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Fatos em Foco 21.02.2014

Refletindo

Costumo dizer e assim penso: prevenção às drogas passa também e principalmente pela família. É preciso refletir juntamente com os pais sobre a sua missão a fim de resgatar os vínculos afetivos nas relações familiares, através do diálogo, no estabelecer limites, no olhar de amor e valorização sobre os filhos. E não há receitas prontas para solucionar os problemas. É necessário que pais, e também professores, não tenham medo de falar sobre o assunto drogas e, sim, coragem de superar preconceitos e colocar a vida humana em primeiro lugar, com dignidade, sem violência e sem crime. Mas dentro dessa concepção, o que dizer e o que pensar quando o próprio governador do Rio Grande, senhor Tarso Genro, incita o consumo da maconha. Lembram que em aula inaugural na UFRGS ele defendeu o uso dessa substância, enfatizando que “nunca viu uma pessoa matar por ter fumado um cigarro de maconha”? Que estripulia!

 

Sem preconceito

O cidadão Tarso Genro tem suficiente formação intelectual para pensar e agir como queira, consultando apenas suas inclinações. Proferiu a aula magna, porém, na condição de Governador do Estado e, como tal, deve ser intérprete da coletividade que governa. Não tenho “nenhum preconceito” com as drogas, disse o governador. Ele te representa?

 

Vítima ou cúmplice?

A política antidrogas em vigor desde 2006 quase descriminalizou o consumo. Quem for flagrado com alguma substância ilegal para uso pessoal não vai em cana. A medida até pode ter servido para aliviar os presídios, mas é estúpida no que concerne ao combate às drogas. Fica parecendo que o consumidor não é um dos elos da cadeia criminosa. E é! Aliás, sem ter quem fume e cheire, não há como vender o que se fuma e o que se cheira, não é mesmo? Então não venham com essa de que o usuário/consumidor de drogas é simplesmente vítima. Ele é o sustentáculo do traficante, portanto, cúmplice, conivente.

 

Consequências

Diferente do que se podem imaginar, estudos apontam que não são as complicações de saúde pelo uso crônico da droga, mas sim os homicídios, que constituem a primeira causa de morte entre os usuários, resultantes de brigas em geral, ações policiais e punições de traficantes pelo não pagamento de dívidas contraídas nesse comércio. Outra causa importante são as doenças sexualmente transmissíveis, como o HIV, por exemplo, por conta do comportamento promíscuo que a droga gera. O modo de vida do usuário, enfim, o expõe à vitimização, muitas vezes e infelizmente levando-o a um fim trágico.

 

Estratégia na distribuição

Com o advento da nova lei antidrogas facultando à autoridade policial e ao magistrado a discricionariedade quanto ao portador de droga ser traficante ou usuário, os empresários do tráfico passaram a adotar a estratégia da distribuição em pequenas quantidades, além do que, ter como distribuidores indivíduos sem antecedentes criminais por tráfico. Assim, apanhado portando pequena quantidade de droga e sem antecedentes criminais do tipo, o traficante se passa direitinho por mero usuário e segue livre. Aliás, o legislador brasileiro é muito hábil em estabelecer brechas em favor dos criminosos.

 

Liberar a maconha?

Agora o Senado Federal discute a possibilidade de legalizar a maconha. A sugestão chegou ao senado por meio do Portal e-Cidadania, com 20 mil manifestações de apoio. O senador Cristovam Buarque (PDT-DF), designado como relator, pediu à Consultoria Legislativa da Casa um estudo sobre a viabilidade de transformar em projeto de lei uma proposta que libera o uso recreativo, medicinal ou industrial da droga. Cristovam terá de apresentar um parecer, opinando pela sua rejeição ou por sua transformação em projeto de lei. A conclusão do senador será apresentada à Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa, que decidirá o destino da ideia. O texto sugerido aos senadores prevê que o uso da maconha seja regulamentado, a exemplo do que ocorre hoje com bebidas alcoólicas e cigarros. Estabelece, ainda, que seja considerado legal “o cultivo caseiro, o registro de clubes de cultivadores, o licenciamento de estabelecimentos de cultivo e de venda de maconha no atacado e no varejo e a regularização do uso medicinal”. Inconcebível! Legalizar a maconha é levar ao aumento de seu consumo.

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