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CRÔNICAS CURTAS – Primeira prefeita mulher – Câmara renovada – Inconformismo selvagem – Deselegância do presidente da Câmara

Primeira prefeita mulher

Nossa democracia só existirá de fato se as mulheres estiverem mais representadas no cenário político tornando nossa sociedade mais igualitária, justa e inclusiva. Este é o meu ponto de vista, embora reconheça que ainda há homens (machistas) que rechaçam essa ideia. Associado a isso está a falta de ousadia à maioria das mulheres. Mas temos que ser realistas, a participação da mulher na política é fundamental. As mulheres devem ser chamadas a ocupar cargos nos partidos, cargos de secretariado de governo para oportunizá-las a demonstrar seu potencial, e cargos de chefia para que elas possam desenvolver sua capacidade política. Enfim, a participação das mulheres é indispensável à construção da democracia e da cidadania, sensibilizando e estabelecendo compromissos na gestão pública. Em Santo Augusto, Lilian Fontoura Depiere foi eleita no último domingo(15) a primeira prefeita mulher do município. Lilian demonstra maturidade política, ousadia, personalidade para expor seus pontos de vista com tolerância e respeito, além de objetiva e prática, e assim, parece preparada, efetivamente, para liderar e desempenhar o cargo. Tem a seu lado um vice qualificado, de reconhecida boa índole e capacidade. Se acertar na escolha de bons secretários e diretores comprometidos com a função pública, estará iniciando o caminho do sucesso. Aliás, em entrevistas após eleita ela ressaltou com clareza que a indicação política feita pelos partidos, não dispensará, jamais, o critério técnico, haja vista que se precisa de pessoas preparadas e capacitadas para exercer cargo público.

A propósito

Qualquer prefeito precisa do apoio político permanente dos partidos que o elegeu. Não raro, ao invés de apoio, o que se vê é os partidos exigindo a acomodação de companheiros ou parentes em cargos na Prefeitura, na maioria dos casos sem que o indicado apresente a mínima condição para exercer cargo público. Isso não é apoio, é atrapalhar, prejudicar a administração. E tem mais, os vereadores do partido ou coligação também ficam azucrinando a vida do prefeito nesse sentido. Estou curioso para saber qual vai ser a atitude da prefeita eleita Lilian nessas inevitáveis e indecorosas investidas dos partidos e dos vereadores. Espera-se que mantenha a posição do critério técnico, e não se curve às exigências, senão, quem perde é a sua administração e a população.

Representatividade das mulheres

Ao longo dos anos, os espaços de decisão política têm sido majoritariamente ocupados por homens. Em uma democracia representativa, onde a maioria da população e do eleitorado é composta por mulheres, a baixa representatividade feminina é um sintoma da desigualdade de gênero e contribui para que certas demandas não sejam discutidas. Desde 1932, quando o direito das mulheres em escolher seus representantes foi garantido, a participação feminina no debate político tem sido palco de intensa discussão. Leis foram criadas para tentar garantir igualdade de gênero na política. Ainda assim, o Brasil continua entre os menores em participação de mulheres na política. Para se ter uma ideia, aqui na Região Celeiro, dos 21 municípios, apenas três (Santo Augusto, Crissiumal e Tenente Portela) tiveram mulheres como candidatas a prefeitas nesta eleição, e somente uma se elegeu. Outro detalhe que chama a atenção é que das 19 candidatas mulheres em Santo Augusto, somente uma foi eleita vereadora. Algo parece errado. Por que essa baixa representatividade de mulheres?

Câmara renovada

Na eleição deste ano a renovação na Câmara de Vereadores de Santo Augusto superou as anteriores, uma vez que agora todos os 9 concorreram à reeleição e somente dois conseguiram se reeleger. Portanto, serão 7 cabeças novas no legislativo. Analisando as manifestações dos novos eleitos, não tenho dúvidas que a escolha foi bacana, são novas ideias, novas posturas, novo jeito de ver a função do vereador, nova consciência do dever do vereador para com o município e a população, enfim, estou vendo neles a vontade de colocarem em prática tudo aquilo que a sociedade vinha criticando que os atuais não fizeram, o comprometimento e exercício efetivo da função. Achei muito interessante o dizer do vereador eleito Omar Santi, do MDB: “Se for para o bem do município serei situação”. Que bom ouvir-se isso de vereador de oposição, significa que efetivamente seu objetivo enquanto vereador vai ser, de fato, trabalhar em benefício da população e do município. Pelo jeito estamos bem encaminhados, já que vereadores e prefeita apontam a mesma linha de conduta política. Até que enfim!

Exemplo a ser seguido

Ao escrever sobre o perfil inovador e de comprometimento dos novos vereadores eleitos em Santo Augusto, lembrei o vereador Tito Lívio Najar Porto (MDB) de Coronel Bicaco que, quando candidato em 2016, dirigiu uma “carta aberta aos munícipes” afirmando seu compromisso para com a comunidade caso fosse eleito. Eis uma síntese da carta compromisso: Nós cidadãos bicaquenses, não podemos mais aceitar uma cidade suja e cheia de buracos, falta de estradas no interior, ausência de diálogo do executivo com o legislativo, falta de infraestrutura básica, inexistência de cursos profissionalizantes para nossos jovens, além de um programa de saúde preventiva e de habitação, entre tantas necessidades. Para alterar esse quadro geral de insatisfação popular, e dar voz aos anseios da comunidade, estou me apresentando para ser o seu vereador. Com uma postura séria e equilibrada vamos votar as leis e defender o interesse público, fiscalizar a aplicação dos recursos, exigir planejamento nas ações de governo, tudo isso, com a máxima transparência, além de buscar os rigores da lei aos que tiverem comportamento desonesto, pregando o fim do nepotismo e do uso indiscriminado de diárias. Assim, por acreditar na necessidade de uma mudança de comportamento de nossos representantes políticos, através do real comprometimento com as causas públicas, para trabalhar e servir, é que me coloco a sua disposição para defender no legislativo, todos e quaisquer interesses do nosso município. Está chegando um novo tempo, tempo onde as pessoas de bem sejam ouvidas, tempo de indignação com as coisas mal feitas, tempo para dizer basta a quem promete e não cumpre.

Exemplo a ser seguido (2)

Acompanhei o desempenho do vereador Tito Lívio durante esses quatro anos, e por isso posso afirmar que ele cumpriu realmente com denodo, determinação e sabedoria o compromisso assumido com seu povo e com seu município, servindo sim de um exemplo para seus pares, respeitado e valorizado perante a sua comunidade, incansável no seu papel de vereador, sugerindo, cobrando providências, ouvindo os munícipes, conhecendo detalhadamente as reais necessidades e intercedendo junto ao Poder Executivo para solução dos problemas de interesse público. Dentre os tantos trabalhos, há que se destacar dois intrincados problemas que, graças a persistente ação do edil foram e estão sendo sanados. Um deles, a redução dos gastos com diárias dos vereadores, e o outro, por sua sugestão, o prefeito encaminhou o projeto que acaba com o nepotismo em todos os níveis da Administração Pública Municipal, aprovado por unanimidade, em primeiro turno, na Câmara de Vereadores. No todo as ações do vereador Tito Lívio são exemplo a ser seguido. Ressalte-se que Tito Lívio não concorreu à reeleição, grande e digno exemplo de “não ser interesseiro político”.

Inconformismo selvagem

A selvageria praticada por um grupo de índios da Área Indígena de São Valério do Sul na noite desta segunda para terça-feira contra seus próprios silvícolas, nos remete a um passado de revanchismos políticos típicos do coronelismo que outrora era comum no Brasil, especialmente no Nordeste, muito embora, aparentemente, só figurem índios neste conflito. Segundo informações chegadas à coluna, os indígenas que defendiam a candidatura do prefeito Vettorato (PT) à reeleição, inconformados com a derrota de seu candidato, se rebelaram contra os indígenas que defenderam e votaram no candidato vitorioso Idilio Speroni (PP). Com extrema violência física usando instrumentos contundentes (pau e pedras), foice e facão, agrediram e expulsaram de casa famílias inteiras, inclusive idosos e crianças, que moram na sede da área indígena, de cujas agressões várias das vítimas resultaram com ferimentos e tiveram de ser medicadas. Na manhã de terça-feira, mais de 100 indígenas expulsos de casa se escondiam e se protegiam na Aldeia Nova, antiga Estação Experimental, distante cerca de 10 quilômetros de onde foram expulsos de suas casas. O inconformismo selvagem dos índios agressores vem do resultado da eleição de domingo, porém, tal selvageria não é vista somente em meio a índios, vez que pode haver influência de brancos.

Que deselegância!

Nesta terça-feira (17), assistindo ao vídeo da sessão ordinária da Câmara de Vereadores de Coronel Bicaco, realizada na manhã daquele dia, tive a oportunidade de ver e ouvir uma cena pouco ou nada comum de um presidente do Poder Legislativo, no trato com o chefe do Poder Executivo Municipal. Logo no início da sessão, integrante da Mesa anunciou ao presidente Egmar Lima de Ávila (PR), que o prefeito Jora (PSB) se fazia presente no recinto para entregar o Orçamento do próximo ano e fazer uso da palavra para explanar sobre o expediente. O presidente da Casa foi de uma deselegância tamanha que constrangeu a todos. Tratou como se fosse qualquer um que lá estava e para entregar qualquer coisa. Primeiro negou o espaço para o prefeito se pronunciar, alegando que não havia agendamento e que não é assim, chegar sem agendar e ocupar espaço para falar. Depois disse que o prefeito que mandasse o secretário da fazenda outro dia qualquer para entregar a peça orçamentária. Finalmente, permitiu que o prefeito ocupasse espeço, mas somente por cinco minutos. O prefeito então, educadamente, embora constrangido, se retirou sem protocolar a peça orçamentária. O fato provocou críticas ao presidente por parte de seus pares, a maioria deles se dizendo constrangido e envergonhado. Pudera!

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