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CRÔNICAS CURTAS – Reduzido de 5 para 3 deputados; Jornada parlamentar; Cadê o PDT; Dilemas de Eduardo Leite; Ele não gosta dos servidores

De 5 para 3 deputados

Atualmente, a Região Celeiro é representada nos parlamentos federal e estadual por cinco deputados, dois federais (Jerônimo Goergen e Pompeo de Mattos) e três estaduais (Zilá Breitenback, Aloisio Classmann e Ernani Polo). Este expressivo número de parlamentares, de dar inveja a algumas regiões mais populosas, estará reduzido a apenas três deputados a partir de 1º de fevereiro do ano que vem. Permanecerão o Pompeo, Classmann e Ernani, que se reelegeram. Não mais estarão no parlamento, o deputado Jerônimo, que por decisão pessoal não concorreu à reeleição, e Zilá, que não conseguiu se reeleger. Paulo Opus Dei seria um somatório, mas não se elegeu.

Jornada parlamentar

Para simples lembrete, ou para conhecimento de quem ainda desconhece, transcrevo aqui a jornada política eleitoral dos três representantes da nossa região, reeleitos no pleito do dia 2. Os dados, principalmente os que envolvem número de votos, foram buscados no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ambos iniciaram na política como vereadores em suas cidades de origem. Veja a seguir:

Pompeo de Mattos (PDT)

Pompeo, foi vereador de Santo Augusto (83/88) e prefeito (89/90), tendo, em 1986 concorrido pela primeira vez a deputado estadual, obtendo 14.405 votos (ficou na suplência); em 1990, concorreu de novo e foi eleito com 22.952 votos para ocupar uma cadeira na Assembleia Legislativa; em 1994, foi reeleito, com 36.107 votos. Em 1998, concorreu a deputado federal, sendo eleito com 87.494 votos. Foi reeleito, em 2002, com 112.832 e em 2006, com 106.963 votos. Em 2010, concorreu a vice-governador. Em 2014, elegeu-se mais uma vez a deputado federal, com 91.849 votos; em 2018, reeleito com 80.427 sufrágios. E agora, em 2022, reeleito novamente, obtendo 100.113 votos.

Aloisio Classmann (União)

Classmann, foi eleito vereador de São Martinho, em 1976, e reeleito em 1982, permanecendo até 1988 (naquela época o mandato era de 6 anos). Em 1988, foi eleito prefeito (89/92). Em 1994, concorreu a deputado estadual, obtendo 10.260 votos (ficou na suplência). Em 1998, concorreu novamente e foi eleito com 18.973 votos. Foi reeleito em 2002 com 35.639 votos; em 2006, com 40.668; em 2010, com 46.252; em 2014, com 52.771; em 2018, com 37.920, e, em 2022, mais uma vez reeleito, com 29.671 votos.

Ernani Polo (PP)

Ernani, filho e sobrinho de políticos, no ano 2000, foi eleito vereador de Santo Augusto. Em 2010, disputou pela primeira vez uma cadeira na Assembleia Legislativa, somando 38.767 votos. Ficou na suplência, mas assumiu a cadeira no ano seguinte. Em 2014, foi reeleito com 57.427 votos. Nas eleições seguintes continuou oscilando para cima, sendo reeleito em 2018, com 67.248, e agora, em 2022, com 67.515 votos.

Veja estes resultados

Pegando os cinco candidatos mais votados para presidente da República e para governador do Estado, veja como o eleitorado de Santo Augusto votou: Lula (PT) – 4.228 votos – 47,37%; Bolsonaro (PL) – 4.160 votos – 46,61%; “Ciro Gomes (PDT) – 246 votos – 2,76%”; Simone Tebet (MDB) – 227 votos – 2,54%; Soraya Thronicke (União) – 17 votos – 0,19%. Já, para govenador do Estado, os resultados foram estes: Onyx Lorenzoni (PL) – 3.048 votos – 35,81%; Edegar Pretto (PT) – 2.661 votos – 31,26%; Eduardo Leite (PSDB) – 1.084 votos – 21,19%; Luis Carlos Heinze (PP) – 592 votos – 6,95%; “Vieira da Cunha (PDT) – 284 votos – 3,34%”. 675 eleitores votaram branco ou anularam o voto, enquanto 2.025 eleitores do município não compareceram às urnas. A soma total de nulos, brancos e abstenções representa 24,08% do total de eleitores do município.

Cadê o PDT?

Pois é. É estranho, um partido histórico que já elegeu um governador (Alceu Collares), e aqui no município sempre teve uma militância fiel e aguerrida, numerosa, contando sempre com cerca de quatro mil eleitores, numericamente bem superior aos demais partidos santoaugustenses. Agora, se atentarmos para as votações do candidato do PDT à presidência (Ciro Gomes) com minguados 246 votos, e do candidato do PDT a governador (Vieira da Cunha) igualmente com minguados 284 votos, parece que o trabalhismo está se exaurindo, desaparecendo por aqui. Afinal, para onde foram e onde é que estão aqueles eleitores fiéis do PDT, já que tinham seu candidato próprio para presidente, assim como para governador? Debandada muito estranha. Renegando aos próprios candidatos? É sintomático. Estaria o PDT desaparecendo em Santo Augusto?

Aliás

Quem diria? A impressão que dá é que o antigo DEM, que hoje comanda a administração municipal de Santo Augusto, está coligado é com o PT. O porquê da estranheza? Tire suas conclusões. Apenas estranheza. Vai ver que fizeram uma fusão de ideologias. Se bem que ideologia política nem existe mais.

O dilema de Eduardo Leite

Disputarão o segundo turno no Rio Grande do Sul, os candidatos Eduardo Leite (PSDB) e Onyx Lorenzoni (PL). Leite que esteve na beira da derrota para o PT no primeiro turno, desde domingo à noite passou a ter um quebra cabeça danado. É o dito popular: Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. Se o Leite declarar apoio a Lula, por um lado lhe renderá votos do PT, porém, por outro lado poderá dispersar eleitores seus do primeiro turno, mas que apoiam Bolsonaro. Ou seja, no eventual apoio a Lula, há riscos de perder votos de seus eleitores conservadores, podendo ser o decreto da derrota final.

Eduardo paga o preço…

O candidato à reeleição, Eduardo Leite, enfrenta resistências enormes, também, entre o funcionalismo público estadual, de todos os segmentos, principalmente do magistério. Basta ver a contundência com que o Cpers se posicionou no documento publicado em março deste ano, intitulado: Alerta ao país. Nele, os professores gaúchos criticam promessas de campanha feitas por Eduardo Leite em 2019 em busca de votos, e não cumpridas. Entre as promessas, feitas e não cumpridas, está: dialogar com todos(as), priorizar a educação e valorizar professores(as) e funcionários(as) de escola. Ao invés disso, chegou seu último ano de mandato, e seu legado é de destruição, autoritarismo, aprofundamento da miséria da categoria, extermínio de direitos e desmonte da escola pública. No documento, o CPERS alerta a população para a realidade do estado sob a gestão de Eduardo Leite, atribuindo-lhe a pecha de “maior mentiroso da história do RS”.

Redução de salários

O ex-governador gaúcho e atual candidato à reeleição, Eduardo Leite (PSDB), desde o início de seu governo defendeu a redução de salário dos servidores públicos, sob o seguinte argumento: “Todos estão no mesmo barco” e que “não é razoável que haja uma categoria blindada dos efeitos das dificuldades financeiras do estado”. “Acho que o Congresso precisa discutir, dentro de emenda constitucional, para que se viabilize a constitucionalidade dessa redução salarial dos servidores públicos, disse reiteradas vezes. Totalmente desprovido da verdade, Eduardo Leite chegou a dizer que ele e a sua equipe reduziram em 30% os próprios salários.

Na verdade…

Na verdade, Eduardo Leite reduziu salário de servidores públicos. Com o apoio que milagrosamente sempre teve da Assembleia Legislativa, ferrou com os servidores aposentados que passaram a ter em seus contracheques o desconto previdenciário sobre o total do salário bruto mensal, que antes era somente sobre o que excedia ao teto da previdência. Com isso, o servidor aposentado passou a ter redução em seus salários, variável conforme o valor que cada um ganha. Tem aposentados que perderam R$ 50 ou 100, mas muita gente teve redução de R$ 500 a 1,5 mil mensais. Além disso, ele dizia que não tem sentido servidor da ativa pagar para quem está aposentado. Chega ser repugnante. Há 55 anos e sete meses contribuo mensalmente para com o IPE previdência. Desses, 45 anos na ativa. Portanto, ninguém me faz favor pelo que ganho.

A gana dele é intensa

Eduardo Leite, no dia 23 de setembro, falando ao programa Gaúcha Atualidades, como candidato à reeleição ao governo, prometeu mudar o sistema de cobrança mensal dos benefícios do IPE Saúde. Ele disse que é preciso reavaliar o modelo atual, especialmente em relação à cobrança aos servidores no sistema de contribuição. Tem a questão dos dependentes. Se tem dependente e se não tem, o pagamento acaba sendo o mesmo, disse. Ou seja, pretende criar contribuição adicional aos dependentes.

Ele não gosta dos servidores

Inúmeras vezes o ex-governador e atual candidato à reeleição atacou os servidores e tentou jogar nas costas deles a responsabilidade pela crise existente. Desde o início da pandemia, toda vez que falava dos servidores, era para propor corte de salários e reclamar do caixa do governo. Em nenhum momento, Eduardo Leite veio a público agradecer o trabalho, por exemplo, da Segurança Pública (Polícia Civil, Brigada Militar), do Sistema Carcerário, da Saúde, que se expuseram ao risco de contaminação por Covid, e mantiveram ininterruptos os serviços à população naquele período crítico. Que nada. Ele preferiu atacar os servidores e jogar responsabilidade pela crise, nas costas de quem esteve na linha de frente do combate ao coronavírus.

 

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