Dos atuais 55 deputados estaduais, três em cada quatro quer vaga na próxima legislatura; oito buscam vaga federal e três o Piratini
Janela partidária, em março, deve movimentar as bancadas na Casa | Foto: Joel Vargas / Agência ALRS / CP
Apesar de faltar oficialmente alguns meses para o início do período eleitoral, na Assembleia Legislativa as eleições de outubro já começam a marcar presença. Dos atuais 55 deputados da Casa, três em cada quatro pretendem retornar em 2023 ao seu assento no plenário 20 de Setembro, oito devem tentar se mudar para Brasília conquistando uma vaga na Câmara Federal e três estão aspirando ao Palácio Piratini, segundo levantamento exclusivo do Correio do Povo.
Sob a presidência de Valdeci Oliveira (PT), que assume na próxima segunda-feira, com o retorno dos trabalhos, o ano no Legislativo deve ser regado de discursos já de olho no pleito. Cerca de 78% (43) dos deputados devem tentar se reeleger. Nas duas maiores bancadas, PT e MDB, com oito parlamentares cada, o mesmo cenário: todos, com exceção de um, devem tentar retornar ao Palácio Farroupilha. Isso porque no PT, Edegar Pretto já foi anunciado como pré-candidato ao Piratini; no MDB, Gabriel Souza também é cotado para entrar na disputa, mas depende da prévia.
Outro nome que deve ir em busca do Piratini é o de Rodrigo Maroni (PSC). O deputado, que concorreu em 2020 à prefeitura da Capital, disse que sua candidatura é, além da defesa da causa animal, para “desmascarar a política”.
No PP, a segunda maior bancada da Assembleia com seis integrantes, a exceção é o deputado Sérgio Turra, que pretende disputar uma vaga de deputado federal, enquanto que os demais devem tentar reeleição. Todos os atuais cinco deputados do PTB vão tentar permanecer na Assembleia Legislativa. O mesmo ocorre com o PSDB e o Republicanos.
Além de Turra, outros sete deputados estaduais pretendem se candidatar a uma vaga na Câmara Federal: Any Ortiz (Cidadania), Dalciso Oliveira (PSB), Fábio Ostermann (Novo), Francine Bayer (PSB), Juliana Brizola (PDT), Tenente Coronel Zucco (PSL) e Vilmar Lourenço (PSL).
Secretários retornam até abril
Além dessas movimentações, é aguardado para até o início de abril o retorno de deputados que estão licenciados por integrarem o governo do Estado. Esse é o caso de Edson Brum (Desenvolvimento Econômico) e Juvir Costella (Transportes), ambos do MDB; de Luiz Henrique Viana (Infraestrutura e Meio Ambiente), do PSDB; e de Silvana Covatti (Agricultura), do PP. Todos devem tentar a reeleição.
Janela partidária impactará nas bancadas
O calendário eleitoral vai influenciar ainda na composição das bancadas da Assembleia Legislativa neste ano. Com a janela partidária, que vai de 3 de março a 1º de abril, algumas legendas devem aumentar e, outras, até deixar de existir.
Com a aguardada fusão do Dem e PSL para criação do União Brasil, deputados de ambas as legendas já começaram as tratativas para troca de partido. Algumas já são tidas como quase certas, como a migração de Eric Lins (Dem) e do Tenente Coronel Zucco (PSL) para o PL. O primeiro, inclusive, é o único na lista dos “indecisos” sobre o destino político nesse ano. Apesar de uma forte inclinação, como classificou, Lins deverá decidir só depois de março se tenta reeleição ou vai a Federal. No PSL, os outros três deputados estaduais – Capitão Macedo, Vilmar Lourenço e Ruy Irigaray – ainda estão em tratativas sobre qual será o futuro partidário. Lourenço, por exemplo, assegura que “no União Brasil ele não fica”. No Dem restaria, por fim, o deputado Dr. Thiago Duarte, que já anunciou sua saída da sigla, mas ainda não definiu para onde irá.
O Solidariedade, por exemplo, é um partido que pode perder representação. Isso porque o único deputado da sigla, Neri O Carteiro, avalia trocar de partido. Apesar disso, o presidente estadual da legenda, Clàudio Janta, está certo que em 2023 o partido manterá a representação no parlamento. Segundo ele, caso Neri decida por sair da legenda, o Solidariedade deve “abrir conversa” com outros candidatos.
O PSB, com três representantes, pode perder uma: a deputada Francine Bayer. Ela sinalizou a possibilidade de deixar a sigla, mas ainda não anunciou o seu destino.
Enquanto as negociações ocorrerem, a indicação é que as bancadas do PL e do PP deverão ganhar novos integrantes e aumentar o número de cadeiras na Assembleia.
Devem disputar em outubro:
REELEIÇÃO
- Adolfo Brito (PP)
- Airton Lima (PL)
- Aloísio Classmann (PTB)
- Beto Fantinel (MDB)
- Capitão Macedo (PSL)
- Carlos Burigo (MDB)
- Clair Kuhn (MDB)
- Dirceu Franciscon (PTB)
- Dr. Thiago Duarte (Dem)
- Eduardo Loureiro (PDT)
- Elizandro Sabino (PTB)
- Elton Weber (PSB)
- Ernani Polo (PP)
- Faisal Karam (PSDB)
- Fernando Marroni (PT)
- Fran Somensi (Republicanos)
- Frederico Antunes (PP)
- Gaúcho da Geral (PSD)
- Gerson Burmann (PDT)
- Gilberto Capoani (MDB)
- Giuseppe Riesgo (Novo)
- Issur Koch (PP)
- Jeferson Fernandes (PT)
- Kelly Moraes (PTB)
- Luciana Genro (PSol)
- Luís Augusto Lara (PTB)
- Luiz Fernando Mainard (PT)
- Luiz Marenco (PDT)
- Marcus Vinicius (PP)
- Mateus Wesp (PSDB)
- Neri O Carteiro (Solidariedade)
- Paparico Bacchi (PL)
- Patrícia Alba (MDB)
- Pedro Pereira (PSDB)
- Pepe Vargas (PT)
- Ruy Irigaray (PSL)
- Sergio Peres (Republicanos)
- Sofia Cavedon (PT)
- Tiago Simon (MDB)
- Valdeci Oliveira (PT)
- Vilmar Zanchin (MDB)
- NZé unes (PT)
- Zilá Breitenbach (PSDB)
FEDERAL
- Any Ortiz (Cidadania)
- Dalcisio Oliveira (PSB)
- Fábio Ostermann (Novo)
- Franciane Bayer (PSB)
- Julina Brizola (PDT)
- Sérgio Turra (PP)
- Tenente Coronel Zucco (PSL)
- Vilmar Lourenço (PSL)
PIRATINI
- Edegar Pretto (PT)
- Gabriel Souza (MDB)
- Rodrigo Maroni (PSC)
INDEFINIDO
- Eric Lins (Dem)
*Supervisão Mauren Xavier