Santo Augusto, 66 anos
Foto Divulgação/Ascom/Prefeitura Municipal de Santo Augusto
O município de Santo Augusto celebra hoje, dia 30 de maio, os seus 66 anos de emancipação político-administrativa. Tem muito a comemorar, eis que, embora de forma lenta, vem num crescente em desenvolvimento e crescimento, graças a pujança de seu povo e o empenho e determinação das sucessivas administrações públicas do município, o que nos faz sentir a sensação de orgulho da terra que escolhemos para viver.
Curioso é que, para as gerações mais novas, é como se tudo tivesse nascido pronto, como que não tivesse um histórico de mais de seis décadas e meia de trabalho árduo, de superação de dificuldades incríveis, de sacrifícios e lutas para chegarmos até aqui. Negar isso é inconcebível. Não é correto enxergar somente o presente, ignorando os primeiros e subsequentes construtores dessa grandiosa obra. É injusto para com todas as administrações anteriores e para com todos aqueles e aquelas que contribuíram para termos a cidade e o município que temos.
É preciso voltarmos no tempo, lá em 30 de maio de 1959 e refletirmos: quando solenemente foi instalado o município, quando assinaram a ata, o prefeito eleito Oswaldo Pio Andrighetto e o vice-prefeito eleito Arnaldo Macagnan, e também os primeiros vereadores eleitos, Erno Pauvels, Gentil Ribeiro Maciel, Guilherme Kettner, Holdemar Irber, Lino Berlezi, Odony Rafael Chaves de Souza e Ozorimbo Diniz, além dos 189 munícipes presentes; que no dia seguinte, 31 de maio, foi o primeiro dia de efetiva administração, sem recursos para nada, sem uma estrutura material e humana, sem uma estrutura da máquina pública, tendo que começar do zero, com a cara e a coragem, porém, com elevadíssimo espírito público, arrojada determinação e elevado otimismo. São merecedores de reconhecimento, sempre.
O outro lado da moeda
No Maio Amarelo surgem campanhas pedindo mais responsabilidade dos motoristas. E com razão. Não dá para ignorar os absurdos que a gente vê nas ruas e estradas – gente correndo além do limite, fazendo ultrapassagem perigosa e em locais não permitidos, mexendo no celular, dirigindo bêbado, enfim. Mas nem todo o acidente é culpa do motorista. Tem o outro lado da moeda que quase ninguém toca: os acidentes que acontecem mesmo quando o motorista faz tudo certo.
A verdade é que tem muita coisa que causa acidente e não está nas mãos de quem dirige. Está nas mãos do poder público. E aí a gente entra num terreno que pouca gente quer pisar: a má qualidade da infraestrutura viária e o descaso com a sua manutenção. Tem lugar que parece cenário de guerra: buracos enormes, sinalização apagada, ausência de faixas, ausência de placas, faixa de pedestre inexistente ou colocada de forma irregular. E não é pontual, é crônico.
Aliás
Um exemplo do descaso do poder público para com o trânsito, aqui na região, é a BR-468, que além da má conservação e o asfalto já bastante deteriorado, tem mais um agravante: no trecho entre a ponte do Guarita e o trevo de acesso a Coronel Bicaco, a sinalização horizontal (faixas delimitadoras e orientadoras na pista) está quase toda apagada, o que, durante a noite, com chuva ou neblina, traz sérias dificuldades aos motoristas e risco iminente de acidentes.
Fiscalização
A fiscalização de trânsito é outro ponto crítico, destacando-se pela sua ausência, o que contribui significativamente para o aumento de acidentes. A ausência de fiscalização permite que condutores, como aqueles que excedem o limite de velocidade, desrespeitam a sinalização ou conduzam sob efeito de álcool, ou conduzem veículos com defeito ou falta de equipamentos obrigatórios, continuem agindo impunemente, aumentando o risco para todos os usuários da via. A fiscalização serve como um mecanismo de dissuasão e, quando eficaz, pode reduzir consideravelmente o número de acidentes e suas consequências. Quanto aos municípios, a fiscalização é como a espinha dorsal da municipalização. Sem ela não é possível ao município se integrar efetivamente ao Sistema Nacional de Trânsito como determina a lei. Ou seja, a fiscalização é tarefa obrigatória para todos os municípios. No entanto, essa parte é ignorada, negligenciada.
R$ 6 milhões nos aterros?
É inacreditável! Mas é o que consta. A novela da ponte na ERS-518, entre Campo Novo e Braga, segue dando o que falar. Executada pelo governo do Estado, sob a responsabilidade do DAER, as obras estão concentradas agora na construção dos aterros nas cabeceiras da ponte. Esta etapa, segundo consta, custará aos cofres públicos, o montante de R$ 6 milhões que, somados aos R$ 5,9 milhões já gastos na construção da ponte, chegará a R$ 11,9 milhões. Posso estar equivocado, mas para ser sincero, acredito que há exagero nesses gastos, no referente aos aterros. Parece tudo de caso pensado. Fizeram o projeto da ponte e não incluíram os indispensáveis aterros. Aí – é cômico – quando se deram conta que precisava aterros, partiram para outro projeto, o dos aterros. R$ 6 milhões!
Crise no IPE-Saúde
Além da revisão geral dos salários, os atos convocados pelas entidades que compõem o Fórum dos Servidores Públicos do Estado, pretendem chamar a atenção para a grave crise que atinge o IPE Saúde, plano que atende mais de 1 milhão de pessoas – incluindo servidores ativos, aposentados e seus familiares. No seu primeiro mandato, o governador Eduardo Leite promoveu uma grande reforma no IPE-Saúde, aumentando consideravelmente a contribuição dos servidores, com a promessa de melhorar o atendimento. No entanto, esse aumento da contribuição não significou melhora alguma do atendimento aos servidores e no número dos médicos e hospitais credenciados. Pelo contrário, o que vemos é uma verdadeira debandada das instituições de saúde pedindo o descredenciamento do IPE-Saúde. Enfim, Eduardo Leite onerou de forma cruel os servidores, e o IPE-Saúde só deu para trás ao invés de melhorar o atendimento conforme ele prometia.
Só barulho enganador
Eduardo Leite chegou ao PSD fazendo barulho, mas o jogo já está jogado. Ele se diz presidenciável no seu novo partido, mas a vaga para concorrer a presidente pelo PSD é de Ratinho Júnior, governador do Paraná, caso o partido lance alguém. Leite será candidato a senador, cujo acordo foi costurado antes mesmo da sua chegada ao novo partido. Mas Eduardo Leite, de forma enganosa, ocultando a verdade, seguirá falando como presidenciável no intuito de melhorar sua imagem, hoje bastante desgastada entre os eleitores gaúchos. É só mais um blefe.