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Crônicas Curtas 05.10.2018

Em quem votar?

Estamos na antevéspera do dia da eleição. Por oportuno, gostaria de colocar alguns pontos para reflexão antes da decisão “em quem votar”. O presidente da República não é um mágico que pode resolver todos os problemas, pois ele depende do Congresso. Por isso, é mais importante ter um bom deputado e um bom senador que um bom presidente ou governador. Obviamente que não podemos generalizar, uma vez que ainda existem bons parlamentares, entre uma maioria viciada em artimanhas e jeitinhos políticos. Mas é preciso renovar, dispensar os maus e preencher o espaço com gente nova, com outra mentalidade. Se dentre os candidatos a governador e presidente não há o candidato de seus sonhos, aceite que você tem de escolher “o menos pior” e “o que tiver as melhores chances de fazer um melhor governo”. Nunca esquecendo o mau exemplo do Lula. Todos acreditaram que eles governariam para os pobres, mas eles acharam que os pobres eram eles e enriqueceram às custas do dinheiro público, deixando com os pobres a des(ilusão).

Sem igual

Nunca vi e nem pensei em uma campanha eleitoral igual a de Jair Bolsonaro. Sem partido, sem dinheiro, sem marqueteiro, sem tempo na TV, sem imprensa ele conseguiu botar um pé no Palácio do Planalto. A grande imprensa nacional, e estrangeira, o compara a outros líderes populistas, mas seu caso (de Jair Bolsonaro) é único e tem de ser estudado por suas peculiaridades. O contraste com a campanha do PT é evidente, Jair Bolsonaro improvisa, Fernando Haddad segue as ordens do comandante da ORCRIM, que está na cadeia. Jair Bolsonaro é atacado pela sociedade organizada, Fernando Haddad é defendido por ela. No caso do PT, o bombardeio robotizado é decidido no quartel-general. No caso dos bolsonaristas, qualquer mentecapto pode disparar seus torpedos incongruentes e analfabetos no WhatsApp. No PT e nos seus apoiadores há otimismo em ganhar no segundo turno porque o fim da Lava Jato é uma promessa atraente demais para os caciques partidários e para uma parte do empresariado. Mas Jair Bolsonaro foi capaz de resistir a tudo até agora, inclusive a uma “tentativa de assassinato”. Por isso mesmo, os paradoxos que o trouxeram até aqui podem “levá-lo à vitória final”. Nunca houve uma campanha igual a dele. É sem igual.

 Tomar o poder

José Dirceu, quem não lembra dele? Pois é. O corrupto mensaleiro e petroleiro ex-ministro José Dirceu disse ao jornal “El País”, que “é uma questão de tempo” para o PT “tomar o poder”. “Dentro do país é uma questão de tempo pra gente tomar o poder. Aí nós vamos tomar o poder, que é diferente de ganhar uma eleição”, disse ele, quando questionado sobre o que acha da possibilidade de o PT “ganhar, mas não levar” as eleições. Esse petista, condenado a 33 anos de prisão por corrupção no âmbito da Lava Jato foi posto em liberdade graças a “cumpanheros” lá do STF e, juntamente com o presidiário Lula, se o PT ganhar a eleição, articula “tomar o poder”.  Estão exatamente no caminho que o chavismo levou a Venezuela. Deus salve o Brasil e os brasileiros.

A propósito

A prática é tumultuar, desmoralizar. Eles gritam “cuidado com o golpe”, com a “pregação de ódio”. Mas parecem cada vez mais com o batedor de carteira que, para disfarçar o que fez, sai gritando “pega ladrão”.

Fazendo o diabo

Na campanha eleitoral de 2014, a então candidata à presidência Dilma Rousseff disse: “Nós fazemos o diabo pra ganhar a eleição”. Quando a palavra de ordem vem de cima, os súditos fanáticos seguem à risca. No dia 6 de setembro, o bandido militante da esquerda Adelio Bispo obediente à regra de “fazer o diabo”, tentou matar o presidenciável Jair Bolsonaro com uma facada. A faca do criminoso cortou intestinos, cólon, artérias de Bolsonaro que só está vivo por um capricho do destino. Foi posto para fora da campanha eleitoral justo no momento mais decisivo. Poderia haver alguma agressão maior ou pior do que essa contra um candidato? É claro que não. O roteiro que desde sempre dá certo e remete a esquerda para o papel de vítima, agora deu o contrário: a vítima acabou sendo justamente quem estava escalado para o papel de carrasco.

Moro não vê riscos

O juiz Sérgio Moro levantou o sigilo do Termo de Colaboração 1 do ex-ministro dos governos Dilma e Lula, Antonio Palocci. Essa parte da delação de Palocci, que o ex-ministro fechou com a Polícia Federal e foi homologada pelo desembargador Gebran Neto, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), está inserida nos autos de uma das ações penais da Operação Lava Jato contra Lula – em que o ex-presidente é réu por corrupção passiva e lavagem de dinheiro na compra de um apartamento em São Bernardo do Campo e de um terreno destinado ao Instituto Lula. Dos depoimentos prestados por Palocci no acordo, o Termo de Colaboração nº 1 se refere “ao conteúdo do presente feito”, assinalou Moro. “Examinando o seu conteúdo, não vislumbro riscos às investigações em outorgar-lhe publicidade”. “Havendo ademais ação penal em andamento, a publicidade se impõe pelo menos no que se refere a depoimento que diz respeito ao presente caso (artigo 7.º, §3º, da Lei nº 12.850/2013.)”, completou o magistrado. Moro assinalou que “caberá aos Juízos perante os quais ele (Palocci) responde a ações penais decidir acerca da concessão ou não a ele de benefícios, o que terá que ser feito, por exemplo, na presente ação penal”.

 Jacaré Petista abriu a boca

 O “porquinho” petista e ex-ministro Antonio Palocci (governos Lula e Dilma, na Fazenda e Casa Civil, respectivamente) detalhou, em delação premiada, o loteamento de cargos na Petrobrás com o fim de captação de recursos para campanhas petistas. No primeiro termo de sua colaboração com a Polícia Federal, tornado público nesta segunda-feira, 1, pelo juiz federal Sérgio Moro, ele reafirma que o ex-presidente e agora presidiário Lula tinha pleno conhecimento de esquemas de corrupção na estatal. A delação de Palocci contém uma narrativa minuciosa e explica como foi montado o esquema de propinas e loteamento de cargos estratégicos atendendo interesses de partidos políticos na Petrobrás, a partir das indicações de Paulo Roberto Costa (Diretoria de Abastecimento) e de Renato Duque (Serviços).

 Censo agropecuário 2017

Depois de 11 anos, o país volta a conhecer em minúcias a realidade do campo. No final do mês de julho, o IBGE divulgou os primeiros resultados do censo agropecuário 2017.

O mapeamento evidencia avanços tecnológicos e de produtividade, mas também sinaliza riscos – do inexorável envelhecimento dos produtores, com cada vez menos jovens na lida, ao uso crescente de agrotóxicos, realidade em 70,3% dos estabelecimentos rurais do Rio Grande do Sul. Entre outubro de 2017 e fevereiro deste ano, os pesquisadores percorreram todos os rincões do país para coletar dados. Foram visitadas 5,07 milhões de unidades de produção ou exploração dedicadas às atividades agropecuárias, florestais e aquícolas, sendo 365 mil no Estado. O número caiu em comparação com 2006 em razão de alterações metodológicas na pesquisa, mas a área utilizada cresceu.

 Envelhecimento no campo

Embora tenha aumentado o percentual de mulheres na labuta, a maioria dos produtores continua sendo composta por homens – no Rio Grande do Sul, não é diferente. Quanto ao nível educacional, a situação melhorou, mas ainda é um problema, já que a maior parte dos entrevistados sequer concluiu o Ensino Médio. O acesso a telecomunicações também se aprimorou, em especial em relação à internet. Em 2006, apenas 2,3% dos estabelecimentos gaúchos estavam conectados. Onze anos depois, são 41,1%. Ainda assim, não chega nem à metade dos locais e, no Brasil, o percentual é ainda maior: 28,1%. Outra fonte de inquietação entre os técnicos é o aumento do percentual de produtores com mais de 65 anos. No Estado, eles passaram de 17,5% para 23,1%, enquanto o número de jovens decresceu – de 1,9% para 1,2% na faixa etária de até 25 anos. Sem saída fácil, a situação confirma o que já observava na prática e amplia as incertezas sobre a sucessão no comando dos empreendimentos rurais. Em dez ou 20 anos, estima-se que os idosos possam ser a maioria. É a tendência e, é um desafio.

 Agrotóxicos no RS

O avanço dos pesticidas também é motivo de atenção. Em 2006, 62% das unidades adotavam a prática no Estado. O percentual chegou a 70,3% em 2017, com alguns agravantes, incluindo a baixa escolaridade e o acesso limitado a assistência técnica. Em 50,1% dos estabelecimentos agropecuários identificados no Rio Grande do Sul, os produtores declararam que não recebem esse tipo de apoio. O uso de agrotóxico não é necessariamente ruim. O importante é sabermos de que forma ele está sendo utilizado. Quanto menor o estabelecimento, e 83,7% deles têm até 50 hectares do Estado, menor é a escolaridade do produtor. Se ele não tem estudo e não recebe assistência técnica adequada, o risco de uso incorreto é maior. Isso é motivo de preocupação – afirma Cláudio Sant’Anna, coordenador do censo no Estado.

 

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