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Drogas, o desafio da prevenção

As droga são definidas como toda e qualquer substância, natural ou sintética que, introduzida no organismo modifica suas funções normais. O termo droga, presta-se a várias interpretações, mas comumente suscita a ideia de uma substância proibida, de uso ilegal e nocivo ao indivíduo, uma vez que modifica as funções, as sensações, o humor e o comportamento.

Não é fácil resistir à atração que as drogas exercem. Ter consciência de um perigo não é suficiente para garantir a força de vontade necessária para tomar uma atitude drástica e romper com uma dinâmica perniciosa. Se cada um procurar dentro de si, encontrará a forma que toma a sua droga particular, seja ela uma pessoa ou um comportamento. O que move uma pessoa em direção à droga está, na origem, muito perto do que levou o homem às grandes descobertas, afrontando o perigo do desconhecido, reflexo do desejo de conhecer sempre mais, da ousadia de romper limites.  

O adolescente tem, diante dos perigos, uma postura extremamente onipotente e se comporta como se tivesse um pacto pessoal de imunidade contra os males do mundo. O discurso dirigido ao adolescente exige cuidados especiais.

O que não funciona?

A primeira falácia consiste em optar pela soberania do racional, reduzindo a discussão sobre drogas a um curso de química avançada é, acima de tudo, uma questão emocional, não racional.

Outro erro comum está em reduzir a discussão sobre drogas a um curso sobre moral e religião, definindo o bem e o mal como se fossem absolutos. Uma das mais importantes características da adolescência é a busca de um quadro de referências próprio.

Também não atingem o objetivo de prevenção patrocinar atividades pontuais e isoladas, como uma palestra ou depoimentos, pois correm o risco de confirmar a onipotência adolescente.

A participação dos alunos num projeto de prevenção, mesmo que inclua a elaboração e apresentação de trabalhos, não deve fazer parte de nenhum sistema de avaliação com o poder de aprovar ou reprovar.

É possível prevenir sem reprimir?

O caminho para a prevenção do uso de drogas é oferecer canais para que o jovem possa dar vazão à sua necessidade de viver experiências significativas e de partilhá-las com seu grupo.

Em resumo, um programa de prevenção eficiente teria de:

1. Levar em conta a dimensão emocional, oferecendo ao jovem opções culturalmente válidas, atividades esportivas, desenvolvimento de expressões artísticas, atividades culturais;

2. Levar em conta a preocupação social e a necessidade de pertinência do jovem, isto é, pertencer a um grupo, abrindo a possibilidade de participação ativa em questões que envolvem a comunidade da qual faz parte;

3. Oferecer informações verdadeiras e não preconceituosas;

4. Respeitar a inteligência do jovem, não usando mensagens alarmistas e deformadas (não tratar, por exemplo, todas as drogas como se oferecessem o mesmo risco, não confundir o uso eventual de uma substância psicoativa com o uso habitual e contínuo);

5. Não fazer afirmações sobre as sensações que a droga produz;

6. Abrir um espaço para orientação dos pais de alunos, para que estes não se sintam tão despreparados e desamparados para lidar com os desafios da adolescência. Contém adaptações de texto de Gloria Vetter e Paulo Dias

 

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