Empresário x político
Afinal, empresários são melhores gestores do que políticos? O senso comum diz que sim. Pelo menos esse tem sido o slogan eleitoral de muitos homens de negócio que saem da iniciativa privada para se aventurar nas eleições. Os empresários dizem que fazem mais com menos, que são bons gestores. Os políticos discordam. Para eles, a máquina pública tem regras e uma dinâmica própria que fazem com que o desempenho dos empresários não seja nem melhor nem pior do que o dos políticos. Contudo, se aproxima uma nova concepção, e para as eleições municipais do ano que vem isso pode ser levado à prova, e o discurso pode elevar o tom afirmando que os empresários são mais eficientes que os políticos na gestão pública. Provavelmente na próxima eleição municipal (2020) vão surgir candidatos de fora da política tradicional que irão assumir a identidade do empresário e dizer que são melhores gestores.
Mas…
Qual seria a necessidade de um empresário interessar-se pela política no município? Imagino que seja um questionamento fácil de ser respondido, afinal, quando uma cidade é bem administrada, as possibilidades de negócios prósperos são imensamente maiores, já que a realidade socioeconômica interfere diretamente na atividade comercial de um empreendimento e, é o empresário que assume os riscos financeiros do investimento, independente do cenário político do município. Por isso faz-se necessário ter uma participação crítica e ativa na gestão pública municipal.
Qual a importância?
Vale ressaltar que a importância do empresariado em um município, normalmente, é medida pelo tamanho do município e não do empresário. Em uma cidade de médio porte, uma empresa de 100 ou 200 colaboradores é pequena, enquanto nas pequenas cidades é uma grande organização. Administrar uma empresa dessas, e mesmo as menores, com 30 ou 50 colaboradores, significa sofrer pressões dos políticos que querem o seu dinheiro, o voto dos seus colaboradores e a sua notoriedade, como se o sucesso do empreendimento fosse fruto do município e não dos tantos anos de trabalho daquele empreendedor.
Qual a solução?
Boa pergunta. Qual a solução para esta situação Empresário x Político? Esse é mais um questionamento simples de responder. Pode se calar e não se expor nas questões políticas da cidade, buscando se socializar fora do município, levando seus recursos para fora dele e se isolando de tudo por não poder interferir; ou ir à luta, não só como empresário, mas também como cidadão crítico, questionador e atuante, na cidade que escolheu para viver, criar seus filhos, investir sua força de trabalho e seu capital, gerar emprego e renda, capacitar pessoas e assumir os riscos.
E sabe o que é pior?
Pior é quando o político afasta o empresário das questões públicas, aí o destino morre! E não menos pior é ver uma cidade inteira vivendo de assistencialismo de cargos públicos, tendo de idolatrar políticos porque o empresariado não tem segurança em investir no município. Vendo outros municípios se despontando no cenário nacional e nós aqui, esquecidos. Aí o empresário passa a pensar: não podemos viver no medo de enfrentar o que não está certo. Não podemos ter medo dos políticos!
Mas porque esse rodeio todo?
Simples. É para dizer que em Santo Augusto, um grupo de empresários está disposto a quebrar o tradicional jeito de governar o município, com foco na gestão pública. Segundo o que foi repassado à coluna, mais de vinte empresários já bateram martelo em torno da questão, estando na linha das intenções o lançamento de candidatos do meio empresarial para concorrer a prefeito, vice-prefeito e vereadores. Inclusive, para concorrer a prefeita, o nome ventilado e em evidência no meio é o da empresária Lilian Fontoura Depiere, que atualmente é a presidente da ACISA. A ideia dos empresários é implantar na administração pública um sistema empresarial de gestão, de modo a buscar o desenvolvimento e o crescimento econômico do município e, por consequência, alavancar com qualidade, eficácia e modernidade todos os demais setores da administração pública municipal de Santo Augusto.