COLUNA: Dirigir descalço pode? – Fatores da violência juvenil – Escolinhas de futebol – IPVA pode virar dívida ativa – Receio de desagradar – Incentivo ao uso de drogas

Dirigir descalço pode?


Foto/crédito: depositphotos.com

 As regras do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) são claras, e mesmo assim, ainda geram questionamentos frequentes quanto ao que é permitido aos motoristas na direção de veículos. Conhecer as regulamentações é crucial, principalmente quando se trata do uso de calçados inadequados que possam comprometer a execução dos movimentos nos pedais. A segurança no trânsito não é apenas uma questão de habilidade ao dirigir, mas também de conformidade com a legislação vigente. De acordo com o artigo 252 do CTB, conduzir um veículo usando chinelos ou sandálias de dedo é considerado uma infração. No entanto, principalmente nos dias quentes, é comum ver-se motoristas dirigindo com calçados abertos – chinelos e chinelos de dedo. Esses calçados não oferecem segurança, pois podem facilmente escapar dos pés, dificultando o controle adequado dos pedais. A infração é classificada como média, resultando em 4 pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e uma multa de R$ 130,16.

Sapatos de salto alto e plataformas também devem ser evitados devido ao risco de comprometer o controle do veículo. Surpreendentemente, dirigir descalço é permitido, sendo até considerado uma escolha mais segura do que o uso de calçados inadequados.

 Fatores da violência juvenil

Na semana passada, o Rio Grande do Sul foi abalado por mais uma tragédia envolvendo violência em escola, protagonizada por um adolescente, resultando na morte de um aluno de nove anos e ferimentos em outros dois, além de uma professora. Esses atos de violência, logicamente, devem ter suas causas, muitas vezes despercebidas ou ignoradas. Diversos fatores podem contribuir para que adolescentes sejam levados à violência, especialmente no ambiente escolar, como conflitos familiares, ausência de apoio emocional, influência de grupos, exposição à violência doméstica ou comunitária, bullying, enfim. E tem outro fator, muito negligenciado, que pode levar o adolescente à violência extrema, e por isso exige reflexão profunda – especialmente das famílias – que é o uso da internet sem o acompanhamento ou orientação dos pais. O ambiente digital, apesar de repleto de oportunidades educativas, também apresenta riscos significativos, principalmente quando acessado sem limites, supervisão ou diálogo familiar.

Escolinhas de futebol

Além dos aspectos relacionados à proteção no ambiente virtual, outro fator importante para o desenvolvimento saudável de crianças e adolescentes é o incentivo à prática esportiva. Nesse contexto, as escolinhas de futebol representam uma alternativa valiosa. Mais do que ensinar técnicas e fundamentos do esporte, esses espaços promovem o convívio social, contribuem para a formação de valores como respeito, cooperação e disciplina, além de serem fundamentais para o fortalecimento da autoestima. Sem contar que, a participação em escolinhas de futebol auxilia também na ocupação do tempo livre de forma construtiva, reduzindo a exposição a situações de risco e ampliando as redes de apoio entre jovens, famílias e comunidade. Por meio do esporte, as crianças e adolescentes aprendem a lidar com vitórias e derrotas, desenvolvendo hábitos saudáveis e criam vínculos que ultrapassam o campo de jogo. Aliás, aprender a aceitar derrotas é um dos desafios mais importantes da vida.

IPVA pode virar dívida ativa

A Receita Estadual do Rio Grande do Sul inicia amanhã, dia 19 de julho, a inclusão de contribuintes inadimplentes com o IPVA 2025 em “dívida ativa”, ou seja, aquele que não regularizar o imposto até hoje, 18 de julho, poderá ser inscrito no Cadin/RS e nos serviços de proteção ao crédito, como SERASA, SPC e Boa Vista. Caso continuem circulando, os veículos podem ser multados e até mesmo recolhidos. A medida pode atingir 346 mil proprietários de veículos, responsáveis por cerca de R$ 456 milhões em débitos. Segundo a SEFAZ (Secretaria da Fazenda), aproximadamente 390 mil veículos estão em situação irregular há mais de 60 dias. Creio que esse recado não vai surtir efeito, pois com a precariedade na fiscalização de trânsito os condutores se sentem estimulados a circular com documentação irregular, não só com licenciamento vencido, mas também sem habilitação.

Receio de desagradar

Nas cidades pequenas como as da nossa região e da esmagadora maioria no estado, a implantação de agentes de trânsito – popularmente conhecidos como “azuizinhos”, para fiscalizar o trânsito – é tarefa que não interessa aos prefeitos. O motivo, ainda que raramente declarado em voz alta, é simples e enraizado nos bastidores da política local, o receio de desagradar aliados, parentes e companheiros de trajetória política. Prefeitos, cientes de que a atuação dos “azuizinhos” pode resultar em multas, apreensões e cobranças de documentos em dia, preferem não investir em equipes de fiscalização. O receio é perder simpatia ou votos, não se dando conta de que enquanto protegem interesses eleitorais, comprometem a segurança coletiva e incentivam a informalidade.  Essa brandura política acaba estimulando a circulação de veículos e condutores com documentação irregular, eis que, ao perceber a ausência de fiscalização efetiva, sentem-se à vontade e seguros para dirigir sem documentos ou com documentação vencida, sem habilitação, enfim, sem temer consequência alguma.

 Incentivo ao uso de drogas

A Lei 11.343/06, que instituiu o Sistema Nacional de Políticas sobre Drogas, excluiu o uso de drogas de sanções criminais, que anteriormente, embora leve, resultava em detenção. Por isso é cada vez mais comum pessoas usarem drogas em qualquer local e em qualquer momento, o que estimula o seu consumo. Na realidade a lei incentivou o uso de drogas. E a partir do momento que a coerção deixa de existir, os delitos aumentam de forma automática.

Parece tão claro que para diminuir as ações criminosas originárias do uso de drogas há que, primeiro, se punir com severidade o usuário, que hoje conta com a impunidade e sustenta o tráfico. Ah, mas o problema é social. Sim, a sociedade reclama – mas apoia, famílias cruzam os braços, o poder público e políticos discursam. E o consumo segue, com forte intensidade. É errado preocupar-se somente com o traficante, pois quem o financia é o usuário. Pense nisso.

Banalização da vida

O cotidiano marcado por notícias de crimes chocantes, mortes sem sentido e a repetição de tragédias faz com que a sociedade se acostume ao horror. É curioso, a população parece que vai se acostumando, a violência parece estar anestesiando a sensibilidade das pessoas, e o sofrimento alheio passa a ser visto como estatística, distante do real impacto que causa nas famílias e na convivência coletiva. Essa banalização da violência, e da vida, não resulta apenas de uma suposta fragilidade no sistema de justiça, mas também de uma erosão dos valores fundamentais que sustentam o respeito à vida humana. Quando a brutalidade se normaliza, o senso de urgência por mudança diminui, e a indignação necessária para pressionar por soluções concretas se esvai. É preciso romper com essa insensibilidade, encarar de frente a gravidade das perdas e revalorizar o significado de cada existência. É preciso, ainda, e principalmente, engajamento coletivo em políticas públicas que priorizem o bem-estar e a dignidade de todos.

RADAR

Juliana Brizola (PDT) mantém viva a condição de pré-candidata ao governo do Estado no próximo ano, o que é confirmado pelo presidente estadual do partido, Romildo Bolzan. Com essa confirmação de Juliana, a conjuntura para a corrida eleitoral ao governo gaúcho em 2026 vai se consolidando. Além da pedetista, tem já confirmadas as pré-candidaturas de Gabriel Souza, pelo MDB, e de Luciano Zucco, pelo PL, além do presidente estadual do PP, Covatti Filho, que se apresentou como pré-candidato ao Piratini. Em se tratando de pré-candidaturas, faltando mais de um ano para o pleito, o cenário ainda pode mudar.

 

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