No mínimo preconceituoso
Em entrevista, dia 18, à Globo News, o presidente Lula soltou o verbo, de novo, contra o empresariado. Após defender que haja uma “contrapartida” social na relação de trabalho entre empresários e trabalhadores, o presidente afirmou que os empresários só “ganham dinheiro porque os trabalhadores dele trabalham”. E acrescentou: a responsabilidade social e a responsabilidade fiscal são antagônicas por causa da ganância dos mais ricos. Repetitivo, ele disse a seguir: O empresário não ganha muito dinheiro porque ele trabalhou. Ele ganha muito dinheiro porque os trabalhadores dele trabalharam. E verbalizou sua intenção: “O que nós queremos é que apenas haja a contrapartida no social. Não interessa a gente ter uma sociedade de miseráveis. Nós queremos ter uma sociedade de classe média”, afirmou. Voltando à carga, em outro ponto da conversa, Lula afirmou que quem faz o Produto Interno Bruto (PIB) do país crescer não são os empresários, mas sim os trabalhadores. Preconceituoso, no mínimo.
A propósito
Nem precisa ser empresário. Qualquer pessoa sem preconceito e sem maldade sabe e reconhece o papel social do empresário, eis que gera emprego e renda para pessoas e famílias. Ele também trabalha, muito, para gerir a empresa. A relação entre empresário e empregado é indissolúvel, coexistem simultaneamente. Mas, pelo que aparenta, Lula pensa em transformar empregado em sócio, no ideário econômico. Dessas declarações do presidente depreende-se intenções espúrias alinhadas com ditadura. Isso só traz desconforto, insegurança, e pode criar animosidade entre empresários e empregados. Parabenize-se os empresários que geram riqueza para o país, empregos para as pessoas; e repudie-se as manifestações/intenções socialistas.
Isso é qualidade na educação?
O governador Eduardo Leite se reelegeu diante do discurso de que seu foco seria melhorar a educação na rede estadual. Só que já começou o novo governo contradizendo seu próprio discurso. Estranhamente, acaba de determinar, através de portaria da SEDUC, que alunos que não tiverem frequência mínima em 75% das aulas possam fazer uma prova final e, caso alcancem a média 5, sejam aprovados. Até então, quem não tivesse esse percentual de presença era automaticamente reprovado. Segundo a SEDUC, a ideia é dar uma segunda chance para os alunos estudarem, desenvolverem as habilidades previstas e, assim, passar de ano. A preocupação é que a reprovação desestimule o jovem a seguir estudando e ele abandone a escola. Simples assim. E a qualidade anunciada, onde fica? Só faltava essa! Frequência livre no ensino fundamental e médio. É como diz o ditado, “não há nada tão ruim que não possa piorar”. O renomado professor Darcy Ribeiro já dizia: “A crise na educação no Brasil não é uma crise. É um projeto”. E que projeto!
10 anos da tragédia na Kiss
Hoje, dia 27, marca a passagem de 10 anos da fatídica tragédia da Boate Kiss, em Santa Maria, que deixou saldo de 242 jovens mortes e 636 feridos. A tragédia produziu, na época, ao mesmo tempo, um silêncio retumbante e uma vontade retumbante de falar. O silêncio veio da perplexidade diante do ocorrido. O Brasil ficou chocado. O Rio Grande do Sul ficou de luto. A dor das famílias ecoou em cada um de nós. A pergunta fatídica vinha à tona: Por quê? Aquelas centenas de jovens só queriam se divertir. Só desejavam ‘curtir’. Estavam lá para viver intensamente e vibrar. Mas…
De súbito, a tragédia
Eram por volta de três horas da manhã do dia 27 de janeiro de 2013 quando o vocalista da banda Gurizada Fandangueira acendeu um objeto pirotécnico dentro da boate Kiss. A espuma do teto foi atingida por fagulhas e começou a queimar. A fumaça tóxica fazia as pessoas desmaiarem em segundos. O local estava superlotado, não tinha equipamentos para combater o fogo, nem saídas de emergência suficientes. Morreram pessoas que não conseguiram sair e outras que tinham saído, mas voltado para ajudar. Falhou a prevenção. Houve negligência de quem tinha o dever de prevenir. Afinal, por que não havia saídas de emergência? Por que alguém acendeu algo com fagulha dentro de um ambiente fechado? Por que a saída não foi imediatamente liberada? Por que a boate funcionava sem as condições e requisitos legais adequados? Se irregular, por que a boate não foi interditada previamente? Por que tanta negligência acumulada? Por quê?
10 anos sem resposta
Passados quase nove anos da tragédia, finalmente, de 1º a 10 de dezembro de 2021, os quatro réus pelo incêndio na Boate Kiss, foram levados a julgamento pelo júri popular. Marcelo de Jesus dos Santos, Luciano Bonilha Leão, Elissandro Sphor e Mauro Londero Hoffmann foram condenados a penas que variavam de 18 a 22 anos de prisão. Porém, os advogados de defesa dos quatro alegaram nulidades no processo e a justiça determinou a anulação. Isso significa a revitimização “agravada” de centenas de pessoas e famílias em nome do garantismo penal que, infelizmente, só garante direitos de criminosos, e nunca das vítimas. Um novo julgamento ainda deve ser marcado. Ou seja, o judiciário ainda não deu conta de dar uma resposta a essas pessoas e à sociedade.
Pioneiros dos Rodeios
A partir da esquerda: Professor Odilon, Prefeito Alecrides, Vice-Prefeito Flávio Sperotto, Patrão Nerci Liberato (março/1980)
Relembrar fatos e acontecimentos marcantes do passado, é valorizar os bons feitos, os atores, personagens envolvidos, os ideais, os usos e costumes, de modo a manter a chama viva do tradicionalismo que, felizmente, é preservado com fidelidade. O pioneirismo do Rodeio Crioulo de Santo Augusto pertence ao CTG Carreteiros dos Pampas que, em 1979, quando era patrão o tradicionalista Antônio Costa, juntamente com a administração municipal, realizou o 1º da série. É justo registrar para as gerações tradicionalistas mais novas, e lembrar aos veteranos, que os maiores impulsionadores para que os Rodeios Crioulos aqui acontecessem foram o então prefeito Alecrides e seu vice Flávio. É a eles, e aos CTGs Carreteiros e ao Pomiplio, que dedicamos esse espaço. Eis que no ano seguinte, em 1980, sob a coordenação do Patrão Nerci Liberato da Conceição (in memoriam), do tradicionalista professor Odilon Gomes de Oliveira, do Prefeito Alecrides Sant’Anna de Moraes e do Vice-Prefeito Flávio Carlos Sperotto (in memorian) – ambos estampados na foto acima – foi o CTG Pompilio Silva que realizou o Rodeio Crioulo, segunda edição, que a exemplo da primeira, teve como palco a Fazenda Tapera, gentilmente cedida pelo proprietário Tuta Sperotto (in memoriam). Neste ano de 2023, o Rodeio Crioulo ocorrerá de 9 a 12 de fevereiro, na aconchegante Estância de Rodeios Nerci Liberato. É a 40ª edição, em 44 anos. O suficiente para saber-se da sua grandeza e importância. Compareça e prestigie.