Pesquisar
Close this search box.

Fatos em Foco 29.01.2015

                                                                         Alaides Garcia dos Santos

 

Prevenção às drogas

O consumo de drogas não é caso de polícia como muitos pensam. O tráfico sim é caso de polícia e a ela cabe coibir. Portanto são atos distintos, embora irmãos gêmeos. As políticas de prevenção às drogas, infelizmente deixam muito a desejar, uma vez que raras e ineficientes. Elas deveriam existir efetivamente, e focadas em três objetivos específicos: preventivo (educação e comportamento); de tratamento e assistência das dependências (saúde pública) e de contenção (policial e judicial). Para aplicar estas políticas, necessariamente deveriam ser feitas campanhas educativas, políticas de prevenção, criação de Centros de Tratamento e Assistência da Dependência Química, e a integração dos aparatos de contenção. Conselhos Municipais de Entorpecentes com adequado funcionamento em comissões independentes (prevenção, tratamento e contenção) poderiam facilitar as unidades federativas na aplicação de políticas defensivas e de contenção ao consumo e tráfico de drogas. Mas não há esse interesse!

 

Todos contra as drogas

Dentre os males que assolam a sociedade brasileira, embora possa parecer estranho para alguns, a droga figura como um de seus grandes expoentes. Esse mal atinge a humanidade principalmente de quatro formas: primeira, a pessoa-usuária, que vive amarrada a um sistema de criminalidade para adquirir a droga, substância destruidora de sua própria saúde; segunda, a família da pessoa-usuária que, dia após dia, é carcomida pelo sofrimento de acompanhar um ente querido destruir paulatinamente a própria vida, em razão de sua dependência química; terceira, o Estado, por assistir sua autoridade sendo afrontada e confrontada pela ação dos traficantes; e quarta, a sociedade, que vive aterrorizada pelas ações criminosas, movidas em torno do tráfico de drogas, onde furta-se, rouba-se e mata-se em decorrência da maldita da droga.

 

Para ilustrar

Uma ficção que parece ter se tornado realidade. Há um conto russo, em que sete fortes guerreiros estavam reunidos para comemorar a vitória, quando, no firmamento, aparece um cavaleiro munido de espada, cavalgando em direção aos mesmos para desafiá-los. Não precisou mais que um golpe de um dos guerreiros para dividi-lo ao meio. Do cavaleiro morto surgiram dois cavaleiros que, novamente, foram divididos em dois por dois golpes de dois guerreiros invencíveis. Os dois cavaleiros mortos viraram quatro e assim se multiplicaram, enquanto eram derrotados. Após alguns dias de combate com uma legião de cavaleiros, os sete guerreiros foram derrotados pelos fracos cavaleiros que tinham o dom de se multiplicar, quando mortos.

 

Na ficção o exemplo

No conto acima, os sete cavaleiros podem ser vistos como agentes do Poder Público, por exemplo, membros da Polícia (Militar e Civil), do Ministério Público e do Judiciário que, sozinhos, não estão conseguindo combater esse grande mal, encontrando-se na iminência de serem derrotados, já que a cada traficante trancafiado, tirado de circulação, surgem outros dois para continuarem a obra funesta. Há, no entanto, uma luz no fim do túnel. Como alternativa para minimizar essa crise, o que modestamente se propõe é a aproximação da sociedade e do Estado, afinal, “a união de forças”.

 

Aliás

Já passou da hora da sociedade abandonar o silêncio cúmplice e se unir ao Estado. Ora, não basta dizer basta. É preciso arregaçar as mangas, incluir-se na luta e fazer bastar. Mas como? Através de um trabalho em rede escorado no trinômio prevenção-recuperação-repressão (apoio, carinho e autoridade). O Estado precisa da sociedade para combater o câncer social das drogas de forma mais eficiente. Do contrário, se as coisas continuarem como estão, estaremos fadados a viver numa narcossociedade, em que os valores humanos são tragados, cheirados e injetados. Pense nisso!

Categorias

Categorias

Arquivos

Arquivos