COLUNA: Isenção do IR impacta Prefeituras – O hábito da leitura – As telas impedem o sonho – Professores e ex-professores

Impacto nas prefeituras

O projeto do governo Lula da Silva (PT), aprovado na Câmara dos Deputados, que amplia a faixa de isenção do imposto de renda para quem recebe até R$ 5 mil mensais, e que ainda depende da aprovação no Senado, preocupa prefeitos de todo o país. Segundo estimativas da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), a medida representará perdas de mais de R$ 4,6 bilhões no Fundo de Participação dos Municípios. Os municípios, por serem responsáveis pela arrecadação do Imposto de Renda sobre os salários de seus servidores, incorrerão em perda de R$ 5,1 bilhões na referida receita segundo estimativas da CNM. Essa medida, populista e eleitoreira, maquiada de justiça social, vai comprometer recursos essenciais para os municípios. Deploravelmente, tudo é feito de olho nas eleições de 2026, com o olhar caolho que só enxerga o voto, a reeleição.

Aliás

Se de um lado a medida alivia a carga tributária sobre trabalhadores que, apesar de não estarem entre os mais pobres, enfrentam dificuldades diante do alto custo de vida e da inflação; de outro lado prejudica as finanças dos municípios e a oferta de serviços públicos essenciais.

Em busca de entendimentos

Juliana Brizola, pré-candidata do PDT ao governo do Estado, segue realizando movimentos junto a lideranças do PT visando composição ainda no primeiro turno das eleições. No entanto, ela condiciona que o PT abra mão da cabeça de chapa. Em reação, lideranças petistas sinalizam que “a possibilidade existe”, mas, ao mesmo tempo afirmam que “é improvável que avance”.

No campo da situação, o MDB procurou o PP em busca de possível entendimento visando a continuidade da aliança que sustenta o governo Eduardo Leite. Na conversa, o presidente do PP, Covatti Filho teria dito ao presidente do MDB, Vilmar Zanchin, que “o Progressistas tem dois pré-candidatos a governador, e que para a conversa evoluir é preciso que o MDB ceda a cabeça de chapa”.

No Brasil de hoje

No Brasil de hoje, não se pode pensar e muito menos falar diferente, pois há um clima de intolerância crescente que limita a liberdade de expressão e o diálogo democrático. Opiniões e posicionamentos em contrário são de pronto rejeitadas ou atacadas. Essa postura de que “todos são bons, desde que concordem com o que eu penso, falo e faço”, revela uma tendência preocupante de intolerância e fechamento do contraditório. Ao limitar o valor das pessoas à concordância com opiniões próprias, esvazia a chance de construir soluções mais justas e democráticas. É fundamental reconhecer que o respeito à diversidade de ideias e opiniões fortalece a sociedade e amplia as possibilidades de crescimento coletivo. Aliás, em alguns segmentos políticos ideológicos, só é considerado bom aquele que se aliena, que concorda integralmente com as ideias desse grupo.

A escolha faz a diferença

Os cargos de confiança na administração pública municipal – secretários, coordenadores, diretores, supervisores, chefes de setores – não exigem qualificação técnica profissional específica. Porém, uma escolha criteriosa faz a diferença. A função deve ser exercida como um cargo político/profissional. Assim, os resultados positivos tendem a ser mais evidentes no cotidiano da população. Esses agentes, se qualificados e comprometidos com a ética, promovem políticas públicas mais eficazes, voltadas para a resolução real das demandas locais. Esse profissionalismo fortalece a confiança da sociedade na administração municipal. Município que investe em uma gestão política profissional geralmente apresenta avanços nas diversas áreas, especialmente na saúde, educação, obras e infraestrutura, refletindo diretamente na qualidade de vida dos munícipes. Pelo que se observa, alguns municípios da região adotaram essa postura promissora e eficaz, entre eles, Santo Augusto, com excelente resultado.

A propósito

Prefeitos sem autonomia para escolher seus assessores tendem ao fracasso em suas gestões. Certa feita eu conversava amistosamente com um prefeito, meu particular amigo, quando ele falou “que sua administração não estava funcionando de forma satisfatória”. E desabafou: “O problema é que são vários partidos que compõem o governo, e são eles (partidos) que indicam secretários e outros cargos de confiança, e o fazem sem levar em conta a qualificação e comprometimento, e exigem que tenho de aceitar porque esse foi o acordo”. Incrível, esse tipo de acordo político eleitoreiro é comum. Deixam o prefeito sem autonomia para escolher assessores. Por isso tem administração que não anda.

 Retrocesso

Dispensar a obrigatoriedade de autoescola para obtenção da Carteira de Motorista é um grave equívoco do governo. Isso pode aumentar significativamente os riscos no trânsito, já que motoristas menos preparados tendem a cometer mais infrações e acidentes. Portanto, desobrigar as aulas em autoescola representa um retrocesso na promoção da segurança e da responsabilidade no trânsito. Ao invés de desobrigar as aulas em autoescolas, seria mais sensato se o governo buscasse alternativas para reduzir os custos do processo de obtenção da CNH. Medidas como reduzir o valor das taxas, estabelecer limites de ganhos das autoescolas e criar subsídio para candidatos de baixa renda tornariam o acesso à habilitação mais barato, sem abrir mão da qualidade da formação dos motoristas.

Hábito de leitura

Leiam. E, se a leitura for difícil, leiam novamente. É a persistência diante do texto que forja o pensamento, que nos ensina a arte da reflexão, da interpretação e do questionamento. Hoje assistimos, pasmos, a uma crescente anestesia da consciência. E o antídoto para esse mal é a leitura: um ato de resistência silenciosa contra a superficialidade dos tempos atuais. Não negociem este direito, não abram mão desta arma. Leiam.

As telas impedem os sonhos

As telas consomem nosso tempo e nos desviam do foco das coisas importantes, dos sonhos e dos projetos de vida, inclusive impedindo ou dificultando um maior desenvolvimento intelectual e, por consequência, o futuro de muita gente, principalmente de adolescentes e de jovens adultos, que estão em sua “melhor idade”, a idade produtiva. Pior, as telas estão contribuindo cada vez mais para aumentar ainda mais a estratificação social, e os danos poderão ser irreversíveis, correndo o risco de termos uma ou mais gerações “subdesenvolvidas” intelectualmente, pois não focaram em seu futuro, no tempo certo ou na melhor idade.

Dia do Professor

Na próxima quarta-feira (15), será celebrado o Dia do Professor. A figura do professor – e da professora – transcende a mera transmissão de conteúdos; é, sobretudo, um arquiteto de possibilidades, capaz de despertar potenciais adormecidos e instigar a busca pelo conhecimento e pela ética. Com gestos simples e palavras certeiras, professores acendem o senso crítico, estimulam a curiosidade e abrem caminhos para que estudantes se tornem protagonistas da própria história. No espaço escolar, cada ensinamento ultrapassa o quadro-negro e reverbera nos valores assimilados, nas decisões cotidianas, na maneira de enxergar o mundo e de lidar com desafios. O professor, mais do que um mediador do saber, é referência de humanidade. Pelos seus exemplos, molda não apenas o intelecto, mas também o caráter, oferecendo direcionamento quando a dúvida se insinua e incentivo quando o desânimo ameaça. Feliz Dia do Professor.

Homenagem aos ex-professores

Por oportuno e por questão de justiça, é fundamental recordar e homenagear aqueles que dedicaram suas vidas ao ensino e à formação de gerações: os ex-professores – já aposentados ou falecidos – cuja presença ainda ecoa nos corredores das instituições e nas memórias de estudantes ou ex-estudantes. O seu legado persiste nos ensinamentos transmitidos, nas palavras de incentivo, nas lições de ética e cidadania que moldaram o caráter de tantos indivíduos. Fazer memória desses educadores é reconhecer que, mesmo ausente, continuam iluminando caminhos e inspirando futuros, garantindo que seu trabalho jamais seja esquecido ou subestimado. Essa é a nossa singela, mas sincera homenagem, a todos os ex-professores e ex-professoras, daqui e de acolá.

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