A Associação dos Oficiais da Brigada Militar (AsofBM) prestou apoio incondicional ao coronel Paulo Ricardo Quadros Remião, em sua crítica à libertação de um adolescente preso duas vezes com armas no curto espaço de três dias.

“A farda não abafa o cidadão no peito do soldado!”.  Essa frase do General Osório, gaúcho legendário que participou dos principais eventos militares do final do século 19, herói da Guerra da Tríplice Aliança, pode traduzir a manifestação do coronel Quadros.

— Sem adentrar no mérito da manifestação, é fato que a sociedade não suporta mais o descaso com o direito fundamental da segurança, alicerce da dignidade da pessoa humana e princípio-reitor da Constituição de 1988  — resume o presidente da AsofBM, coronel Marcelo Gomes Frota.

Frota lembra que o “sistema de justiça criminal” também é integrado, além das polícias, pelo Poder Judiciário e pelo Ministério Público.

 — E esse sistema tem demonstrado sua falência, seja por uma legislação ineficaz, seja pela transferência do problema exclusivamente ao Poder Executivo, de modo que a culpa acaba sendo sempre da polícia — critica o presidente da entidade de classe da BM.

Frota considera que os poderes do Estado devem assumir sua efetiva responsabilidade no âmbito do sistema de justiça criminal, ou o trabalho da polícia sempre será insuficiente para a resolução definitiva do problema da violência e da criminalidade.

 — A sociedade gaúcha merece uma vida com tranquilidade e dignidade. Ao invés de despender energia criticando o coronel ou reprovando seu comportamento, devemos todos, agentes do Estado, unir esforços e assumir em conjunto a responsabilidade pela falência do atual modelo. Só assim, desprendidos do corporativismo, conseguiremos evoluir enquanto sociedade – conclui o dirigente da AsofBM.