve na vanguarda do partido, agora diz que não mais concorrerá. Quanto ao PP, dois de seus líderes, o médico Mário Polo e o vereador Bugio, já manifestaram, via imprensa, seus interesses em concorrer a prefeito. Isso foi corroborado pelo próprio partido semanas atrás, citando também outros possíveis nomes como, vereador Tomate, ex-vereador Luiz Bertollo, Rodolfo Goergen, ex-vice-prefeito Marcelo Both, entre outros. Dos citados, todos são bons nomes, mas o mais competitivo, a meu ver, é o Dr. Mário.
A propósito
Até o momento, nenhuma mulher aqui em Santo Augusto foi citada como possível candidata a prefeita ou vice para as eleições do ano que vem. Apesar desse silêncio todo nesse sentido, ninguém duvide de que poderá surgir surpresa positiva vinda da ala feminina para competir na eleição majoritária. Creio nisso, se falta coragem, espelhem-se na ousadia e determinação da prefeita Lilian quando a mais de um ano da eleição de 2020 já dizia que seria candidata.
Violência como último recurso
A violência e a intolerância entre as pessoas de modo geral, agravada durante e após a pandemia, é algo que faz muito mal ao convívio interpessoal. A violência tem uma motivação corretiva que tenta consertar o que o diálogo não foi capaz de solucionar. A violência funciona como um último recurso que tenta restabelecer o que é justo segundo a ótica do agressor. Paradoxalmente, em geral, a violência não tem caráter meramente destrutivo. Assim, sempre que houver violência é porque alguma coisa já estava anteriormente errada. Sendo assim, é essa “coisa errada”, a real causa que precisa ser corrigida para diminuirmos, de fato, os diversos tipos de violência.
Os perigos do MST
Muitas vezes, ao longo dos anos, reportei aqui na coluna que um dos mais sérios problemas do Brasil é o MST. Não há, pelo menos no meu ponto de vista, nada que se compare ao perigo que este Movimento representa para a paz e para o desenvolvimento do país. Andou alguns anos desaparecido, durante o último governo, mas tão logo a esquerda voltou ao poder, nada e ninguém pode deter um só passo, uma só ação ou um só desejo do MST. Este movimento foi criado sob as asas da CNBB, da OAB, do PT e de outras organizações. E não adianta nos iludirmos, hoje, ele é maior que todos seus sustentáculos iniciais reunidos e tem um poder infinitamente superior. A criatura é muito maior que o criador. O Movimento que se apresentava como mero reivindicador de coisas justas, se tornou algo incontrolável dentro do atual sistema. Vejo com preocupação, muita turbulência e violência no campo se avizinhando.
Envergonha o Brasil
Editorial do jornal O Estado de S. Paulo publicado quarta-feira, 31, sobe o tom com o presidente Lula, por causa da recepção ao ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, no Brasil. Segundo o Estadão, o petista “envergonha o Brasil” com seus acenos ao chavista. “Depois de estender o tapete vermelho para Nicolás Maduro, pária mundial por razões óbvias, o petista declarou que o tirano venezuelano é um governante legitimamente eleito e que a Venezuela, portanto, é uma democracia exemplar”, observou o jornal. “Na opinião de Lula, todas as inúmeras denúncias de violações de direitos humanos, de manipulação das eleições e de perseguição a dissidentes e jornalistas naquele país não passam de ‘narrativas que se construiu contra a Venezuela’. Lula então sugeriu ao ‘companheiro Maduro’ que ‘construa a sua narrativa’, que ‘será infinitamente melhor do que a narrativa que eles têm contado contra você’.”
Lula tem delírios
Adiante, o Estadão afirma que Lula se refere à União Europeia e aos Estados Unidos, quando fala “nossos adversários”. “Na ‘narrativa’ de Lula, americanos e europeus simplesmente ‘não gostam’ de Maduro, por puro ‘preconceito’, e por isso resolveram inviabilizar o governo chavista – e as agruras dos venezuelanos, com hiperinflação, escalada da miséria e da fome e êxodo de 7 milhões de cidadãos em poucos anos, seriam resultado das sanções internacionais, e não da ruína do país promovida pelo chavismo.” Por fim, o jornal diz que Lula tem “delírios” de uma Venezuela beneficiada com obras de infraestrutura custeadas pelo Brasil, mesmo o Ministério da Fazenda “catando moedas no vão do sofá”. Além disso, segundo o Estadão, a julgar pelo “obsceno discurso de Lula”, é uma narrativa que faz brilhar os olhos do chefão petista.