Culto ao Rio Grande
Em pleno andamento, a “Semana Farroupilha” é um evento festivo da cultura gaúcha comemorado todos os anos, de 13 a 20 de setembro, desde 1947 quando foi levado a cabo a primeira “Ronda Gaúcha”. Todavia, representa muito mais do que a simples recordação do passado que marcaram a história do Estado durante o decênio heroico 1835-1845. A semana se constitui num culto ao Rio Grande, sua história, sua gente, seus valores, suas crenças, enfim, sua cultura.
O povo gaúcho tem na tradição a sua escala de valores que lhe é peculiar. Tem na sua essência o rico acervo cultural e moral do Rio Grande, no campo literário, folclórico, musical, usanças, adagiário, e atividades rurais. Essa tradição, que nasceu nos galpões de campanha, chegando às cidades, conquistando todas as classes sociais, é o pedestal do ideal literário do povo gaúcho. O acervo cultural gaúcho retrata a paisagem sem fim de seus campos, cortados pelos tropeiros, os rangidos choramingantes das carretas de bois e o grito sentinela do quero-quero.
O povo gaúcho deve orgulhar-se sim, de possuir tão bela tradição. É esse pedestal que ostenta o chimarrão, a doma, o fandango, o pealo, a marcação, as lendas, as pilchas, a música, a poesia, os causos, as trovas, enfim.
Medida interesseira
Elevar para R$ 4 milhões, por deputado, o valor das emendas parlamentares soa como medida interesseira do governador Eduardo Leite. Pode ser interpretada como um “agrado” aos deputados, sinalizando para o encaminhamento de alguma proposta impopular à Assembleia contra os direitos dos servidores, como de praxe. Afora isso, é um privilégio que favorece interesses políticos, dificultando ainda mais a competição justa de novos candidatos a deputados, e desviando o foco das reais necessidades da população. Sem contar que aumenta a distância entre regiões mais e menos representadas, perpetuando desigualdades.
Com essas medidas, Leite deixa de priorizar questões estruturais e urgentes, agravando o cenário de déficit orçamentário e reforçando a percepção de que a política estadual está mais voltada para atender interesses específicos do que para buscar soluções coletivas e igualitárias.
Aliás
Eduardo Leite, em seu primeiro ano de governo trouxe para a Assembleia essa miniatura da distorção federal chamada emendas parlamentares. Era R$ 1 milhão por deputado, depois R$ 2 milhões e, no próximo ano, R$ 4 milhões. É uma forma astuciosa de o governador atrair o apoio dos parlamentares a seus “projetos”, e de os deputados (interesseiros) fazerem cortesia com o chapéu alheio (impostos que o povo paga) e ainda ter a reeleição praticamente garantida.
Gabinete do ódio
Quem ainda não ouviu falar no tal “gabinete do ódio”? Pois é. A expressão se refere a grupos organizados, muitas vezes ligados a figuras públicas ou a setores de poder, que utilizam as redes sociais ou outros meios para disseminar informações falsas, alimentar a polarização e atacar adversários políticos de forma sistemática. O objetivo desses grupos vai além da simples discordância: procuram deslegitimar o debate público, criar climas de hostilidade e manipular a opinião pública por meio da propagação do ódio e desinformação. No Brasil, infelizmente, o ódio disseminou geral, tem sido um sentimento cada vez mais presente nas discussões públicas e privadas, alimentando divergências políticas, sociais, pessoais e até mesmo por questões cotidianas, levando à intolerância e à incapacidade de dialogar. A sociedade precisa buscar alternativas para promover o respeito à diversidade e estimular o pensamento crítico, na tentativa de construir um ambiente mais justo e pacífico para todos.
Semana Nacional do Trânsito
Entre os dias 18 e 25 de setembro, portanto desde ontem, acontece em todo o país a Semana Nacional do Trânsito, uma iniciativa que busca conscientizar motoristas, pedestres, ciclistas e toda a sociedade sobre a importância de atitudes responsáveis no trânsito. Sob o tema “Desacelere – seu bem maior é a vida”, a campanha deste ano destaca a necessidade de reduzir a velocidade, respeitar as leis e priorizar o cuidado com a vida, tanto própria quanto a dos outros. Os índices de acidentes de trânsito são altíssimos, a imensa maioria deles evitáveis com atitudes simples, como dirigir com permanente atenção, velocidade compatível com o local, respeitar à sinalização, não usar celular enquanto dirige e, empatia no convívio diário nas ruas. Lembre-se: “Valorizar a vida é o maior ato de cidadania que podemos praticar no dia a dia, seja dirigindo, caminhando ou pedalando”.
O paradoxo do agro
Reportagens mostraram que as vendas de máquinas e implementos agrícolas na Expointer, tiveram a pior queda da história. As razões são várias. Estudos mostram que apesar de o agronegócio ter sido o motor do crescimento do PIB gaúcho em 2024, com uma impressionante alta de 35% na produção agropecuária e recordes de exportação, a realidade no campo é de uma “tempestade perfeita”. Produtores enfrentam uma combinação severa de colheitas prejudicadas por eventos climáticos, custos de produção elevados e preços de venda em baixa.
O endividamento se consolidou como o maior entrave do setor, já ultrapassando os R$ 24 bilhões no estado. Este cenário ameaça diretamente a capacidade de investimento para a próxima safra, com um risco real de redução da área plantada se não houver uma solução para o alongamento das dívidas.
Cidade e município
Os termos “cidade” e “município”, comumente, costumam ser usados como sinônimos no dia a dia. No entanto, possuem definições distintas. Município, é uma divisão administrativa do Estado, dotado de autonomia política, administrativa e financeira. Possui governo próprio – representado por um prefeito e uma câmara de vereadores eleitos pela população municipal. Além disso, o município engloba uma determinada extensão territorial, que compreende áreas urbanas e rurais, povoados, distritos e vilarejos.
Já a cidade, por sua vez, é o núcleo urbano principal do município. É a sede administrativa, onde se localizam a prefeitura, a câmara municipal e, geralmente, os principais equipamentos públicos, instituições financeiras, comércio e serviços. A cidade é caracterizada pela maior concentração populacional e por ser o centro de decisões políticas e administrativas do município.
Mirante
Aristóteles, em “Formar bons cidadãos pelo exemplo dos homens públicos”, aconselhou: O político deve conduzir-se pela ética da verticalidade, por ilibada conduta, exação do dever, repulsa a velhacaria, ser virtuoso, honrado, agir com decoro, enfim, ser um exemplo de conduta. Parecer e ser honesto. Já o Frei Betto, em “Assim é a Política”, sentenciou: “Na política se ingressa sem prova de competência nem de integridade moral, misturam-se honestos e safados, probos e corruptos. Ladrões do dinheiro público não arrombam o cofre. Conhecem seu segredo”.