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Achei que ia morrer, nunca ouvi tanto tiro, conta delegado

Com 27 anos de experiência na polícia, Luciano Menezes destaca fato incomum de a polícia ter se antecipado e evitado assalto a carro-forte

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"Achei que ia morrer, nunca ouvi tanto tiro", conta delegado Vanessa Kannenberg/Agência RBS/

Assaltantes levavam explosivos no porta-malas do carroFoto: Vanessa Kannenberg/Agência RBS

Aliviados, mas ainda assustados. Assim estavam os 10 policiais, entre eles dois delegados e oito agentes, que participaram da linha de frente no confronto contra quatro assaltantes que tentaram assaltar um carro-forte na manhã desta sexta-feira. Três deles morreram e o último, ferido, foi detido.



— Nunca presenciei nada parecido na minha vida. Achei que eu ia morrer. Era zum, zum, zum de fuzil pra tudo quanto é lado. Tinha muita neblina, não dava pra ver nada. Só dava pra ouvir os tiros. Foi cena de guerra — conta o delegado Luciano Menezes, titular da Delegacia Especializada em Furtos, Roubos, Entorpecentes e Capturas (Defrec) de Santa Cruz do Sul e policial há 27 anos.



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Menezes era um 10 que participaram diretamente do tiroteio. Monitorando a quadrilha há mais de um mês, os policiais se prepararam para um possível ataque na última segunda-feira, mas acreditam que foi frustrado porque nenhum carro-forte subiu a serra do Vale do Rio Pardo. 



Nesta sexta-feira, quinto dia útil do mês, o assalto era mais provável. Prevendo que a quadrilha ia agir, uma força-tarefa, que acabou envolvendo cerca de 50 policiais, foi montada e eles ficaram de campana nas margens da ERS-400 desde as 3h. Por volta das 11h30min, o caminhão desceu a rodovia no sentido Passa Sete – Candelária e toda ação se desenrolou, culminando em tiroteio e três mortes. 



Passado o susto, Menezes comemora que nenhum dos policiais ficou ferido e, mais ainda, que nenhuma pessoa passava por ali no momento. E exalta o sistema de inteligência da Polícia Civil.



— É muito raro a polícia conseguir evitar um assalto, normalmente age só depois que tudo já ocorreu. O que aconteceu hoje é o suprassumo pra qualquer policial — afirma o delegado.



Além dos policiais, uma mulher é apontada quase como heroína do combate bem sucedido. Sem ter nome ou idade revelados, ela era a motorista do carro-forte que foi atingido pelo caminhão e a responsável por conseguir se desvencilhar do veículo com agilidade de pensamento e um zigue-zague bem executado.



— Nem sei dizer o que passou na minha cabeça. O carro-forte ainda andou uns metros pra trás e consegui fugir, subindo a serra em primeira — resume.



A expectativa dos policiais, agora, é ter um fôlego desse tipo de assalto, já que acreditam que pelo menos um líder atuante foi executado.



Veja em quais ataques a carros-forte, desde 2012, a quadrilha desarticulada nesta sexta-feira é suspeita de envolvimento:



— Em setembro de 2012 – Joivinlle, SC

— Em outubro de 2012 – Caxias do Sul

— Novembro de 2013 – Nova Petrópolis

— Em março de 2014 – Santa Cruz do Sul

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